Tendo Aulas com Sofia Sobre Como Agir Sob Pressão

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POV Lauren

  ~Heavy On~  

Isso não pode ser bom. A mãe da Camila ainda tá caída no chão, tentando se levantar. Ignoro ela e faço uma leve pressão na mão de Camz para ela seguir para o carro.

Ela abaixou a cabeça em algum momento e agora, com ela de cabeça baixa, tudo que vejo é uma lágrima escorrer pelo seu rosto. Eu só estou com vontade de abraçar ela e dizer que tudo vai ficar bem, mas antes de tudo, preciso cuidar dela.

Com cuidado, ajeito ela no banco do passageiro e arrumo seu cinto de segurança. Eu vejo que ela segura o cinto com a mão, para impedir que o mesmo pressione sua barriga e isso me assusta.

Novamente, sem saber para onde ir, vou para casa. Ela fica calada e, pelo canto do olho, observo ela secando as lágrimas que insistem em cair no seu rosto. Ao mesmo tempo que quero perguntar se ela está chorando por conta da dor ou pelo ocorrido, eu sinto que já sei a resposta. E mais, sinto que ela não quer falar disso.

Faz uns 5 minutos que saí com ela no carro e ela ainda não disse nada. Me pego pensando que, pela segunda vez em menos de uma semana, por estar assustada, 'fujo' para minha casa. Me sinto segura lá, sinto como se todos meus problemas fossem ser resolvidos lá. Meus pais sempre foram, para mim, um local seguro, onde, não importa o que acontecesse, eles estariam lá comigo para resolver, sempre foram meus amigos.

E, ao me dar conta disso, percebo que estou a caminho da minha casa com Camila, mas estou fugindo da casa da Camila. Fugindo por causa dela, de uma casa que deveria ser o refúgio dela. Fugindo da pessoa que deveria ser a melhor amiga dela.

Isso me faz questionar o que realmente é família, sempre imaginei que família, fosse igual a minha: um ou dois adultos com seus filhos e estão sempre lá para ajudar, cuidar, proteger... Mas, nesse momento, eu sou mais família da latina que a própria mãe dela. O Chris é mais família do que ela. Até mesmo a girafa loira parece ser mais família do que aquela maldita.

Quando dou por mim, estou estacionando o carro na garagem de casa. Assim que desligo, dou a volta no carro e abro a porta da Camz que ainda está se mexendo para tirar o cinto. Me adianto e solto a peça e dou apoio para ela sair do carro. Em passos lentos, sigo até a porta e entro com a latina.


Logo percebo que minha mãe está na sala, vendo algum programa na televisão, mas, assim que ela vê que algo aconteceu com Camila, ela se levanta num pulo e vem até a gente. Não consigo evitar o pensamento de que até minha mãe é mais família para Camz do que aquela merda!

-O que aconteceu? - Diz assim que chega até a gente, dando apoio do outro lado para Camz.

-A mãe dela viu a gente e bateu na barriga dela com um cabo de vassoura. - Falo simples, tentando engolir todo o ódio que estou sentindo.

-ELA O QUE? - Minha mãe se altera e acaba gritando, fazendo com que Camz se encolha em minha direção e solte um gemido de dor. - Meu Deus! Me desculpa, Camila. Não quis te assustar! Coloca ela aqui no sofá, Lauren!

Soltando gemidos de dor, Camila se senta no sofá. Aquele silêncio dela está me corroendo e tudo que eu quero é impedir que aquela mulher chegue perto da Camila outra vez.

-Lauren, liga pro seu irmão, fala pra ele trazer a Sofia pra cá! - Se ajoelha lentamente na frente da latina para não assustá-la. - Camila, vou precisar levantar sua blusa pra ver o que aconteceu, tudo bem? - Como se fosse tirada de um transe, Camila se mexe agitada e acaba fazendo uma careta de dor.

-Não! Não precisa, Dona Clara! Tá... Tá tudo bem. Sério. Tá só dolorido, logo passa!

-Não, Camila. Não tá tudo bem. Deixa eu ver, talvez eu precise te levar para o hospital. Me deixa ver, prometo que tomo cuidado para não machucar você. - Vendo que Camila ia protestar, ela continua. - Olha, se você não quer que eu veja, tudo bem, mas então vou te levar pro hospital.

Voltando a ViverOnde histórias criam vida. Descubra agora