Capítulo 10 - A vida em Isfahan

496 42 1
                                    

Passaram por uma ponte e chegaram aos muros que protegiam Isfahan. Era uma sexta-feira do mês de janeiro. Após andarem por um período, entraram em uma avenida pavimentada com lajotas de pedra. Jaqueline pensou que ali deveria ser um bairro de pessoas ricas, pois as casas tinham terraços, po­mares e vinhedos. As construções eram todas de pedra branca e enfeitadas com azulejos azul marinho.

Pararam em frente a uma casa grande com portais, janelas e portões com arcos de ferro batido com pontas. Albert desceu da carroça, aproximou-se do portão e chamou pelo doutor Dari. Logo, apareceu uma jovem de pele morena e olhos castanhos. Ela usava uma longa túnica branca e um lenço vermelho que lhe cobria a cabeça e o rosto. Após conversar com Albert, ela chamou um rapaz, que veio ajudá-la. Ele também vestia uma túnica branca, mas usava um turbante vermelho na cabeça.

Albert ajudou Jaqueline a descer da carroça. O rapaz a levou para dentro dos portões para desocupá-la e desatrelar os cavalos. Albert e Jaqueline seguiram a jovem por um gramado e chegaram a um pórtico formado por duas colunas.

Ao entrarem na casa, estavam em uma imensa sala de paredes brancas e piso de mármore branco. Em um canto desta sala, saía uma escada branca de corrimão dourado. Albert e Jaqueline ficaram aguardan­do ali até que um senhor de túnica cinza e turbante branco apareceu. Sua barba e cabelos eram compri­dos e grisalhos.

– Boa tarde, senhores! – falou ele.

– O senhor deve ser o doutor Dari. – falou Albert.

– Sou eu mesmo! E o senhor deve ser o doutor Albert Ajoulais.

– Sim, senhor! Esta é a senhorita Jaqueline Rosset, da qual lhe falei em minha carta.

– Muito prazer, doutor Dari! – falou Jaqueline em árabe. Agora, ela compreendia quase que totalmen­te a língua.

– O prazer é meu, senhorita! Devem estar com fome, não?

– Estamos sim, doutor! – falou Albert.

– Me acompanhem a sala de jantar que mandarei que lhe sirvam algo.

– Obrigado, doutor! Entraram por uma grande porta e Jaqueline viu uma mesa comprida de madeira com várias cadeiras de es­tofado de couro branco. Várias janelas com cortinas amarelas claras deixavam a luz do sol iluminar o ambiente. Sentaram-se e o doutor chamou a jovem que havia aberto o portão.

– Tarfah, traga algo para eles comerem!

– Está bem, doutor! – respondeu a jovem.

– Me diga, senhorita, o que pretende fazer aqui?

Albert havia pedido a Jaqueline que tomasse cuidado com o que falava, pois o doutor Dari era um homem muito importante naquela sociedade.

– Eu gostaria de cuidar de pessoas enfermas, doutor. Albert respirou aliviado. Por um instante chegou a pensar que Jaqueline iria dizer que queria estudar medicina.

– A senhorita tem alguma experiência?

–Doutor, posso lhe afirmar que Jaqueline já vem cuidando de pacientes e ajudando meu pai e eu há mais de oito meses. – falou Albert.

– Isto é muito bom! Acho que posso lhe conseguir uma vaga de enfermeira no hospital do Centro de Estudos. Faremos uma experiência de um mês e depois veremos o que fazer. Concorda?

– Claro, doutor! Obrigada! Não posso nem me expressar tamanha a felicidade que estou sentindo! – falou Jaqueline sorrindo.

– Vejo em seus olhos a sua felicidade, senhorita! – falou o doutor Dari.

As Rosas de NarayanNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ