Os Verdadeiros Filhos da Escuridão

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Minha intenção era sair sem fazer alarde. Se eu tinha que ter essa conversa com aquele sujeito perigoso, apenas eu correria esse perigo. Porém, o fato de ser gêmeo de alguém, as vezes é bastante traiçoeiro. Não precisei dizer absolutamente nada para que me irmão captasse no ar que eu estava próximo de fazer algo.

Assim que deixei a mansão, Arthur estava encostado na pilastra ao lado da porta. Estava com os braços cruzados na altura do peito e um de seus pés apoiado na parede.

— Saindo sorrateiramente? — perguntou me olhando pelo canto do olho.

— Parece que não. Sorrateiramente seria se você não estivesse me esperando — segui até ele e parei em sua frente.

— Eu sou seu irmão e sei cada coisa que se passa em sua cabeça e no momento sei exatamente onde está indo e já aviso que é burrice se envolver com o Presidente.

— Você ouviu minha ligação! — constatei por fim.

— É, eu ouvi — Arthur respondeu descruzando os braços. — Estou tão curioso quanto você, mas não vale a pena.

— Não quer saber quem são essas pessoas e como conseguiram se esconder por tanto tempo?

— Eu quero, mas é burrice ir só. Sair sem avisar ao seu clã para onde está indo é algo que eu nunca achei que você faria.

— Ainda existe a mágica da ligação criador-criatura, irmão.

— Não se te pegarem de surpresa e te apagarem antes que possa tentar — ele rebateu e respirei fundo.

— Arthur, eu já marquei e vou ao encontro dele. Você está humano e não pode me impedir.

— Tem certeza que ainda estou humano? — Ele fez seus olhos se tornarem negros diante de mim e suas presas duplas saltaram. — Parece que eu posso te impedir, se eu quiser.

— E você vai? — perguntei. Arthur sorriu.

— Não! Você parece determinado —  se desencostou da parede e respirou fundo. — Conhece aquele ditado, não é? Se não pode com eles...

— Porque eu tinha a certeza que você se prontificaria a ir comigo?

— Porque eu sou seu irmão mais novo e sabe o que dizem dos irmãos mais novos serem apegados aos mais velhos. Além do mais, você me conhece bem.

— Você é quinze minutos mais novo. Apenas quinze minutos — respondi me afastando, enquanto sorria e descia as escadas da mansão em direção à garagem.

— Esses quinze minutos são o suficiente para me tornar o irmão mais novo e o chiclete em seu sapato. Apenas aceite o fato de que irei com você e me conte qual é o plano.

— O plano é simples: ir até Washington e conversar com o Presidente dos Estados Unidos — respondi enquanto abria a porta do carro e me sentava no banco do motorista. Arthur tomou seu acento ao meu lado e me olhou fixamente, balançando a cabeça em desaprovação. Prendi um riso.

— Agora, mais do que nunca, eu preciso estar ao seu lado. Você nunca teve bons planos.

— Olha só quem fala — liguei o carro e deixei a propriedade da mansão. Não avisei a Alice ou ao Sean o que eu estava prestes a fazer. Esperava que eles entendessem que fiz o que fiz para protege-los e para tentar achar respostas.

...

Chegamos na entrada da Casa Branca e fomos recebidos pelos agentes do presidente. Ele já me esperava e por isso todo o acesso foi liberado, mesmo sendo àquela hora da noite.

Infinito - Livro 3 (Trilogia Imortal)Onde histórias criam vida. Descubra agora