Sigo em frente até alcançar o coral onde Gabriel estava. Subo e vejo algo estranho na água ao lado. A rede que Gabriel estava pescando.
-Engraçado, ele não voltou para pegar a rede.
Eu observo ela e ela está vazia, mas sim, intacta.
-Bom. Hora de pescar, enquanto eu estiver fora da água, estarei seguro.
Eu espero um pouco, até um cardume de peixes grande passar,e quando vejo um cardume se aproximando eu jogo a rede e a pouco para fora da água.
Era mais difícil do que eu imaginava, mas a rede veio cheia. Muito cheia.
Eu dou risada surpreso com a minha vitória.
-Vamos ter peixe no café, almoço e jantar hoje! -digo dando um nó na rede para os peixes não escaparem.
Eu olho para a água, eu tenho que voltar nadando, vai ser menos de um minuto. Eu respiro fundo e pulo na água, nado com muita dificuldade já que os peixes se debatiam na rede. Mas consigo chegar na areia em pouco tempo.
Eu mato e trato todos os peixes, apenas com a água do mar. Jogo os restos em uma pequena sacola para jogar no amor depois (claro, sem a sacola plástica) pois os restos vão servir de alimento para outros peixes.
Eu coloco seis peixes médios em espetos mas eu esqueço do mais importante. O fogo.
-Burro! Eu sou muito burro! -digo chutando a areia.
Me sento ferozmente na areia pensando na minha burrice.
Minutos depois, Gabriel aparece na porta do avião com uma mochila na mão.
-O que é isso? -pergunto.
-Essa e uma mochila de acampamento! Lucas nós achamos uma mochila de acampamento!
-Nossa, aí tem bússola e esses negócios?
-Sim! Aqui tem tudo! -ele fala agora animado.
-Nossa, que achado hein?
-Sim, sim. Olha : bússola, isqueiro, canivete, mapa mundial, filtro para água, lanternas, lâmpadas de emergência que recarrega a luz solar, kit emergência!
-Nossa tem até protetor solar -digo tirando da bolsa o protetor.
-Tem tudo oq eu agente precisa!
Penso um pouco..
-Me empresta o isqueiro por favor -peço.
Ele tira da mochila e me dá nas mãos.
-O que você vai fazer? -ele pergunta com uma cara de curioso.
-Você vai ver -digo dando as costas e entrando na mata.
Catei o máximo de gravetos secos que eu consegui achar, fui até a praia e vi Gabriel cutucando os peixes no espeto.
-Você que pescou isso?
-Foi -digo montando uma fogueira.
-Uau -ele fica impressionado.
-Você merece por ter ficado acordado comigo ontem a noite.
-Que fofo -ele diz me abraçando- quero te ajudar, o que eu faço?
Pela primeira vez, eu sinto que sou útil.
-Vai na mata e pega três galhos, dois com ponta dupla e outro reto.
-O que você vai fazer? Estilingue?
-Não bobo.
Ele entrou na mata e logo saio com os gravetos na mão. Eu já tinha terminado de montar a figueira e só faltava acende-la.
Peguei os dois gravetos com ponta dupla e os infiquei no chão, peguei o reto, que graças a Deus era grosso e encaixei nas pontas duplas dos gravetos.
Logo após, peguei os gravetos com os peixes e os escorei no graveto grosso.
-Prontinho, um fogão improvisado.
-Uau.
-Agora é só acender -digo.
-Eu acendo -ele carinhosamente tira o esqueiro da minha mão e acende a fogueira.
-Ficou perfeita! -digo admirando minha própria obra de arte.
-Nós somos brasileiros Vey, conseguimos fazer tudo! -nós batemos palma.
-Hoje terá peixe assado no almoço!
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A Ilha
Mystery / ThrillerAté onde o destino vai para juntar duas pessoas? Lucas parte em sua primeira viajem de avião, de Brasil para Austrália enquanto faz amizade com Gabriel, o menino que embarcou no mesmo avião que ele. Mas a viajem foi interrompida por um raio que fez...