IV | A Origem Do Mal

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29 De Outubro de 2018

15:30 Da Tarde

Madame Mayana?

Esse nome estava rodando na minha cabeça, eu sabia que o tempo estava acabando, a enfermeira do lado de fora esperava nervosa a gente sair.

-Quem é essa mulher? -Perguntei nervosa.

-Procure ela, quando eu precisei foi ela quem me ajudou. -Falou minha avó pegando na minha mão.

-Onde eu a encontro? -Perguntei me aproximando dela.

-Da ultima vez que a vi, ela estava em Guadalajara, fale com ela. -Insistiu a minha avó.

-Como aquele espírito entrou na nossa casa? -Perguntei ansiosa, saber de onde aquele espírito veio iria nos ajudar muito a mandá-lo embora.

-A história é muito longa, mas a única coisa que eu posso lhe contar e que ela sempre aparece para uma determinada pessoa na semana do dia de los muertos, Mayana irá lhe explicar tudo. -Garantiu a minha avó.

-Como eu faço para expulsar o espírito da casa? -Perguntei quase sem respirar.

-Não temos tempo, procure-a e ela vai lhe esclarecer todas as suas dúvidas, espero que você tenha mais sorte do que eu. -Falou ela com uma lágrima escorrendo no rosto.

-Vovó eu vou te tirar daqui e expulsar esse espírito da nossa casa. -Prometi.

-Tenho certeza que sim, quando eu busquei ajuda, ninguém acreditou em mim, agora você tem a ajuda de um amigo muito especial -Falou ela me lançando um olhar divertido na direção de Gabriel, que ficou envergonhado.

-Acredita em mim, eu vou voltar. -Falei me despedindo com um beijo.

-Antes de você ir, pegue isso. -Falou minha avó tirando do pescoço um crucifixo e me entregando -Esse crucifixo está benzido e não vai permitir que o espírito se aproxime de você.

-Vocês precisam ir agora. -Falou a enfermeira entrando no quarto, me levantei triste, sai do quarto da minha avó com o coração apertado, olhei para ela de relance antes da enfermeira fechar a porta.
Andamos por alguns corredores desertos até chegarmos a recepção.

-Eu me arrisquei muito por vocês, espero que vocês tenham conseguido o que precisavam para realizar o trabalho de vocês. -Falou a enfermeira nervosa -Agora vocês precisam ir, tenho muitas coisas para fazer. -Falou ela saindo em seguida.

Saímos do Hospício em silêncio, prosseguimos assim por muito tempo, pegamos o ônibus de volta para Guadalajara e seguimos absortos em nossos pensamentos.

Eu não sabia no que Gabriel estava pensando, porém na minha cabeça estava uma mistura de emoções, não queria ter deixado a minha avó presa naquele inferno, ela não era louca!
Em vez de respostas encontramos mais mistérios, porém com uma direção.

-Eu já ouvi falar de uma madame Mayana. -Indagou Gabriel depois de um tempo de silêncio.

-Aonde? -Perguntei me endireitando no assento.

-No povoado, muita gente vai atrás de uma Madame Mayana para consultar os mortos. -Falou ele pensativo.

-Por que você não me contou antes? -Indaguei.

-Eu não não estava me lembrando. -Falou ele na defensiva.

-Ok, mas você sabe onde ela mora? -Perguntei curiosa.

-Não, mas alguém no povoado deve saber. -Garantiu Gabriel.

-Temos que resolver isso o mais rápido possível -Falei preocupada. -A minha avó falou que esse crucifixo vai me proteger essa noite do espírito, mas não sei por quanto tempo essa proteção vai durar.

O Vale Da Morte || ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora