Nervoso?

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Capítulo 02

Lucas

— Ok Pietro, vamos que o papai está atrasado! – Digo dando batidinhas no ombro do meu filho quando termino de pentear seus cabelos.

Era o primeiro dia de Pietro na escola nova e eu estava mais aflito que ele, na verdade, eu acho que ele nem estava tão aflito assim.

— Nervoso? – Perguntei.

— Não! – Pietro disse sorrindo.

— Então vamos! 

Peguei ele no colo e fomos até o elevador. Confesso que estava contente porque ele estava indo para a escola, mas eu não estava me sentindo bem com isso. Ao mesmo tempo que ficava feliz por ele, também ficava triste lembrando que ele estava crescendo e que pouco tempo depois nossos momentos bobos que são tão bons vão se tornar apenas lembranças efêmeras...

Chegamos a garagem e logo entramos no carro. Depois de alguns minutos de músicas infantis e alguns sinais vermelhos furados por conta do atraso, chegamos a escolinha.

— Ok Pi, nós vamos descer do carro, ir andando até a sala, onde vai ter uma professora muito bacana que vai cuidar de você até eu voltar, tudo bem? 

Lembrei da primeira vez que fiz isso e sorri nostálgico.

— Sim! — Pietro respondeu abrindo um sorriso semelhante ao de sua mãe

— Ok, vamos!

Haviam várias crianças entrando na escola com suas mães segurando em suas mãos. Seguimos o movimentado grupo de mães e crianças até a parte interior do prédio, e por fim encontramos a sala treze, onde Pietro passaria suas próximas manhãs

— Sala treze. Não posso esquecer! — Disse baixinho para mim mesmo e escutei a risada de Pietro ao lado

— Está rindo de que? — Perguntei abrindo um sorriso automaticamente

— Nada... — ele disse ainda rindo.
Paramos de frente a porta de sua sala e eu agachei para falar com meu filho

— O papai vai trabalhar agora e você vai ficar aqui está bem? — Perguntei

— Você não vai ficar? — Ele perguntou aflito

— Não Pi, o papai tem que trabalhar, mas vou voltar para te buscar... Eu ou a Tia Luisa, ou talvez sua mãe!

Pietro fez um bico e cruzou os braços, me segurei para não rir

— Já vou indo. Lembre-se: Ohana significa família — Dissemos uníssonos nosso lema de pai e filho. Quero dizer… nosso lema desde que Pietro começou a assistir esse filme oito vezes por dia

Pietro sorriu e me abraçou

Eu não queria deixá-lo lá, uma insegurança forte me inundou e eu não queria solta-lo mais, até ser interrompido com o vibrar do meu celular

— O pai tem que ir! —  Disse me levantando, Pietro assentiu e entrou na sala. Rapidamente olhei para o celular, o mesmo anunciava uma ligação do diretor do meu programa.

— Oi!

— Está atrasado Lucas! — ele disse do outro lado da linha com um pouco de urgência em sua voz

— É o trânsito, já estou chegando! — Disse e num momento de impulso encerrei a ligação

Enquanto corria até a saída escutei alguém me chamando, era uma das professoras

— Desculpe, mas o senhor precisa assinar este papel. — Ela disse me entregando uma caneta e uma prancheta contendo os dados de Pietro

— É claro! —Sorri sem graça

— Geralmente são as mães que vem trazer os filhos, onde ela está? — A professora perguntou ainda sorrindo

— Dormindo! — Sorri e a entreguei a prancheta e a caneta. — Eu não deveria nem ter falado, porque isso fui uma puta falta de educação moça!

— Nossa, mas ela está dormindo enquanto o senhor trás o filho para a escola? — ela disse e captei sua micro expressão de nojo

— Sim, ela está dormindo e eu espero que acorde bem tarde porque ela é uma princesa e ela pode. E não precisa se desculpar, estou atrasado. Tenha uma boa tarde! 

Corri feito um louco até o carro.

Simplesmente Acontece - Lucas OliotiOnde histórias criam vida. Descubra agora