111°

3.5K 246 6
                                    

- João não corre. - pedi enquanto ele corria pela rua rindo feito louco.

- não tem nada. - falou ainda correndo.

- João Pedro sai daí. - mandei e ele riu continuando a correr, agora bem no meio da rua - João não faz eu ir aí e te tirar. - avisei e ele riu - poxa João, vem logo.

- eu tô de boa, mãe. - falou e eu ia indo até ele.

Uma moto sai de um beco em alta velocidade e bem na hora, João ficou de costas pra olhar para mim, a moto foi e pegou ele.

João caiu no chão com o homem da moto, o filho da puta só se levantou, subiu na moto e arrastou saindo dali depressa.

Corri até João, que tava jogado no meio da rua sangrando.

- ai meu Deus. - falei desesperada quando vi a cabeça do João sangrar, coloquei sua cabeça no meu colo e vi que ele tava desacordado.

Uma rodinha de pessoas se formou no redor de nós. Bando de Zé povinho curioso do caralho.

- Ô BANDO DE ZÉ POVINHO, PAREM DE OLHAR E CHAMEM LOGO UMA AMBULÂNCIA. - gritei e vi algumas pessoas pegarem o celular - vai ficar tudo bem. - sussurrei trêmula enquanto tentava fazer a perna dele parar de sangrar.

Ouço o som de ambulâncias e logo dois paramédicos chegam com uma maca.

- senhora, se afaste. - um paramédico falou pegando João.

Me levantei e entrei na ambulância com os paramédicos e João. Fiquei olhando ele na maca, senti algumas lágrimas caírem, a ambulância para, alguém abre a porta e os paramédicos tiram João. Eles entram no hospital rápido e um enfermeiro vem até mim.

- senhora, faça a ficha dele por favor.

Fui até a recepção e uma moça me olhou.

- João Pedro Meirelles, 7 anos...- comecei a fazer a fichinha dele.

Digory Henrique

Tô na boca resolvendo algumas coisas sobre o carregamento que vai chegar mais tarde, alguém entra rápido e eu olho pra cima.

- bate na porta da próxima vez, caralho. - falei e Digu me olhou.

- chefia, teu filho foi atropelado lá na rua 12. - falou e eu arregalei os olhos - tá lá no postinho.

Me levantei rápido, peguei a chave da moto e acelerei indo para o postinho.

Entrei no postinho e caminhei rápido até a sala de espera. Em um corredor, tava só a Andressa de cabeça baixa.

- cadê ele? - perguntei e ela levantou a cabeça.

- o médico levou ele faz meia hora. - falou e eu suspirei passando a mão na cabeça.

- porra por que você deixou isso acontecer? - perguntei nervoso.

- Agora eu sou a culpada? - perguntou me olhando.

- é, você que tava cuidando dele, Andressa. - falei e ela negou.

- não é culpa minha e você sabe disso. - falou e eu neguei.

Amor Bandido Onde histórias criam vida. Descubra agora