Capítulo 14

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Sigo em frente até alcançar o coral onde Gabriel estava. Subo e vejo algo estranho na água ao lado. A rede que Gabriel estava pescando.

-Engraçado, ele não voltou para pegar a rede.

Eu observo ela e ela está vazia, mas sim, intacta.

-Bom. Hora de pescar, enquanto eu estiver fora da água, estarei seguro.

Eu espero um pouco, até um cardume de peixes grande passar,e quando vejo um cardume se aproximando eu jogo a rede e a pouco para fora da água.

Era mais difícil do que eu imaginava, mas a rede veio cheia. Muito cheia.

Eu dou risada surpreso com a minha vitória.

-Vamos ter peixe no café, almoço e jantar hoje! -digo dando um nó na rede para os peixes não escaparem.

Eu olho para a água, eu tenho que voltar nadando, vai ser menos de um minuto. Eu respiro fundo e pulo na água, nado com muita dificuldade já que os peixes se debatiam na rede. Mas consigo chegar na areia em pouco tempo.

Eu mato e trato todos os peixes, apenas com a água do mar. Jogo os restos em uma pequena sacola para jogar no amor depois (claro, sem a sacola plástica) pois os restos vão servir de alimento para outros peixes.

Eu coloco seis peixes médios em espetos mas eu esqueço do mais importante. O fogo.

-Burro! Eu sou muito burro! -digo chutando a areia.

Me sento ferozmente na areia pensando na minha burrice.

Minutos depois, Gabriel aparece na porta do avião com uma mochila na mão.

-O que é isso? -pergunto.

-Essa e uma mochila de acampamento! Lucas  nós achamos uma mochila de acampamento!

-Nossa, aí tem bússola e esses negócios?

-Sim! Aqui tem tudo! -ele fala agora animado.

-Nossa, que achado hein?

-Sim, sim. Olha : bússola, isqueiro, canivete, mapa mundial​, filtro para água, lanternas, lâmpadas de emergência que recarrega a luz solar, kit emergência!

-Nossa tem até protetor solar -digo tirando da bolsa o protetor.

-Tem tudo oq eu agente precisa!

Penso um pouco..

-Me empresta o isqueiro por favor -peço.

Ele tira da mochila e me dá nas mãos.

-O que você vai fazer? -ele pergunta com uma cara de curioso.

-Você vai ver -digo dando as costas e entrando na mata.

Catei o máximo de gravetos secos que eu consegui achar, fui até a praia e vi Gabriel cutucando os peixes no espeto.

-Você que pescou isso?

-Foi -digo montando uma fogueira.

-Uau -ele fica impressionado.

-Você merece por ter ficado acordado comigo ontem a noite.

-Que fofo -ele diz me abraçando- quero te ajudar, o que eu faço?

Pela primeira vez, eu sinto que sou útil.

-Vai na mata e pega três galhos, dois com ponta dupla e outro reto.

-O que você vai fazer? Estilingue?

-Não bobo.

Ele entrou na mata e logo saio com os gravetos na mão. Eu já tinha terminado de montar a figueira e só faltava acende-la.

Peguei os dois gravetos com ponta dupla e os infiquei no chão, peguei o reto, que graças a Deus era grosso e encaixei nas pontas duplas dos gravetos.

Logo após, peguei os gravetos com os peixes e os escorei no graveto grosso.

-Prontinho, um fogão improvisado.

-Uau.

-Agora é só acender -digo.

-Eu acendo -ele carinhosamente tira o esqueiro da minha mão e acende a fogueira.

-Ficou perfeita! -digo admirando minha própria obra de arte.

-Nós somos brasileiros Vey, conseguimos fazer tudo! -nós batemos palma.

-Hoje terá peixe assado no almoço!

A IlhaWhere stories live. Discover now