Capítulo 7

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Lilian Novais

— Nosso café ainda está de pé? - Luke coloca a metade do corpo para dentro do meu consultório e eu sorrio levemente

— Está sim, mas ainda não terminei aqui. - ele levanta a sobrancelha e eu aponto para a menininha sentada no sofá ao lado da mãe — Estou no meio de uma consulta, Luke.

— Me desculpe, mas ninguém me disse isso. - eu reviro meus olhos e ele manda um beijo antes de sair da sala

— Me perdoem, mas sabem como esses meninos são. - a pequena Suze me sorri e sua mãe levanta uma sobrancelha, não acho ruim seu jeito, ter a filha numa situação como a dela é bem difícil

Essa é minha terceira consulta só hoje, meu segundo dia de escritório e já estou com bastantes pacientes.

Volto a fazer algumas perguntas a mãe e logo meu diagnóstico é dado. Cefaleia de tensão. É difícil, principalmente para uma criança, lidar com dor e dores forte de cabeça são horríveis mesmo.

Depois que elas se despedem e saem eu volto a sentar na cadeira atrás da mesa e arquivo a ficha da pequena Suze.

— Terminou? - eu afirmo mesmo sem levantar meus olhos — Vamos então, ou você tem outra consulta?

— Não, acho que hoje só tenho mais uma, mas mais tarde. - ele afirma e eu pego meu celular indo em sua direção

— Como foi seu dia? - eu dou de ombros

— Normal, eu acho. E o seu?

— Se uma coisa eu tenho certeza é que eu não vou ser ginecologista. - eu reviro meus olhos e ele ri — Amo mulheres mas ficar vendo a florzinha delas o dia inteiro não dá.

— Florzinha? - eu olho pra ele e ele dá de ombros — As vezes eu esqueço que você tem dez anos.

— Tenho onze, sua boba. - ele me mostra a sua língua e eu tento não ri da cara dele, mas fica difícil

— Qual é o andar? - eu pergunto quando entramos no elevador

— Sexto. - ele diz apertando o botão — Você nunca foi no café? - eu nego e ele parece chocado com isso — Todo mundo vai lá.

— Bom, eu não sou todo mundo. - eu dou de ombros e ele ri — Eu sou única, então... - eu dou de ombros e ele chega um pouco mais perto de mim

— Disso eu sei. - ele tira uma mecha do cabelo do meu rosto — Você é única, um linda e única mulher. - eu levanto minha sobrancelha e ele sorri de lado — Um pouco demais?

— Um pouco não. - eu rio — Não pressione, cara, você não sabe a confusão que você quer pra sua vida.

— Eu quero você.

— É exatamente isso que eu estou falando! - eu o empurro levemente — Eu sou complicada, maluca, não tenho um bom humor e, garoto, você tá arrumando sarna pra se coçar. - ele franze a testa — Viu, você nem me entende! - o elevador para e eu termino de empurrar ele — Só me dá espaço e, por favor, não me pressiona.

— Eu não vou desistir, você sabe disso não é? - eu afirmo e saio do elevador — Você ainda vai me querer, anãzinha.

— Anãzinha de cú é rola! - ainda bem que ninguém entende português por aqui — Falei que anã é algo muito legal.

— Dúvido. - eu dou de ombros e chegamos na lanchonete do hospital

O lugar é amplo, bonito, bem equipado e parece um local fora do hospital, se não fosse o mar de jalecos brancos eu pensaria que não era nem no hospital mesmo.

Amor Profundo - Série Loucas Para Amar #6 Onde histórias criam vida. Descubra agora