#7 A Nave

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Zero tinha os olhos muito arregalados ao ver as naves dos Guerreiros. Araceli sorriu:

- Nervoso por ires tornar-te um deles?

- Sim. Muito. Mas... sei que se o 17 for o nosso capitão, tudo correrá bem.

- Vejo que ele tem a tua confiança eterna. - Meditou ela mais para si mesma do que para ele.

- Verdade. Salvou-me a vida duas vezes em missões perigosas de treinamento. Confio-lhe a minha vida. Não duvido dele, nem um segundo.

17 estava de braços cruzados e encostado à parede, também ele olhava com admiração para as enormes naves. Zero e Tonya distraíram-se com uma marcha de alguns Guerreiros Experientes e 17 pegou no pulso de Araceli e "raptou-a" para um beco isolado.

- Prometeste não enervar-me. - Arreliou-se ela.

- Prometi. E vou cumprir. Só quero mostrar-te uma coisa. Anda comigo!

- Isso é novamente uma ordem?

Ele sorriu e apontou:

- Aquela é a minha futura nave. Chama-se Reina. É bonita, não é?

Araceli mirou a nave com admiração, ela era impressionante. Toda a nave era preta com algumas luzes verdes que intercalavam com luzes roxas.

- É linda! - Sorriu ela. - Tens mesmo a certeza que vais conseguir ser responsável por tantos homens? Tens a certeza que vais conseguir levar a responsabilidade de proteger dois planetas?

- Tenho. Fui treinado para isso. Não sei fazer nada mais. - 17 parecia lamentar-se desse facto – É um desejo do meu pai que tanto eu como os meus irmãos sigamos os seus passos.

- Ele deseja isso para a Tonya? - Pensou Araceli tristemente.

- Não. Para as meninas ele deseja algo diferente. Casá-las com rapazes importantes de outras famílias, talvez.

- A Tonya gostava de apaixonar-se. Tenho pena que vocês não possam viver as coisas com calma como na nossa Terra. Escolher quem amamos é uma bênção.

17 desviou o assunto:

- Percebo que a minha irmã disse-te o nome dela. Uau! Foste rápida a conquistá-la.

Riram-se. Araceli não respondeu que 16 achava agora que era sua família e essa era a razão porque sabia o nome da jovem.

- Queres saber o meu? - Perguntou ele levemente no ouvido dela.

- Sei que tem um R. Mas... não preciso saber mais nada. - A jovem da Terra continuava a tentar afastar-se dele o máximo que podia, apesar de sentir uma força que os atraía.

- Vamos fazer mais uma promessa. - Idealizou ele – No dia em que te disser o meu nome, quero que percebas que isso significa que és a coisa mais importante para mim. Quer dizer que te amo profundamente e jamais amarei outra pessoa além de ti. Combinado?

Araceli olhou para a mão estendida de 17 e alegou:

- Isso é um exagero enorme! Faz-me lembrar a história da amiga de um conhecido meu. Conheces o príncipe Malachi de Mickri?

17 sorriu de forma perfeita:

- Conheço. Somos praticamente família. O pai dele era tio do meu pai.

- Mesmo? Tens de mo apresentar um dia. Ele é um borracho! - Troçou Araceli.

O rapaz franziu o sobrolho e pareceu desconfortável:

- Ele não é assim tão bonito. Até o Zero é igual a ele.

- Estás com ciúmes? - Riu ela.

- Aqui em Oberon, eu sou muito apreciado pelo público feminino. Acham que sou diferente dos outros rapazes porque o meu cabelo é mais escuro. Gostas de platinados? Por aqui isso é demasiado visto.

- Na verdade, gosto dos morenos. Cabelos bem negros. - Mentiu ela.

17 ficou sério e ela viu algum sofrimento no olhar dele, arrependeu-se de troçar com ele e tentou apaziguar um pouco o jovem:

- Desculpa. Não devíamos estar a falar sobre isto. Não interessa saber o meu rapaz de sonho, certo?

- Eu interesso-me por esse assunto. - 17 deixou as palavras voarem pela boca sem pensar e ficou preocupado que ela levasse isso a mal – Mudando de assunto: a nave que vou pilotar tem uma regra "Nunca deixar um homem para trás". Sou o único Guerreiro de Oberon com essa regra na nave. Até o rei acha que é uma péssima ideia... Disse que o bem do planeta não pode ser colocado em risco por causa de um só homem. Não concordo!

Araceli achou aquilo muito fofo e tinha uma vontade descomunal de dar a mão ao jovem que estava ao seu lado, não o fez. Interrogou:

- O nome da nave... é o nome da tua mãe, certo?

17 olhou para Araceli curioso:

- Sim. Como sabes? Até quando falámos no teu quarto, tu sabias a história do Guerreiro e da princesa. Como?

- O meu pai contava-me essas histórias antes de dormir quando era pequena.

- Como sabia ele tantos pormenores? Mais de metade dos Oberianos não sabe o nome da minha mãe.

Araceli não sabia a razão. Mas começava a sentir que aquele planeta tinha um poder enorme sobre ela. Desde que tinha chegado sentia-se diferente. E o seu pulso doía muito e dava-lhe comichão. Estava vermelho e 17 viu isso.

- Espero que não tenhas sido mordida pelo mosquito Cupido. - Suspirou ele ao pegar levemente no pulso dela.

*****

Que mosquito é este?

17.17 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora