TEMPO

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Capítulo 02

Desculpe, desculpe, aquela primeira lista está totalmente equivocada, são coisas bem superficiais. O que você realmente precisa aprender são tantas coisas que não caberiam em uma lista.
Quando me vi sendo mãe em uma cidade metrópole como São Paulo, cheia de pessoas tão diferentes umas das outras e cheia de obstáculos na vida pessoal e interpessoal me perguntei: “por que diabos não existe um manual de como ser mãe/pai?”, algum tempo depois eu finalmente entendi; se algum louco se sujeitasse a escrever um, provavelmente passaria a vida toda escrevendo e não terminaria. A fórmula para ser um pai perfeito tende a ter muitos ingredientes, tantos que não caberiam em uma só receita.

No começo era bem difícil, éramos apenas Pietro e eu — mais eu do que Pietro — nós dois contra o mundo.

Tivemos que lidar com muitas experiências novas, obstáculos, insônia e além de tudo o preconceito. O preconceito de uma sociedade hipócrita onde os bons costumes tem de serem seguidos custe o que custar, onde a família tem que ser constituída por pai e mãe e caso isso não possa ser possível azar da pessoa e que se dane!
Essa é a ideia de família nuclear do século 19, onde se é esperado que as mulheres tivessem filhos, ficassem em casa, fossem prendadas enquanto os homens trabalhavam e conseguiam sustentar a casa... Seria lindo se não fosse trágico.

No começo achei que não seria um problema, mas com o passar do tempo se tornou um, e dos grandes, a minha sorte é que eu não ligo para a opinião alheia…

Nunca liguei para o fato de ser uma mãe solteira e muito menos para o que pensariam disso, mas quando meu próprio pai virou as costas para mim mudei minha perspectiva sobre isso.

Simplesmente Acontece - Lucas OliotiOnde histórias criam vida. Descubra agora