Capítulo 31

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- Estou feliz que você está aqui.- digo.
- Fico lisonjeado que minha presença traga um agrado a ti.
- Traz sim. O que acha de falar com Felipe assim que ele voltar?
- Como?
- É, não há nada demais em falar com meu marido, há?
- Perdoe-me, mas a senhora está bem? Ou perdeu a sanidade mental?
- Eu não estou louca! Estou sendo...hmmm...deixe me ver a palavra... ah, sim! MADURA. Coisa que nem você nem o Felipe.- enfatizo a última palavra.- são! Oras quem já se viu dois adultos que não sabem ver as coisas do jeito certo e ficam brigando como duas crianças birrentas.
- Não vimos as coisas do jeito certo, é? E como seria esse seu jeito certo?
- Se bem me recordo da história que me contaram, que na verdade é um fato verídico, ambos não tem culpa do ocorrido, como eu bem já disse e já estou exausta de esclarecer algo muito óbvio, a culpa é do assassino! Você tocou em sequer um fio de cabelo dela para fazer mal?
- NÃO! Eu NUNCA FARIA ISSO.
- Então! Agora me responda o seguinte: Felipe tocou em algum fio de cabelo para fazê-la mal?
- Não, ele não machucaria nem mesmo a uma mosca! Ele era ciumento e ainda é, mas não faria nada que pudesse violar alguém.
- É exatamente disto que eu estou falando! Compreenda que a briga de vocês não tem nexo. Você não sente falta de conversar com seu amigo?- ele fica meio pensativo e seu olhar por um breve instante ficou brilhoso e triste.
- Sinto.- ele falou tão baixo que não sei como consegui ouvir.
- Podemos fazer vocês se falarem de novo.- digo em um tom baixo e calmo, tentando ser o mais persuasiva possível.
- Não, não podemos. Nem ele consegue voltar a falar comigo e nem eu de algum modo consigo falar com ele.
- Dará certo.-digo positiva.- Por enquanto, vamos pensar em um quarto para você dormir aqui. Todos estão ocupados, mas vou procurar um lugar disponível para você passar esses dias.
- Ah, não, não se incomode. Irei passar apenas os dias aqui, a noite voltarei para minha casa.
- Por que se daria ao trabalho de vir todos os dias até aqui?- pergunto, pois não faz sentido ele querer fazer uma viagem-curta, mas mesmo assim- até aqui, para voltar à noite para casa.
- Eu gosto de você.- ele se aproxima de mim.- Gosto mesmo de você.- eu coro fortemente e ele percebe, desviando o rosto que estava próximo de mim e abre um sorriso meio de lado.
- Como assim?- a pergunta me escapa dos lábios.
- Ainda não sei. Sinto que devo protegê-la. Minha necessidade de fazê-la segura aumentou esses últimos dias e como por um pressentimento, um sexto sentido talvez, - ele abre um sorriso tímido- decidi ficar por perto esta semana.
- Então, só por esta semana ficará perto de mim?
- Está de brincadeira? Claro que não. Como eu já disse... bem... sinto afeto por você.
- Virá todos os dias?- pergunto e meu rosto se ilumina.
- Sempre que puder.- ele sorri.
- Vamos entrar?
- Claro.- Passamos pela porta e chegamos a sala.
- Onde estão todos?- fazendo suas atividades favoritas ou ocupados.
- E você o que fazia?
- Eu estava em Roma.
- Perdão?- o choque dele é tão grande que me causa uma vontade de rir e é isso que eu faço.
- Eu estava lendo um romance que se passa em Roma.
- Ahhhh. Assim tem mais sentido.- e ele ri.
Depois de um tempo de conversa, acabo arranjando um quarto pequeno, mas desocupado para Maurício descansar, mesmo depois de ter negado passar as noites também.
Com a hora do almoço se aproximando, as pessoas vão chegando aos poucos de seus afazeres.
Assim que Felipe chega, vou até ele com um olhar minucioso, meu olhar já me entrega 'dizendo' que não sei por onde começar. Assim que estou de frente para ele e muito perto, ele me questiona:
- O que foi que aconteceu?- diz com um olhar sem muita preocupação, como se eu tivesse aprontado alguma coisa mais uma vez, vez essa que nunca existiu! Sou uma santa! Nunca aprontei nada!
- Por que acha que algo ruim aconteceu?
- Eu não disse que era ruim.- ele fala.
- Você me olhou como se fosse.- digo.
- Você quem me olhou assim.- fala.
- Bem...
- Luísa...- ele fala em tom desconfiado e puxando o final do meu nome.
- Felipe.- não sei como prosseguir que Maurício está aqui, se Felipe souber, vai ficar furioso.
- Ora! Pare de procrastinar!- ele fala mais alto. Só quem está na sala somos nós dois... até agora...
Alguém desce o lance de escadas e diz:
- O que está acontecendo aqui?- Maurício está no meio da escada e olhando para nós. Olho para Felipe que tem um olhar de fúria que vai de mim para Maurício e vice versa.
- Hmm.... Maurício chegou.- digo.- SURPRESAA!!- levanto as mãos em ato de alegria fingida.

~

Depois de um desconfortável almoço, em que ninguém falou com ninguém, fui até Thomás para falar com ele sobre Naomi. Eu disse que iria ajudá-lo e eu irei ajudá-lo.
Fomos até o jardim que estava quase todo sombreado, sentamos em um dos banquinhos de madeira, pintado de branco em baixo de uma laranjeira que nos trazia um conforto.
- E então? Como vão as coisas no amor?
- Não muito boas.
- Por que?
- Não sei, ela está meio afastada de mim e sinto que fica cada vez mais distante. Será que ela acha que estou cortejando outra garota?
- É possível. Temos que pensar em um modo de afastar essa ideia da mente dela. Temos também que deixá-los juntos e a sós para que conversem.
- Assim como nós?- ele fala e eu abro um sorriso.
- Sim, assim como nós.- respondo e ele sorri também de um modo doce.
Felipe passa e nos vê, ele está saindo e eu o pergunto alto para que me escute:
- Ei, para onde vai?
- Acho que não precisa saber onde vou, mas pode continuar sua íntima conversa com Thomás. Parecem se dar muito bem.- não tenho resposta para isso, afinal, realmente nos damos bem, o que posso fazer?
Ele não precisava ter falado assim comigo, o que eu fiz para ele me tratar assim? Eu que deveria estar zangada por ele me ignorar e não me dizer para onde vai.
- Tudo bem.- digo com raiva.- Irei continuar minha conversa muito íntima com meu mais que amigo, Thomás.
- Que seja.- e ele sai estressado.
Thomás que apenas observava a cena, pergunta:
- O que houve exatamente aqui?
- Sinceramente, nem eu mais sei.
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Sorry não postar ontem.
Essa semana que está chegando, estará corrida por causa das provas de final de ano, mas tentarei postar.
Bye bye
😆

Como perder um Marquês (TRONNOS-1)Where stories live. Discover now