III | A Moça Misteriosa

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29 De Outubro De 2018

01:30 Da Madrugada

Olhei a parede que estava a minha frente, sem acreditar no que estava vendo, a parede inteira do meu quarto estava manchada de sangue, com as seguintes palavras:

Onde está ele?

Aquelas mesmas palavras da última vez, me virei para tentar fugir dali, mas o que encontrei foi pior do que a parede manchada de sangue.
Me vi de frente com uma figura espectral horrenda, era uma mulher, a mesma mulher da foto que a minha avó guardava, ela estava verde e com um olhar leitoso e assustador.
-Onde está ele? -Perguntou ela me encarando acusadoramente.
-Como assim? -Perguntei de volta, me afastando o máximo possível daquela figura que se aproximava de mim a cada instante.
-Não minta, onde está ele?! -Vociferou ela furiosa.

Senti as minhas pernas tremerem, continuei me afastando, até que cheguei na parede manchada de sangue, fiquei entre a parede e ela.
Minhas lágrimas escorriam silenciosamente pelo meu rosto, enquanto aquela figura buscava intensamente por algo. Ou melhor por alguém!
-Onde está ele? -Perguntou ela novamente.
Eu não sabia do que ele está falando, me encolhi no chão, com as mãos protegendo a minha cabeça.
-Onde está ele? -Repetiu mais perto do meu ouvido.
Continuei a repetir que não sabia do que ela estava falando, mas não adiantava, o fantasma da mulher continuava me perturbando com aquela pergunta insuportável.
Cansada daquela tortura, comecei a gritar por ajuda.

Minha mente estava apertada por aquela pergunta, onde está ele?
Até que fui tirada dos meus devaneios, com a minha mãe me sacudindo.
-Camila, por que você está gritando desse jeito? -Perguntou a minha mãe me abraçando.

Eu me agarrei a ela com desespero.
-Eu vi ela...eu vi! -Falei em meio ao choro.

-Viu o que? -Perguntou a minha mãe olhando o meu quarto.

Abri os meus olhos que estavam fechados e percebi que a mulher tinha sumido, me levantei lentamente procurando a mulher, mas não a encontrei, olhei em direção à parede e a inscrição de sangue também havia sumido.

-A frase de sangue, ela estava aqui! -Falei apalpando a parede procurando a frase, ela tinha que estar ali!

-Camila para com isso! -Falou minha mãe me segurando pelos braços com força.

-Eu vi ela, ela estava aqui! -Gritei desistindo de me soltar.

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Eu não me lembro muito bem do que aconteceu depois, a única coisa que eu me lembro, foi que após o ocorrido minha mãe me levou para o quarto dela e me deu um calmante muito forte, dormi o resto da noite sem acordar, mas fui perturbada por diversos pesadelos. 
Acordei de manhã com uma dor de cabeça terrível, me levantei, me lavei e peguei a minha bolsa e logo depois fui encontrar a minha mãe na cozinha, quando cheguei ela me olhou preocupada.
-Como você está? -Perguntou a minha mãe me avaliando.

-Bem. -Respondi secamente.

-Tem certeza? -Perguntou a minha mãe colocando um prato de panquecas na minha frente, acenei com a cabeça confirmando que estava bem, apesar de assustada. -Apesar de estarmos em outro país com uma culinária totalmente diferente da nossa, eu resolvi fazer essas panquecas que você tanto adora -Falou minha mãe se sentando de frente para mim.
Ela me observou comer todas as panquecas, quando terminei, ela segurou as minhas mãos e me olhou profundamente.

O Vale Da Morte || ContoWhere stories live. Discover now