Capítulo 19

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Eu piso tão forte no chão que meu perfil começa a doer.

-Não liga para o que ele disse Lucas -o sapo vem pulando do meu lado.

-É, ele só está estressado -o porco espinho fala calmamente correndo com suas latinhas pequenas atrás de mim.

O esquilo pula no meu ombro e logo pula na minha frente me fazendo parar bruscamente.

-Se eu fosse você, eu ia lá agora mesmo e o encheria de murro!

Eu dou risada.

-Você é muito bruto para o seu tamanho!

-É o que? -ele fecha às suas minúsculas mãos em pequenos punhos e faz sinal para eu ir para cima dele- vem só para você ver o que é ser bruto de verdade!

Eu tento prender a risada mas não consigo. Gargalho bem alto.

-Tá bom esquilo, você é mais forte do que eu! -digo. Mas ele continua na minha frente mas desta vez batendo os pés rapidamente no chão.

-Mais o quê? -ele pergunta.

-Você é o maior esquilo do mundo e o mais corajoso.

-Agora sim -ele descrusa os braços e escala o meu corpo até o meu ombro- tá bom, para onde estamos indo?

Eu paro de andar novamente, eu nem sabia que estava andando.

-Eu não sei, eu não tenho mais para onde ir -digo me sentando em uma rocha pequena.

-Se você puder sair de cima de mim, eu poderei lhe indicar um lugar -ouço uma voz embaixo de mim.

Logo me dou conta de que sentei em uma grande tartaruga.

-Opa, me desculpa.

-Tudo bem, eu não devia estar aqui mesmo.

-Você disse que podia me ajudar?

-Sim. E posso.

-Como?

-Atrás da cachoeira tem uma caverna, é pequena mas confortável.

-É perfeita!

-Tudo bem galerinha, vamos todos se espalhar pela floresta novamente. Mas se virem o outro macho, saiam correndo!

O esquilo no meu ombro diz enquanto os outros animais começam a se espalhar pela mata.

Eu paro um minuto e fico olhando para ele. Quando ele percebe, ele pergunta.

-O que foi?

-"Quando virem o outro macho corram?" Que espécie de aviso é esse?

-É um que eu inventei, gostou.

-Gostei -minto.

Quando cheguei na cachoeira, percebo que o sapo, o porco espinho e o esquilo continuaram comigo.

-É aqui eu acho -o esquilo anuncia.

-Espera aqui -digo deixando o esquilo no chão- eu irei conferir.

Eu pulo na água e nado até a parte detrás da cachoeira. E encontro uma caverna, não é grande, mas daria para eu e Gabriel passar a noite.

-Ha sim. Eu e Gabriel... -me perco em pensamentos.

-Ei! Humano? Você morreu? -o esquilo pergunta.

-Se ele estivesse morto ele não responderia né? -o porco espinho debate.

Eu pulo de volta para a água e saio do rio me sacudindo todo de frio.

-Eu não posso deixar vocês um minuto juntos?

-Um minuto pode sim! - o esquilo diz- mas espera, o que é um minuto?

-Hoje eu irei lhe ensinar umas coisas... -digo me sentando na beira do rio.

A IlhaWhere stories live. Discover now