CAPÍTULO 1

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Atualmente
Roma, Itália.

Acordo sentindo os raios de luz que atravessam as cortinas brancas e iluminam meu quarto, o facho de luz que toca parte da minha coberta deixa um calor agradável, me descubro olhando em direção da sacada aberta. Era hoje. Já estava tudo decidido e a decisão era unânime. Caminho a passo curtos até a porta que dormiu aberta que permitiu a brisa da noite romana envolver meu sono, sem peso na consciência pela minha decisão. Abro a cortina iluminando meu quarto, meu porto seguro, de uma única vez. Inspiro fundo contemplando a vista que tira todo meu fôlego.

— Deveria ser um crime se acordado por tamanha beleza — a rouquidão da voz de Stefano chega aos meus ouvidos, viro-me encarando o homem nú sobre minha cama e caminho em sua diração. — A porra de uma deusa diabolica.

— Seu chefe não vai gostar de saber que seu braço direito está comendo a pessoa errada — falo próximo demais do seu ouvido e completamente inclinada sobre a cama.

Ele segura meu cabelo desmanchando a coque fazendo meu cabelo se esparramar sobre minhas costas e me puxando para um beijo. — Tenho certeza que meu chefe será bem compreensível em relação a castigar a pessoa que não suporta.

— Dormir com o inimigo é bem sujo — provoco deixando escapar um sorriso porque essa é a maior hipocrisia que poderia sair dos meus lábios logo pela manhã.

— Com toda certeza, Jade — ele diz antes de capturar meus lábios. É o calor que preenche minha manhã.

Stefano é um amigo da família, braço direito e protetor de Edmundo. Nosso envolvimento é um passatempo bom e gostoso que vai fazer falta, nunca existiu cobrança, satisfações, conversas sobre nosso mundo, apenas sexo sujo e no final ambos eram uma boa distração para as inquetações de nossas mentes perturbadas. Quebro nosso contato deixando claro que era hora dele ir, precisava seguir meu caminho e hoje ninguém iria estragar os planos gloriosos que tinha.

Voltaria para Mântua ainda hoje, o que um dia foi minha terra e meu lar. Um dia que na minha mente era tão distante que eram apenas lembranças embaçadas, porém, não seria mais um lugar que fico no passado. Quando surgiu a oportunidade e entendemos que era a hgora o padrinho adorou a ideia de que voltasse para casa e assumisse os negócios de uma vez por todas, só que ainda existe um obstáculo chamado Pietro, o chefe da casa Martinelli. Aquele homem não iria abrir mão tão fácil do seu trono na lombardia, o seu ego era maior que seu pau, para ele era melhor lutar até a morte por um trono usurpado do que se ajoelhar diante da herdeira legítima e perder a misericórdia pela sua vida.

Pietro não é uma ameaça ao império D'Angelo, na verdade, ele se sente ameaçado, Mas, a máfia Martinelli seria uma grande aliada contra a Cosa Nostra que ultimamente tem quebrado o acordo de território e tem feito negócios bem sujos nas nossas ruas. E comigo no poder temos uma aliança sólida, não só por tudo que o padrinho fez por mim, mas porque ele não é o monstro que Pietro descrevia para mim. Apanho meu celular na mesa de apoio, o relógio marcava oito horas da manhã na capital.

Ainda ficava impressionada com a cara de pau de D'Angelo em ficar no centro de Roma à vista de todos, ao contrário de muitos de muitos chefe ele não quer se esconder, ele está à vista de todos e todos sabem quem manda.

Aprendi isso conforme convivi com ele. Tudo que sou hoje, quem me tornei foi graças a D'Angelo. Sou filha de um rival seu e mesmo assim ele me estendeu a mão. Ele foi mais meu pai do que o próprio Pietro. Voltar a Mântua significa enfrentar o passado e tomar o que é meu por direito, fiquei anos fora, pois Pietro acreditava que me mantendo longe iria conseguir pôr um pouco de juízo em minha cabeça. No entanto, foi mais uma tarefa que ele falhou miseravelmente; a única coisa que ele conseguiu foi me deixar com raiva. Fui obrigada a deixar tudo: minha vida, minha irmã e minha casa.

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