Três dias já haviam se passado, após a partida de Eliá. Jaqueline tocava piano na sala de música e o rei encontrava-se na biblioteca lendo alguns documentos.
Kay entrou no castelo e procurou por Anabel.
– Anabel, aonde meu pai se encontra? – perguntou ele.
– Está na biblioteca, alteza.
– Ele está muito ocupado?
– Está lendo, alteza.
– E a senhorita Jaqueline?
– Na sala de música.
– Anabel, quero que me faça dois grandes favores. Primeiro, leve esta carta para a senhorita Jaqueline. Fique por perto enquanto ela lê e, depois, me conte qual foi a reação dela. Segundo, não conte a ninguém o que acabei de lhe pedir!
– Está bem, alteza!
Kay esperou Anabel subir as escadas. Ele sabia que poderia confiar nela. Em seguida, foi para a biblioteca disposto a abrir seu coração e falar sobre o que sentia por Jaqueline para o pai.
– Posso entrar, senhorita Jaqueline? – perguntou Anabel.
– Claro! – respondeu Jaqueline parando de tocar o piano.
– O Príncipe trouxe-lhe esta carta e me pediu que lhe entregasse.
– Obrigada, Anabel!
Jaqueline olhou o remetente. A carta era de Albert. Abriu rapidamente a carta e, encaminhando-se para o seu quarto, começou a lê-la.
Querida Jaqueline,
Fiquei muito feliz ao receber sua carta e saber que iria reencontrar sua irmã.
Devo dizer-lhe que meus pais lhe enviam muitos beijos e disseram que estão com saudades. Eu e Monique estamos na casa deles. Viemos visitá-los, antes de partirmos em uma longa viagem, a qual já lhe explicarei melhor.
Tenho duas notícias para lhe dar: uma é muito boa, mas, infelizmente, a outra é realmente péssima. Vou começar pela má, pois talvez a boa lhe anime depois.
Quando cheguei aqui em Estrasburgo, soube de um terrível acidente que aconteceu há dois meses atrás. A senhora Dalors e Leonzinho voltavam da cidade quando ocorreu uma tempestade com muitos raios e ventos fortíssimos. Uma das árvores, perto da estrada que leva ao vinhedo, já estava bem velha e acabou caindo sobre a carroça deles. Leonzinho teve uma fratura na perna esquerda e já se encontra bem. Mas, infelizmente, a senhora Dalors não teve a mesma sorte. Ela teve um grave ferimento no peito. Jaqueline, a senhora Dalors não resistiu e faleceu pouco tempo depois do acidente.
Jaqueline não conseguiu terminar de ler a carta. Encostou-se na parede perto de seu quarto e deixou-se escorregar por ela até o chão. Ficou ali sentada, lendo e relendo a frase, sem poder acreditar nela.
– Senhorita Jaqueline, o que aconteceu? – perguntou Anabel.
Jaqueline não respondeu, nem sequer se mexeu.
– Fale comigo, senhorita! – gritou Anabel.
Sem obter resposta, Anabel correu até a ponta da escada e gritou, chamando por ajuda.
– Alteza! Majestade! A senhorita Jaqueline não está bem! Ajudem-me!
Kay conversava com seu pai quando ouviu Anabel gritar. Ele ainda não havia falado sobre seus sentimentos. Ele saiu correndo e subiu as escadas. O rei veio logo atrás dele.
![](https://img.wattpad.com/cover/16827236-288-k426034.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
As Rosas de Narayan
Historical FictionSéculo XVIII Jaqueline Rosset nasceu em uma pequena cidade ao norte da França. Ainda muito jovem descobre ser portadora de um dom especial e seu único desejo se torna usá-lo para ajudar a quem precisar. A realização desse sonho a levará a uma jornad...