Barreira invisível

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Quando Mia acordou em um salto, logo sentiu uma forte dor de cabeça, como se tivesse virado a noite em uma noitada e bebido diversos tipos de bebidas alcoólicas. Tentando recuperar seus sentidos, deixou seus olhos vagarem livremente pelo quarto e foi quando se deparou com algo provavelmente irreal:

- Cass?

Ela havia visto e sentido a presença de sua amiga, tinha quase certeza disso. Mas em um piscar de olhos, a garota havia desaparecido. A jovem suspirou tristemente ao perceber que estava sozinha ali, devia estar tão embriagada na saudade que acabava por ver coisas. Lembrou-se perfeitamente bem do porque havia adormecido tão repentinamente, Sebastian era culpado por aquilo. Ele havia usado sua magia para manipular seu sono e apaga-la no horário que lhe era conveniente.

Alongou os músculos do seu pescoço e ergueu seu corpo. Aquilo não ficaria assim, tinha que agir antes que acabasse morta.

Foi até o próximo cômodo com tanta rapidez que poderia entrar em uma corrida com o flash sem problema algum. Ela irrompeu porta a dentro para a cozinha, o último cômodo da casa aonde ainda não havia procurado pelo bruxo e como todos os outros ele estava vazio se não pelos móveis. Foi com grande susto que percebeu que era a única pessoa presente naquele apartamento. Mas tal sentimento fora substituído pelo alívio e pela alegria de identificar ali uma oportunidade para escapar.

Prendeu seus cabelos ruivos em um coque, preparando-se para uma grande busca pela chave. Porém se surpreendeu ao alcançar a porta branca e se dar conta de que a pequena chave dourada estava presa na fechadura. Virou lentamente abrindo a única passagem pela qual poderia realmente fugir, a madeira branca abriu-se com naturalidade e ela ficou ainda mais surpresa ao perceber que não estava presa.Todavia, quando lançou seu corpo para a frente, foi impedida por uma parede invisível, como se tivesse sido emoldurada no chão.

- Claro. - resmungou zangada. - Tava bom demais para ser verdade.

Agoniada, Mia deu murros na barreira que lhe mantinha presa dentro do pequeno apartamento, amaldiçoando o príncipe dos bruxos por ser tão esperto. Era uma prisão invisível, mas estava lá.

Ela correu até a cozinha, pegou uma cadeira, voltou ao seu antigo posto e arremessou-a contra a parede. A mesma voltou com tudo indo de encontro a parede física e não ilusória, tudo resultou em um barulho agudo. Mais algumas tentativas ocorreram e cada uma delas foi ridiculamente frustrante e inútil. O que quer que aquilo fosse, era realmente impenetrável.

Ela prendeu suas mãos nos cabelos enquanto caia de joelhos e berrava, desesperada achou que talvez tivesse alguma chance de ser ouvida por mundanos.

Mia ouviu passos se aproximando e pensou com raiva de que talvez seu sequestrador finalmente estivesse de volta. Parou de chorar e limpou suas lágrimas. Porém permaneceu na mesma posição.

Cassandra. Austin. Ela sentiu-se grata e aliviada por poder vislumbrar dois rostos amigos, mesmo que fossem apenas criações de sua imaginação.

- É uma pena vocês não estarem aqui de verdade. - choramingou. - Mas é a segunda vez que eu os vejo, bom... Pelo menos você, Cass. Isso deve significar alguma coisa.

- Somos nós, Mia. - a voz de Austin soou alta e real, penetrando o coração de Mia com extrema velocidade. Fazendo o órgão bater ainda mais forte. A princesa das fadas se ergueu em um salto, não pensando com clareza ela tentou chegar até seus amigos, mas foi novamente detida pela barreira mágica.

EncantadaWhere stories live. Discover now