What I Have Done?

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Eu senti meu estômago revirar e a minha pressão cair, tudo que eu queria era que Wade saísse de cima de mim para que eu pudesse me acalmar, pela primeira vez, eu pude ver Wade Wilson congelar de tanto arrependimento. 

— Wade, você pode sair de cima de mim? Por favor! — Minha voz saiu falhando de uma maneira que o nome de Wade soasse quase como um gemido e logo em seguida o mesmo levanta e sai correndo em direção ao seu quarto.

Me levanto e sento no sofá, fico parado observando a chuva forte e sentindo o vento gelado que batia em meu rosto me deixando completamente arrepiado, e então, me desabo a chorar. As lágrimas rolavam ferozmente pelo meu rosto, a casa estava um completo silêncio, parecia até que a chuva tinha se calado só para me ouvir desabar.

Eu tentava me acalmar mas não conseguia de jeito nenhum, meu choro foi ficando cada vez mais intenso, eu comecei a ficar com dificuldades para respirar e eu não sabia mais o que fazer. Estava me preparando para gritar Wade, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa ouço o estrondo da porta se abrindo e vejo ele correndo em minha direção e me dando um abraço quase como se sua vida dependesse disso.

E quase que instantaneamente, o meu choro parou. Wade estava com os olhos vermelhos e uma grande cara de choro, ele me abraçava com tanta delicadeza e mesmo assim conseguia me passar uma segurança enorme.

— Me desculpa Petey, por favor me desculpa, me desculpa, eu não queria ter feito nada disso, me perdoa por favor. — Sua voz saia falha, como se ele estivesse com o choro entalado na garganta.

— Você não culpa nenhuma Wade, fique calmo! Eu estou bem...

Eu me solto de seus braços, mas nossos rostos continuam a centímetros um do outro, fico encarando a profundidade de seus olhos azuis que me hipnotizavam absurdamente e então, sem nem pensar, eu o beijo.

Meu Deus.

O que eu to fazendo? Eu não sei o que deu em mim, mas eu o beijei, o momento que eu tenho sonhado com por anos está finalmente acontecendo e o mais incrível de tudo? Ele me beijou de volta.

Meu corpo estava em delírio, ao mesmo tempo que eu queria me afastar e parar o beijo, começar a gritar com Wade dizendo que ele não tinha o direito de brincar com meus sentimentos desse jeito eu tenho vontade de o beijar cada vez mais e não para nunca.

Seu beijo era como um soco de emoções bem na minha face, ele me atingia com tanto desejo e ao mesmo tempo com uma delicadeza absurda. Wade estava conseguindo me levar a loucura apenas com um simples beijo, só de pensar em mais meu corpo começa a pegar fogo por dentro.

E então a gente finalmente se separa, ambos extremamente ofegantes, ficamos sentados no sofá um ao lado do outro, nossos corpos colados e sem que trocássemos uma sequer palavra, apenas o ritmo da nossa respiração completamente sincronizada.

A sala estava tão quieta que era possível ouvir o ritmo acelerado do meu coração, minha mão estava gelada e eu sentia a minha respiração pesar novamente. Até que eu sinto a mão de Wade segurar a minha, sem mais nem menos, ficamos parados ali, apenas observando a televisão, ambos sem trocar uma palavra se quer. Até que ele finalmente quebra o silêncio.

— Eu te amo, você sabe né?

Eu olho de relance para Wade e ele está estático, a única coisa que se via era seu peito subindo e descendo devido sua respiração acelerada.

— Eu preciso ir, me perdoa.

E sem mais nem menos, ele se levanta e vai embora. A porta da sala faz um estrondo enorme com sua saída e então, eu percebo que o que eu mais temia aconteceu, eu destruí nossa família, eu acabei com a nossa família e provavelmente perdi não só meu melhor amigo, como também o amor da minha vida.

                             ...

Eu fiquei mais ou menos duas horas encarando a porta na esperança de que ele fosse voltar, mas nada aconteceu. Depois de horas consecutivas chorando eu me jogo no sofá e sinto meu corpo em meio aos panos e as almofadas, tudo que eu queria era sumir. A chuva apertava cada vez mais e a minha preocupação com Wade aumentava cada vez mais.

— Eu sou um merda, um merda, UM MERDA!

Começou a gritar de frustração e na hora da raiva pego o copo de bebida de Wade e jogo em direção a parede, o copo se espatifa e voa cacos de vidro para todo lado.

— Eu sou um imbecil, que merda eu tava na cabeça achando que beijar ele seria uma boa ideia? Ótimo Peter, você só faz merda, merda atrás de merda.

                            ...

Fazia umas duas horas que eu andava na rua embaixo da chuva sem nenhum rumo, eu estava todo ensopado e com frio, tudo que eu queria era voltar para casa, mas eu estava com tanto medo de encarar o Peter novamente que só continuava andando sem rumo algum. eu acabei de ter a oportunidade da minha vida e eu joguei tudo no lixo por puro medo.

— Porra Wade, larga de ser frouxo caralho!

A rua estava fazia, a chuva ficava cada vez mais intensa e eu não sabia para onde ir. Eu fiquei andando sem rumo durante tanto tempo que quando me toquei ja estava na rua de Vanessa e era pra la que eu iria. Com muita sorte, Nessa tinha me contado de uma chave extra que ela mantinha escondida embaixo de seu tapete.

Na hora que eu entro no apartamento eu me desabo em lágrimas, eu estava chorando demais e eu nem sabia o motivo, ele me beijou e eu queria isso mais que tudo. Eu deixei o nervosismo tomar conta de mim e acabei fugindo. Eu queria volta e o pegar em meus braços, o beijar como nunca, queria voltar e dizer o quanto eu o amo e que ele é tudo que eu quero pra mim.

Preciso terminar com Vanessa.

Precisava terminar com ela, eu não posso fazer isso com ela, e menos ainda com Peter. Fiquei horas recolhendo todos os meus pertences enquanto enchia a cara para tentar amenizar a confusão da minha cabeça.

Quando eu finalmente terminei de fazer tudo ja era umas duas horas da tarde e eu estava sem vontade de fazer nada, apenas com a total disposição de encher a cara até esquecer o meu nome, antes de ter que encarar o mar de problemas que estava para vir. No final das contas, resolvi ir para o bar que tem no final da minha rua e com fé de que no final do dia eu vou conseguir voltar para Peter.

we were just friends (spideypool)Where stories live. Discover now