018|👼|Gabriel

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Jun's Point Of View

Um filhote de cachorro passou por mim rapidamente.

Algo nele me chamou a atenção.

O alcancei e o peguei nos braços.

Os olhos dele estavam mortos.

Gabriel está por perto.

Larguei o filhote que voltou a correr. O segui até confirmar que ele estava indo de encontro com mãe dele.

A cachorra o lambeu e os olhos do pequeno se normalizaram.

Já era noite quando finalmente senti o uso dos poderes espirituais de Gabriel.

Ele estava perto e não demorou muito para eu encontrá-lo em um estabelecimento de um bairro afastado do centro da cidade.

Ao entrar no local senti o cheiro do álcool invadir minha narinas.

Muitas pessoas bebiam e se divertiam lá.

Haviam duas mesas de sinuca e ao lado de uma delas estava o arcanjo de vestes pretas.

- Então o aprendiz de Aka Manah salva cachorrinhos perdidos? - perguntei, ao me aproximar.

- Então, o mais devotado ao Todo Poderoso tem afinidade com meros humanos? - Cerrei os dentes e me aproximei dele.

- Não vá fazer besteira. Estamos no Assiah. Qualquer manifesto de poder sem cuidado pode levar a morte de milhares. Por que está aqui, afinal de contas? - perguntei.

- Não é óbvio? - Ele fez uma tacada e encassapou três bolas.

- Uou! - Os homens que assistiam a partida vibraram ao ver a jogada.

- Eu quero me divertir. - Ele respondeu sorridente e acenou para o homem que jogava com ele.

- Divertir? Você é um arcanjo, Gabriel. Não tem tempo para se divertir.

- Correção! Eu era um arcanjo. Você não sabia? Eu caí a muitos anos. Andei pelos sete portões do inferno e me diverti muito vendo todas aquelas almas atormentadas.

- Você não era assim Gabriel.

- Para de me chamar por esse nome.

- E como quer ser chamado? - perguntei, irritado.

Um dos homens que assistia a partida colocou a bola 8 sobre a mesa.

Gabriel sorriu ao posicionar o taco perto da bola branca.

- Que tal... The8? - Ele acertou a bola e ela foi direto para a caçapa.

- Vou levar você para ser julgado. - falei, convicto.

- Você não pode.

- Claro que posso. É para isso que estou aqui.

- Você não consegue. - Ele me olhou nos olhos - Não sozinho. - e sorriu.

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