Eis que piso as tábuas enceradas desta sala
Eis que tudo está escuro, só luz no centro
O palco é a vida, a vida é este grande palco
Mas sem gente está incompleto, a voz se cala
Não há preço para o silêncio quando entro
Sem público não há vida para quem decalco
Esfumam-se as fronteiras de quem sou eu
Eu já não existo, tudo o que faço é outro
Cada gesto conta um momento, uma história
Personalidade exposta, a quem não perdeu
Todos os momentos contam, para essoutro
No palco há verdadeira vida, até na memória
Quem poderá dizer-se ator sem provar teatro?
Sem sentir a pressão de mão dada com o gosto
De receber do público a energia, chorar e rir
Vir imprevisto, cair, atuar, mesmo de quatro
Ser feliz assim, custa, mas não paga imposto
No fim, perante os aplausos, apenas sorrir
No teatro, tudo é muito real, não há truque
Mas há ilusão daquilo que parece acontecer
Mas não, é apenas a genialidade dos atores
Génio não é coisa que se ensine ou se eduque
O teatro é para predestinados, logo ao nascer
Já corre nas veias a ânsia de sair dos bastidores
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Apenas alguma poesia
PoetryDiversos poemas que vou escrevendo. Falo um pouco de tudo, acima de tudo sobre a vida e as estradas dela. Não tenho pretensão de ser rígido na métrica, mas aposto na rima.