35 - Era para ser um discurso

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                   ••Capítulo 35••

Era para ser um discurso

Trilha Sonora: Love Can Save It All - Andra

Matteo chegou logo depois de Luna, ficamos conversando a tarde inteira, Simón está muito bem, ele brinca, sorri, se movimenta sem dificuldades... creio que logo ele estará em casa. Simón não gostou de saber que eu sou sua acompanhante, ele disse que eu precisava ir para casa e descansar, em vez de ficar dormindo em um sofá, mas eu ignorei. Depois que Luna e Matteo foram embora, veio a parte difícil... o banho.

— Eu consigo tomar banho sozinho! — Ele afirma para a mim.

— É claro, é claro... não duvido disso. Mas a médica pediu para mim te ajudar, então eu vou ajudar. — Cruzo os braços, enquanto ele está em pé com os braços também cruzados e escorado na porta do banheiro, me impedindo de passar.

Ele aperta os olhos e abre aquele sorriso sedutor. — Ela pediu... ou você se ofereceu? — Ele pergunta desconfiado.

A enfermeira queria ajudar o Simón a tomar banho, porque é isso que elas fazem, cuidam dos pacientes. Mas eu não deixei e disse que eu mesma poderia ajudá-lo. Até parece que vou deixar aquela enfermeira de 25 anos dar banho no meu homem, ainda mais um gostoso como o Simón.

Fico sem palavras. — Olha... não foi bem assim! — tento parecer normal e sincera. — Uma enfermeira que eu nunca vi na vida queria te ajudar a tomar banho, eu só disse que não precisava porque que eu poderia ajudar. — Conto-lhe como se eu tivesse sido amável com ela.

Simón solta uma gargalhada. — Resumindo... — Ele abaixa a cabeça. — Você ficou com ciúmes? — Ele me encara esperando uma resposta.

Aperto os olhos. — E qual o problema? Acha mesmo que vou deixar ela ficar tocando nas minhas propriedades? — Falo completamente séria, e irritada.

Simón solta uma gargalhada. — Ámbar, elas são enfermeiras, dão banho em trinta pacientes por dia. — Ele me explica sorrindo.

— Não interessa, não vou deixar ela te ajudar no banho e ponto final. — Esclareço. — Eu não sei porque você está fazendo tanto drama! — Brigo. — Não tem nada aí debaixo que eu não tenha visto. — Lembro-o, e ele morde os lábios.

— Tem sim... — Ele diz, e inclina a cabeça para sussurrar. — O baraco de bala no meu peito, e isso é constrangedor. — Ele revela um pouco sem graça.

Tento freiar uma gargalhada. — Espera, você não quer que eu te ajude no banho porque está com vergonha dos pontos que levou no peito... mas deixar a enfermeira te ver completamente sem roupa não tem problema, é isso? — Aperto os olhos, irritada.

Simón franze os lábios. — Não amor, quero tomar banho sozinho... posso? — Ele ironiza a situação, e arregala os olhos na pergunta.

— Sabe o que é constrangedor, Simón? Seu namorado ver seu corpo cheio de marcas que foram causadas pela mão de outro homem, ou pelos cortes feitos por faca por ter quase sido assassinada! — Eu realmente me irrito, e acabo dizendo coisas um pouco pesadas para ser ditas agora, me arrependo em seguida. Mas não posso acreditar que ele está com vergonha de ficar nu na minha frente por um simples buraco de bala, que por sinal foi costurado. Simón respira fundo e abaixa a cabeça, mas volta seus olhos para os meus rapidamente.

Se eu Ficar | Simbar (CONCLUIDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora