Capítulo 13

100 14 3
                                    

Ainda de tarde nós dois fomos para o lago, tomar banho e colher mais frutas. O tempo já estava se fechando novamente, por isso colhemos frutas para uns três dias. Além de água do lago.

-Temos que ir -Gabriel disse.

-Vamos. Eu já estou com frio -digo saindo da água e pegando a camisa cheia de frutas.

-Vem cá -ele diz me abraçando me aquecendo.

-Obrigado -digo e voltamos para o avião.

Foi fechar a porta que o primeiro trovão se mostrou.

-Hoje vai chover muito -digo já enrolado na coberta deitado na cama que era duas mas agora é uma de casal.

-Vai sim.

-Espera não morrer de frio nesta noite -digo me enrolando em mais duas cobertas.

-Exagerado -ele diz se deitando do meu lado.

-Eu não -digo me deitando junto a ele.

A noite, não consegui dormir. Os raios pareciam que caia do meu lado, e eu acordava sempre que um clarão no céu aparecia.

Continuo deitado para não acordar Gabriel, mas a cada minuto está sendo mais e mais difícil permanecer quieto em um lugar só ouvindo todo esse barulho.

-O que você tem -a voz de Gabriel surge em meio aos trovões.

-Achei que você estava dormindo -digo.

-Eu estava. Mas senti falta de você -ele diz.

-Mas eu sou aqui -digo.

-Não, não o seu corpo. Mas sim sua mente.

-Profundo -digo enquanto outro raio corta o céu é eu me encolho nos braços de Gabriel.

-Está fazendo muito frio -ele diz grudando mais ainda seu corpo no meu.

-Sim. Está -digo entrando mais ainda no seu abraço​.

Ficamos assim deitados ouvindo os trovões e vendo os raios pelas pequenas janelas do avião caído. Eu não estava com medo, mas eu estava me sentindo sozinho, tudo bem que eu estava com Gabriel, mas no meu interior eu estava me sentindo sozinho.

Eu amo estar com Gabriel, ainda mais agora que eu disse para ele que eu gostava dele e ele me disse que gostava de mim. Ele já me passava segurança antes e agora ele passa mais ainda.

E estar no abraço dele é igual a estar no abraço do meu pai. Me sentia seguro, me sentia feliz.

Quando o sol aparece, percebo que dormi sem perceber. Gabriel parecia cansado, acho que foi porque eu o acordei de noite.

Eu ia fazer algo especial para ele, um café especial.

Olho para a água do mar.

-É eu sei onde encontrar isso -digo indo até a água com um pedaço de vara com ponta na mão.

Bom. Pelo menos eu posso pescar e me defender ao mesmo tempo. Dou dois passos para dentro da água, é esse é o meu máximo.

-Não vai ter como eu pegar peixe aqui! Lucas .. -digo entrando mais na água- aqui não tem nenhum tubarão -quando término de falar eu lá estou com água até a cabeça.

A IlhaOnde histórias criam vida. Descubra agora