Ted Remo Lupin

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POV Lotte

O tempo continuou a passar, mais mortes acontecia e mais desesperada eu ficava. Harry mal mandava notícias e não respondia as minhas mensagens, sabia que não estava morto, mas não quer dizer que não estava machucado e/ou em perigo. Poucas coisas me mantinham sã, a companhia de Fawkes, a gravidez de Tonks e uma boa leitura. Ultimamente me encontro lendo o mesmo conto repetidamente, como se ele fosse importante, talvez real... não sei explicar, mas o conto dos Três Irmãos não saia da minha cabeça.

— Ainda lendo esse conto infamtil? – pergunta Tonks entrando no meu quarto.

A sua barriga está enorme e o bebe está prestes a nascer. Cuidar dela e de sua gravidez, cada dia que passava a sua morte estava mais perto e eu quero ter certeza de que ela não morreria triste e que ao menos tivéssemos uma chance de ter momentos bons nesta guerra para que eu possa lembrar dela.

— Não consigo tira-lo de minha cabeça – confesso – Talvez ele seja importante para algo no futuro...

— Se está tão fixada nele, leia para mim – fala deitando-se na minha cama e pondo a cabeça no meu colo – Estou entediada e Remo não me deixa fazer nada.

— Okay – falo rindo do seu tédio – Só tente não dormir durante a leitura – falo a provocando.

— Eu estou gravida, sentir sono e dormir é algo incontrolável – fala rindo – Agora pare de me provocar e leia – ordena.

— Era uma vez três irmãos que estavam viajando por uma estrada deserta e tortuosa ao anoitecer... – começo a ler com uma voz calma -  Depois de algum tempo, os irmãos chegaram a um rio fundo demais para vadear e perigoso demais para atravessar a nado. Os irmãos, porém, eram versados em magia, então simplesmente agitaram as mãos e fizeram aparecer uma ponte sobre as águas traiçoeiras. Já estavam na metade da travessia quando viram o caminho bloqueado por um vulto encapuzado. E a Morte falou...

— Eu nunca me dou bem com essa parte – fala minha irmã – A morte falando...

Dou uma pequena risada e continuo:

— E a Morte falou. Estava zangada por terem lhe roubado três vítimas, porque o normal era os viajantes se afogarem no rio. Mas a Morte foi astuta. Fingiu cumprimentar os três irmãos por sua magia, e disse que cada um ganhara um prêmio por ter sido inteligente o bastante para lhe escapar. Então, o irmão mais velho, que era um homem combativo, pediu a varinha mais poderosa que existisse: uma varinha que sempre vencesse os duelos para seu dono, uma varinha digna de um bruxo que derrotara a Morte! Ela atravessou a ponte e se dirigiu a um vetusto sabugueiro na margem do rio, fabricou uma varinha de um galho da árvore e entregou-a ao irmão mais velho. Então, o segundo irmão, que era um homem arrogante, resolveu humilhar ainda mais a Morte e pediu o poder de restituir a vida aos que ela levara. Então a Morte apanhou uma pedra da margem do rio e entregou-a ao segundo irmão, dizendo-lhe que a pedra tinha o poder de ressuscitar os mortos. Então, a Morte perguntou ao terceiro e mais moço dos irmãos o que queria. O mais moço era o mais humilde e também o mais sábio dos irmãos, e não confiou na Morte. Pediu, então, algo que lhe permitisse sair daquele lugar sem ser seguido por ela. E a Morte, de má vontade, lhe entregou a própria Capa da Invisibilidade.

Penso imediatamente em Harry, ele tem uma capa de invisibilidade, e a varinha de Dumbledore...

— Então, a Morte se afastou para um lado e deixou os três irmãos continuarem viagem e foi o que eles fizeram, comentando, assombrados, a aventura que tinham vivido e admirando os presentes da Morte. No devido tempo, os irmãos se separaram, cada um tomou um destino diferente. O primeiro irmão viajou uma semana ou mais e, ao chegar a uma aldeia distante, procurou um colega bruxo com quem tivera uma briga. Armado com a varinha de sabugueiro, a Varinha das Varinhas, ele não poderia deixar de vencer o duelo que se seguiu. Deixando o inimigo morto no chão, o irmão mais velho dirigiu-se a uma estalagem, onde se gabou, em altas vozes, da poderosa varinha que arrebatara da própria Morte, e de que a arma o tornava invencível. Na mesma noite, outro bruxo aproximou-se sorrateiramente do irmão mais velho enquanto dormia em sua cama, embriagado pelo vinho. O ladrão levou a varinha e, para se garantir, cortou a garganta do irmão mais velho. Assim, a Morte levou o primeiro irmão. Entrementes, o segundo irmão viajou para a própria casa, onde vivia sozinho. Ali, tomou a pedra que tinha o poder de ressuscitar os mortos e virou-a três vezes na mão. Para sua surpresa e alegria, a figura de uma moça que tivera esperança de desposar antes de sua morte precoce surgiu instantaneamente diante dele. Contudo, ela estava triste e fria, como que separada dele por um véu. Embora tivesse retornado ao mundo dos mortais, seu lugar não era ali, e ela sofria. Diante disso, o segundo irmão, enlouquecido pelo desesperado desejo, matou-se para poder verdadeiramente se unir a ela. Então, a Morte levou o segundo irmão. Embora a Morte procurasse o terceiro irmão durante muitos anos, jamais conseguiu encontrá-lo. Somente quando atingiu uma idade avançada foi que o irmão mais moço despiu a Capa da Invisibilidade e deu-a de presente ao filho. Acolheu, então, a Morte como uma velha amiga e acompanhou-a de bom grado, e, iguais, partiram desta vida.

A varinha, a pedra e capa... a varinha, a pedra e a capa... Dumbledore tinha uma varinha igual a descrita no conto e Harry... Harry tem uma capa de invisibilidade que passou de geração em geração.

Levanto bruscamente da cama assustando Dora e procuro loucamente por um pedaço de pergaminho. Aquando finalmente os acho, me ponho a desenhar: a varinha, a pedra e a capa, combinadas elas formam um símbolo... as relíquias da morte, a história estava em minha frente o tempo todo. Como eu nunca percebi isso antes? O livro de Hermione, Harry precisa saber.

Corro até o diário e escrevo: "O livro contém algo importante, prestem atenção no livro – Lotte"

Então volto para a cama e olho para a minha irmã que me encara assustada.

— Dumbledore sempre teve um plano, um plano que nem eu sei qual é – e então a abraço.

*** 

Dias haviam se passado desde que mandei a mensagem para Harry e ele, como sempre, não havia me respondido. Estava jantando quando Tonks solta um grito repentino.

— Está na hora – ela diz ofegante e sei exatamente do que se trata, o bebê irá nascer.

Remo a carrega para o seu quarto, vamos logo atrás preparadas para tudo. Minha mãe logo entrou em ação, nos dizendo o que fazer e o que pegar. Remo não saia do lado da esposa, segurando sua mãe e sussurrando palavras de encorajamento.

— Força Dora – exclamo – Força!!!

Logo ouvimos um choro. O bebê nasceu, um menino, um lindo menino.

— Ted – fala Dora pegando o filho no colo – O nome dele e Ted – fala sorrindo em meio as lagrimas.

— Nosso pequeno Ted Lupin – fala Remo sorrindo, então ele se vira para mim – Você será a madrinha? – ele me pergunta.

Começo a chorar emocionada. Sei o que está prestes a acontecer e esse pedido só ajudou com que eu ficasse mais tocada.

— Mas é claro que eu aceito – digo chorando e pegando Ted no colo.

O meninho havia nascido com o cabelo preto, mas agora havia passado para um tom de ruivo, sorri quando abriu os seus olhinhos e me encarou.

— Ted Remo Lupin – sussurro como se estivesse lhe contando um segredo – Um dia você será um grande bruxo e deixará seus pais muito orgulhosos.

La bataille finaleDonde viven las historias. Descúbrelo ahora