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Estava saindo do meu trabalho e seguindo para uma padaria ali próxima

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Estava saindo do meu trabalho e seguindo para uma padaria ali próxima. Sempre faço este mesmo trajeto.

Trabalho numa loja de material de construção e artigos para obra há oito meses, foi a avó da minha filha quem me arranjou.

Desde que o seu filho mais velho sumiu sem se importar com a filha, ela me ajuda como pode, e não reclamo. Assim que meus pais souberam que estava grávida e que o pai não ia me ajudar, fui enxotada da família. Suei muito, passei noites de fome, poupando o pouco que tinha para que minha filha pudesse comer e hoje, depois de seis anos, digamos que nos encontramos numa boa situação.

Temos uma casa, é nossa, pequena e confortável e agora que estou trabalhando de carteira registrada, minha situação mudou um pouco.

— Me vê dois pães e 200 gramas de presunto, por favor.

Peço ao atendente que está atrás do balcão, e logo em seguida vou para o caixa, não posso demorar, pois daqui a pouco o transporte escolar passa para deixar minha Malú.

Estava distraída, guardando o troco na bolsa, quando um homem me para na rua.

— Por favor, moça, tenho fome.

Ele era alto, diria que tinha um corpo atlético, mas a sujeira e aquela barba não deixava notar. Eu vi sinceridade em suas palavras.

— Toma. Acabei de comprar alguns pães. — Eu abri a sacola pegando um pão e o partindo com minhas mãos para colocar presunto dentro.

— Obrigada. Ninguém quer me dar comida, eu estou com muito frio.

Meu coração doeu, ele estava com uma cara de cansado. Eu não tinha muito, mas quando eu precisei de ajuda, vi pessoas desconhecidas me estender a mão e eu não faria diferente com este moço. Ele estava com uma calça jeans rasgada e suja e uma blusa, que um dia foi branca, da mesma maneira.

— Qual seu nome? — perguntei a ele.

— Miguel.

— Miguel de quê?

— Não sei, não lembro.

Seus olhos, enquanto me respondia, eram sinceros. Miguel não era tão velho, mas debaixo de toda aquela sujeira ficava difícil descobrir sua idade.

Eu não podia tardar mais, o peguei pela mão e corri para casa, minha filha me esperava. Depois de uma caminhada de meia hora, cheguei no meu portão e o transporte lá estava, peguei a minha princesa, que olhou curiosa para Miguel.

— Mamãe quem é ele? — Malú perguntou curiosa.

— Um moço que precisa de ajuda, meu amor.

Eu segurei em sua mão e fomos caminhando até o portão, vendo seu olhar atento, para onde estava o desconhecido.

Quando entramos, Miguel ficou parado na porta.

— Entre, a casa é simples, mas estamos te recebendo de coração.

AMOR FEDERAL ( DISPONÍVEL NA AMAZON)Where stories live. Discover now