Capítulo II

5.2K 123 15
                                    

- Ativar controles. – comandou Flavio. Uma voz feminina ecoou alertando a ativação, junto com o surgimento de um holograma simulando uma série de botões à sua frente. 

- Abrir painéis. 

Os painéis que cobrem as janelas começam a se abrir, revelando um colossal planeta azulado, semelhante a Terra. 

- Ativar tripulação.

De pequenos buracos saíram metálicas esferas flutuantes, que pairaram às poltronas vagas, sobre as quais projetaram imagens de homens e mulheres com perfeita nitidez. Apesar de artificiais, eram reflexos das consciências humanas que jaziam armazenadas na nave, simuladas pelo computador de bordo para que houvesse uma operação mais específica. E quando fossem inseridas nos corpos físicos, não lembrariam daquele momento.   

- Olá comandante, é bom vê-lo novamente. – disse um dos auxiliares aguardando por novas instruções.

- Hoje é o dia que todos estávamos aguardando. Após seiscentos anos da destruição do nosso planeta encontramos uma nova esperança, uma nova casa. Hoje é o dia que marcaremos um novo rumo em nossa história, hoje é o dia que a humanidade renascerá. – o capitão infla os pulmões apreciando o momento e a bela visão do planeta. – Lançar Habitação 501!

Um grande retângulo metálico com a identificação H-501 nas laterais é disparado na direção do planeta.

- Iniciar clonagem e sincronização de memórias em vinte minutos! - novamente as luzes oscilam, e o abafado som ecoa junto à voz feminina que anunciava a ação. 

A contagem regressiva surge no canto esquerdo da tela holográfica.

- Logo estaremos juntos novamente Lucy. – disse o comandante olhando nos olhos da mulher.

- Todos nós estaremos. – devolveu com um sorriso sereno.

- Senhor! Temos aproximação não autorizada. – alertou um dos auxiliares, abrindo um mapa com o posicionamento das embarcações.

- Quantos? – Indagou o Comandante abrindo uma tela com a visão dos quatro cantos da embarcação.

- Somente um cruzador, senhor.

- Estabeleça comunicação. 

- Não há resposta. – reportou o auxiliar ao comandante.

- O que a leitura orgânica diz?

- Não há forma de vida, mas há movimentação em seu interior. – esclareceu Lucy digitando e movendo rapidamente as janelas em sua tela.

- Ampliar a força dos escudos. Ativar os canhões e os drones de combate. – comandou Flavio aos auxiliares, que logo acataram as ordens. 

A nave sem identificação era pequena, e não era capaz de derrubar os escudos. Por essa razão, o alvo tornou-se outro. Dois disparos contra a H-501. Torpedos atingem a habitação, formando explosões silenciosas. Os estilhaços flutuaram em alta velocidade pelo espaço, pulverizadas ao se encontrarem com os escudos das naves. 

- Não! – esbravejou o comandante ante a cena. – Cancelar a contagem! Disparar com todos os canhões! Liberar os drones! - comandou batendo o punho contra o braço da poltrona. - Protejam a maldita habitação!

Ano 3.000Onde as histórias ganham vida. Descobre agora