Garras e Presas

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Lagrum concordou em ficar quieto embaixo de minha cama até todas dormirem e, com um ultimo aperto, ele deslizou para lá. O que foi algo de extrema pontualidade, uma vez que a porta do dormitório se abriu e Pansy e Daphne entraram, acompanhadas de Emília Bulstrode e Sue Hopkins, as outras duas sonserinas de nosso ano. Todas estavam rindo e Daphne sorriu para mim.

— Não acho que seja do seu feitio se esconder, Mal, que coisa mais feia — apontou. Esbocei um sorriso para ela e me levantei do chão, me jogando em minha cama com um pulo.

— Vocês é que são lerdas demais — cantei. — Quem chega primeiro escolhe a cama que quiser.

— Ah, não é justo! — Sue reclamou. Era uma menina baixinha e ruiva, mas com muitos menos sardas do que os Weasley. — Eu queria essa!

— Vai ficar querendo, Hopkins, agora te vira — devolvi causando um bico nela. — E é melhor se virar logo.

E era mesmo. Seguindo meu exemplo, Daphy e Pam já estavam reclamando suas camas, deixando-a e Bulstrode paradas na porta por momentos precisos. Por ser mais baixa e mais ágil, Sue conseguiu a ultima cama ao lado da janela, deixando Emília com a cama ao lado da porta.

— Meninas, agora a sério, o que acharam dele? — Daphne obviamente voltou com o assunto que estavam debatendo antes de entrarem. O assunto, aliás, fez com que Pansy soltasse um suspiro profundo ao se atirar na cama e abraçar seu travesseiro.

— Lindo! Lindo até Merlin proibir, e não proibiu! — Ela causou risos nas outras, principalmente em Sue. — Falando sério, ele é o menino mais bonito do nosso ano! Entre ele e o esquisito do Nott e Crabbe e Goyle...

— Você está se esquecendo do Blás — Emília interrompeu. — Ele é bem bonito, também.

— Zabini é um bobão! — Pansy se sentou na cama, cruzando as pernas. — Mas Draco parece tão maturo e respeitável, entendem?

— Querida Pam, eu te garanto que Draco Malfoy não chega a sequer estar na lista de seres respeitáveis — disparei ainda olhando o teto do dossel da cama. — Ele é só um garotinho mimado que se acha melhor do que todo mundo.

— Você já o conheceu, Mal? — Daphne perguntou ao se sentar na cama, tirando seus sapatos. — E, de verdade, concordo com você. Eu também vim de uma família tradicional e rica e tudo mais, mas não tenho um nariz tão em pé quanto o dele.

— Tive o desprezar, Daphy — balancei uma mão no ar. — Foi no Beco Diagonal. Ele reconheceu que meu nome não estava nos usuais "padrões bruxos" e me chamou de sangue-ruim, assim, na cara dura. Não me culpe por já não gostar do sujeito — omiti a parte onde eu o acertei com um livro e nosso segundo encontro, bem mais curto e muito mais violento no trem. Não por pena ou respeito a Malfoy, mas porque não era da conta de ninguém. — Mas agora podem me dizer porque o assunto está naquela loirinha chata?

— Ah, porque ele está dando uma aula extensiva sobre sua vida lá embaixo — Sue respondeu. — Já sabemos que ele mora em Wiltshire, que a família dele é dona de praticamente todas as terras lá, mesmo as dos trouxas. Que ele é incrível em Quadribol e que acha um completo absurdo os alunos do primeiro ano serem proibidos de entrarem nos times.

— Que adora maçã verde, que não tem animais de estimação e que não ficou nada surpreso com a escolha do chapéu seletor, já que todos os Malfoy sempre foram para a Sonserina — Emily encolhei os ombros. — Pode não parecer interessante, mas ele está com uma bela audiência.

— Má fé — Daphy disparou. — O nome deles vêm do francês arcaico e significa "Má Fé", considerando a história da família, acho que combina até bem demais.

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