Simplesmente Acontece - Lucas Olioti

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Saí da creche e fui direto para o aeroporto buscar Luba.

Logo depois que estacionei senti meu celular vibrar e vi que era uma mensagem de Luba...

- Tô esperando numa lojinha de doce aq

- Óia gordo

- Olha quem fala

- É aquela perto do portal 9?

- eh

- b🐌

Desliguei o celular e fui até o encontro de Luba. Enquanto me aproximava da lojinha pudia ver cada vez mais os novos detalhes de Luba, ele estava muito diferente da última vez que nos vimos.

- Até que enfim traste!  - Luba disse quando percebeu minha presença.

- Óia já vai me xingando!

- Cala a boca e me abraça!  - Luba disse sorrindo.

Nos abraçamos e rimos.

- Você mudou muito. - Disse fitando-o enquanto o mesmo pegava suas duas malas.

- Você também mudou um pouco!

- Oh Deus, sério isso?

- O que? - Luba perguntou enquanto
saíamos da loja.

- Que você conseguiu terminar uma frase sem me dar uma patada. - Disse sorrindo.

- Ai, olha o drama Olioti! Eu sou um amor de pessoa...

- É, vamos fingir que sim! - Disse enquanto chegavamos no estacionamento.

- E eu mudei em que? Além da barba beautiful?

- Tá mais fortinho e finalmente entendeu que o cabelo tem cor natural e que não é necessário pintar. - Disse sorrindo enquanto entrávamos no carro.

- Então você não gostava do meu cabelo colorido?

- Gostava, gostava dele bem rosinha sabe... - Disse fazendo tentando uma voz feminina.

- Cala a boca Lucas! - Luba disse depois de uma gargalhada.

- Pensou besteira né safado? - Disse dando uma risada alta e aguda.

- Claro que não, eu nem sei do que você tá falando!

- Ah, claro! - Disse ainda rindo.

- Eu melhorei, é isso! - Luba disse convicto.

- Mas você continua baixo.

- Eu baixo?

- Sim!

- Você que tava querendo imitar uma girafa!

- Que isso gentchy, me chamando de pescoção na cara dura!

- É a mais pura verdade...

- Não é só o pescoço que é "ão"! - Disse rindo e olhei de relance para Luba, a tempo de ver ele revirando os olhos.

- Como você é ridiculo cara! - Luba disse sorrindo.

Ficamos alguns segundos em silêncio até nos entre-olharmos novamente e cairmos na gargalhada.

- Cadê o Pietro? - Luba perguntou se recompondo.

- Tá na creche.

- Ata, e o que você veio fazer tão longe menino? - Luba perguntou enquanto fitava a avenida pela janela.

Era uma rua bonita e o dia estava nublado, como sempre.