Capítulo 02

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Meus pais me encheram a paciência o dia inteiro, me dizendo para eu me organizar porque hoje eu noivaria, nem acredito que ouvi essa palavra: noivar.
Já era noite quando meus pais mais uma vez, me incomodaram o juízo, eu seria um louco nos próximos meses se continuasse a morar sob aquele teto.
- O senhor Carlos chegou- falou mamãe.
- Ora, ora Carlos, como vai meu amigo?- ouvi meu pai gritar da sala, enquanto eu me encontrava no meu quarto, no andar de cima.
- Não muito bem, meu caro- ouvi o homem pestanejar.
- Que pena...- disse meu pai com uma falsa voz de infelicidade- Onde está a Srta. Luíza?
- Está chegando, tive que pedir outra carruagem, estava se arrumando como se fosse a uma festa de gala depois que soube da excelente notícia de jantar em sua casa. Ela adorou vocês.
- Fico grato em saber. Minha esposa ainda está se preparando em seu quarto, mas em breve estará em nossa companhia no jantar. Filho! Desça aqui e venha conhecer o senhor Jones.
- Me chame de Carlos, por favor.
- Ah claro.
Desci as escadas pesaroso e infeliz.
Mas assim que cheguei à sala, forcei em mim um sorriso, para parecer educado, embora hoje eu quisesse fazer tudo de mau gosto só para ver se eles mudavam de ideia quanto ao casamento.
Ficamos na sala conversando, e um pouco mais de dois quartos de hora depois, alguém bate à porta.
- Deve ser Luísa.- disse o sr. Jones.
- Por que não vai abrir a porta, Felipe?
- Claro.- falei sem animação, afinal eu não tinha motivo nenhum para me animar.
Mais uma vez uma batida na porta, e mais uma, me aproximei da porta, girei a maçaneta e...
- Aaiii.- gemi, a menina confundira minha cabeça com a porta e dera socos de impaciência em minha testa.
- Sinto muitíssimo senhor.-
Falou a jovem que estava com o rosto virado para o lado e só o virara para mim com meu uivo de dor. Eu que tinha fechado os olhos quando minha testa tinha levado pequenos socos, os abri assim que a garota se desculpara e me deparei com algo extraordinário.
Que bela jovem, que castanho incrível de seu cabelo, onde ficavam mais claros em suas pontas, seus olhos grandes e verdes assustados e seus cílios que se mantinham em movimento constante. E aquela boca... ah aquela boca! Deus que me segurou para que eu não a puxasse e a beijasse agora mesmo, que atrevimento ela tivera com aquela tinta em seus lábios, a cor do pecado, eu já tinha provado morango, mas aquele eu queria experimentar em particular. Sua pele branca com bochechas rosadas, bochechas que lembravam a mais fina porcelana... eu poderia me imaginar tirando aquele lindo vestido azul que me lembra o céu e deixando-a apenas de chemise e boca pintada de morango.
Ela me acorda de minha frenesi.
- Senhor? Senhor?
- An, Oi... Senh...Senhorita...
- Luísa, por favor.
- Senhorita Luísa- Fiz uma mesura meia boca.
- Meu pai chegou?
- Claro, onde estão meus modos? Entre Senhorita.
- Grata.
Ela entrou e seguimos para a sala de estar onde estavam meu pai e o senhor Jones.
- Filha! Já conheceu o Senhor Bourbon.
- Sim, pai, o conheci.
- Sente-se, Senhorita Luísa- ofereceu meu pai.
- Obrigada.- ela sentou-se e eu sentei ao lado daquela preciosa boneca, ah se eu a tivesse visto antes e ela não fosse minha noiva...
- Que tal, ao invés de Luísa ficar escutando nossa chata conversa sobre negócios e a deixar dar um passeio pelo jardim, acompanhada de meu filho?- Gelei.
- Está bem, então.
Levantei e ofereci meu cotovelo para a jovem apoiar sua mão, que assim que levantou-se fez o movimento e no mesmo instante senti mesmo com o terno, meu braço se arrepiar.

Como perder um Marquês (TRONNOS-1)Where stories live. Discover now