Eu sempre fui uma garota "padrão-perfeitinha", tinha uma família nuclear , era filha única, disciplinada, muito educada ,reservada, tímida e religiosa. Na minha casa não era aceitável músicas seculares, palavrões, nada de meninos até os 18 anos, tinha as notas mais altas da sala. Desde meus 9/10 anos sonhava em ser atriz ou em alguma área da mídia.
*chega uma mensagem de um site que havia me cadastrado*
-" Inscrições para teste de personagens da próxima novela: Little girl.*
- AAAAAA! - Dou um salto só largando o celular sobre a cama e descendo as escadas que se assemelhavam muito às de um castelo, e tenho o seguinte diálogo com minha mãe:
-Mãaaae! -grito- você não vai acreditar na mensagem que acabei de receber no meu email! -digo eufórica com um sorriso de orelha a orelha-
- Que mensagem? -perguntou pouco interessada-
-A emissora que eu tinha te falado que vai estrear um tele-novela e as inscrições estão abertas para os novos personagens! Yeiiih!
-A Emissora da Califórnia?
- Essa mesmo! É um sonho.
-pode ir esquecendo, acha mesmo que vou deixar você ir sozinha para outro estado?
- Mãe, é isso que eu quero fazer da vida, tenho que começar já! E outra, não vou sozinha.
- Você não sabe o que quer ainda, quando tinha sua idade também tinha esses sonhos.
- Por favor -quase chorando eu exclamo-
- Nem adianta esse teatrinho, pode funcionar pra emissora, mas pra mim não, mocinha!
- eu vou com minha vó -que tem muito dinheiro e já havia prometido ir comigo caso surgissem vagas-
-É impossível você ir morando em outro país. Nós retornaremos pra Austrália, Stacy. O emprego nos solicitou de novo, mas dessa vez será muito melhor do que a outra vez.
Não podia ser. Eu estava bem onde estava naquele momento, minha casa era um palácio -morava também com meus avós que também cuidaram de mim desde muito pequena- Eu tinha tantos amigos! Não quero deixar novamente minha vida pra ir pra um lugar cujo detesto. -Tava bom demais pra ser verdade....-reclamei-
Voltando um pouco a fita da minha vida...Havia pouco mais de um ano que meu avô havia falecido, ele era meu melhor amigo, cuidava de mim enquanto meus pais trabalhavam no hospital, ele me buscava na escola, passava a tarde comigo brincando mesmo com seu problema de saúde que o impedia de fazer muita coisa, nunca usou desculpa alguma quando se tratava de mim. Sua morte mecheu tanto comigo, quanto com a estrutura da família. Minha vó logo que ele faleceu vendeu a casa e logo eu com minha família nos mudamos de volta para a Austrália e foi onde tudo começou....
