Capítulo III

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No momento que os canhões iniciaram os disparos contra a nave inimiga, outras quatro desativaram a camuflagem e começaram a disparar. Sem som, os projéteis envoltos por uma luz azulada bateram nos escudos inimigos provocando um belo espetáculo de luzes. Uma das naves teve o escudo desabilitado e em seguida fora atingido por outro disparo que provocou uma série de explosões internas, despachando seus destroços por todas as partes.

O som de um alarme começou a soar dentro da nave, luzes vermelhas começaram a piscar nas laterais dos corredores e salas. Aparecendo então na tela holográfica do comandante a informação sobre a abrupta queda de energia dos escudos, que passaram a operar com apenas trinta por cento de sua capacidade.

Um dos auxiliares, com semblante amedrontado, reportou a situação:

- Senhor, os escudos estão fracos, se continuarmos recebendo tanto fogo inimigo ele irá se desligar em menos de vinte minutos, e sem ele... - fizera uma pausa para respirar e processar a situação. - Não iremos aguentar por muito tempo.

- Senhor, eles estão liberando naves menores para interceptar os caçadores. – alerta outro auxiliar ao ver pequenas naves deixando os cruzadores inimigos.  

- Concentrar fogo no cruzador! Iniciar manobras evasivas! Circular a nave e manter os disparos.

Outros cruzadores surgem, como se estivessem se materializando sob uma estrutura luminosa e pixelizada, passando então a disparar contra os pequenos caçadores não tripulados recém semeados pela enorme nave de Flávio e na habitação.

O primeiro cruzador é dividido ao meio por uma poderosa explosão assim que seus escudos foram derrubados, atirando com violência fragmentos metálicos no espaço e avariando as outras embarcações. O segundo cruzador, ante o poder bélico do adversário, é forçado a traçar uma rota de fuga ao planeta.

- Não deixem com que escapem! - vociferou Flávio ao perceber a embarcação em fuga. - Concentrem os disparos!

As rajadas disparadas pelos canhões formaram um espetáculo mortal, a belas luzes traçaram suas rotas ao encontro do cruzador e dissipando uma visível onda de impacto nos escudos, que logo sucumbiram sob o pesado ataque. Ninguém iria deixar aquela zona enquanto o H-501 não chegasse ao destino determinado. A nave em fuga então recebe outra rajada, sendo praticamente pulverizada em uma reação em cadeia, lançando chamas que logo se apagaram com a falta de oxigênio.


Duas naves ainda estão em batalha, iniciando movimentos circulares em torno da nave do comandante Flávio.

- Comandante, devido ao disparo recebido, a habitação 501 está saindo da rota pré-definida, e se continuar assim ela cairá no oceano. - alertara Lucy.

- Enviar drones de manutenção. Faça com que a habitação volte à rota original.

Semelhantes às pequenas naves lançadas contra os cruzadores não identificados, estes drones não dispunham de armas, apenas equipamentos de reparo, como pinças, mãos metálicas e outras diversas ferramentas. Estas decolaram dos hangares voando diretamente à H-501. Passando despercebidos pelo combate, se acoplam aos pontos de eixo do grande retângulo, para em seguida empurrá-lo de volta à posição pré-determinada.

- Senhor, a Habitação está voltando à rota.

- Muito bem! Destruam apenas os escudos, turbinas e canhões desses cruzadores. Assim que estiver inoperante, envie uma equipe de infiltração para descobrir o que está acontecendo.

Com a massiva onda de disparos contra os cruzadores, seus escudos logo foram desabilitados, e em seguida as armas e os propulsores também.

As comportas de um dos hangares do cruzador foram destruídas, e não houvera despressurização. Naves pairam ao interior escuro, iluminando o caminho com fortes faroletes que moviam-se como olhos. Portas se abrem na parte inferior destas embarcações, despachando androides, cuja estrutura lembrava seres humanos em vários aspectos, a não ser pela ausência de pele e carne, exibindo apenas uma estrutura metálica fosca e com armas em punhos.

- Estamos dentro. – anunciou o auxiliar sentado na cadeira, de olhos fechados, controlando um dos androides como se fosse seu próprio corpo. 

- Ótimo! – comemorou o comandante. – Compartilhe a tela comigo.

Ano 3.000Where stories live. Discover now