Capítulo 11 - Sentimentos revelados

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[Gael]

O barulho dos aparelhos no quarto começaram a soar como melodia. Abri meus olhos lentamente e vi que estava no hospital. Senti uma dor insuportável no abdômen. Passei a mão por cima de onde doía e me lembrei da facada que levei. Não sabia ao certo que dia era, que horas era e muito menos quem me salvou. Uma enfermeira adentrou o quarto, aproximou-se da cama, olhou para mim e sorriu.

― Bom dia, Senhor Gael. ― cumprimentou-me a enfermeira sorridente.

― Bom dia. ― respondi sorrindo. ― Que dia é hoje? ― perguntei.

― Terça-feira. ― respondeu a enfermeira ajeitando o soro. ― O Senhor ficou três dias desacordado. ― contou.

Três dias desacordados? Com certeza, Marcos não sabe que fui esfaqueado ou nem apareceu aqui para saber se estou vivo ou morto. "Você quase morre e ainda pensa naquele traste que te bateu e expulsou do apartamento do amigo dele.". Meu consciente  repreendia-me. "Tu virou um saco de pancada dos irmãos Ivanovitch, Gael." Eu estava viajando nos meus pensamentos e meu consciente repreendia-me. Escutei a porta se abrir. A enfermeira ajeitou a cama e deixou-me tipo sentado. Vi Estevão, minha mãe, minhas tias, Matheus, Miguel, Murillo e Marcello. Disfarcei para não perceberem que esperava Marcos adentrar aquele quarto de hospital. 

Minha mãe abraçava-me levemente. A dor no abdômen ainda estava doendo, mas não como acordei. O médico adentra a sala. Esse médico aparentava ser jovem. Olhando para ele, poderia dar uns 32 ou 33 anos para ele, que se aproximou de mim.

― Vejo que você está muito bem. ― falou sorrindo. O seu perfume amadeirado suave entrou pela minha narina. ― Mais tarde vamos trocar os curativos e ver se tu vai ficar com alguma cicatriz. ― falou. ― Sou Dr. Eduardo Lacerda. ― sorriu. 

― Dr. ― chamou Estevão. ― As facadas prejudicaram algum órgão? ― perguntou preocupado.

― Graças a Deus, não. ― respondeu virando-se para Estevão. ― Os raios x mostram que as facadas atingiram só os músculos. ― sorriu.

― Obrigado. ― agradeceu Estevão.

― Meu sobrinho não vai ficar com nenhuma sequela? ― perguntou tia Raquel.

― Meus amores. ― disse o médico caminhando até ao lado da cama. ― Gael é um menino guiado por Deus. ― sorriu. ― Com licença. ― pediu. 

Antes de chegar na porta, o médico olha discretamente para mim e pisca. No fim da tarde, o médico volta com seu sorriso encantador. Enquanto retirava os curativos e analisava os cortes, Eduardo me olhava discretamente para não chamar a atenção da enfermeira que o ajudava. Ele quase não falou comigo. Só perguntava se eu estava bem e que não iria ficar cicatrizes. Disse ainda que os pontos iriam começar a cair em breve. Depois que acabou os curativos, Eduardo recebeu um chamado urgente. Ao passar pelo vidro que o quarto tem, Eduardo olha para mim e pisca novamente.

― Nem mesmo dentro de um hospital, tu não passa despercebido, né. ― disse Vicente adentrando o quarto.

― Tinha que ser você para dizer essas baboseiras. ― gargalhei. Vicente me abraçou.

― Mais um susto desses e eu te mato com minhas próprias mãos. ― sorriu Vicente. ― Como tu tá, irmão?― perguntou escorando sua cabeça no meu ombro.

― Estou pronto para outra. ― sorri. ― Eu só estou preciso te contar uma coisa. ― falei triste.

― O que tu aprontou, Gael? ― perguntou.

― Eu transei com o irmão mais velho dos Ivanovitch. ― revelei.

― O que? ― perguntou Vicente incrédulo. ― Tu ficou louco só pode. ― falou.

Os Filhos do Meu Padrasto  (Romance Gay)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz