PRÓLOGO

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CAPÍTULO CONTÉM CENA DESTINADA A MAIORES DE 18 ANOS

Madson Pyer. Aparentemente é a mais nova moradora do bairro e da cidade, pois mudou-se recentemente com sua família, um jovem marido e um casal de filhos ainda na faixa dos 5 a 7 anos de idade. Acho que faz pouco mais de duas semanas. Antes estiveram morando em algum lugar da Carolina do Sul mas, West, seu esposo, precisou aceitar um novo emprego que os motivou a viver aqui. Pelo menos foi o pouco que ouvi falar sobre eles.

Eu estivera observando Madson nos domingos anteriores de uma certa distância, considerando a possibilidade de me descobrirem. O que diria ao padre Cicero? Não posso permitir que os outros pensem mal de mim.

Já é um enorme crime contra meus votos de misericórdia atormentar-me com esses pensamentos. E Tenho sã consciência disso. Como padre eu deveria ter mais respeito e não me permitir ser atormentado pelos pecados que rondam o mundo. Até parece que é fácil.

As vezes flagro-me tendo pensamentos inadequados, pensamentos distantes, porém não menos familiar. Mas sempre procuro o perdão de Deus, embora o resultado continue igual, é cruel admitir mas a vezes é como se ninguém estivesse ouvindo, talvez nem tenha afinal. Eu sei, é estranho, mas assim como qualquer pessoa tenho minhas dúvidas.

Um velho amigo de um amigo meu disse uma vez que "ser homem é uma desgraça, devemos aprender a lidar com nós mesmos." Imagino que eu saiba o que ele queria dizer. Somos incontroláveis. Temos necessidades. Desejos. Anseios. Naturalmente nascemos para sermos satisfeitos. Se realmente existe um Deus, fomos castigados por sermos homens.

Sinto-me atraído pelas mulheres que frequentemente vem as celebrações. Na maior parte do tempo em que estou no altar, é como se os olhos de cada figura feminina da platéia estivesse direcionada a mim, tentadas a adivinhar o que há por debaixo da batina que costumo trajar rotineiramente. É quase impossível me concentrar sabendo que elas me desejam.

No fim das contas, é isso que elas mais querem de mim.

E Madson parece ser uma dessas mulheres. Eu a quero. É pecado, eu assumo essa responsabilidade. Entretanto estou nessa por pura espontânea pressão. Venho de uma família muito rígida de pais rigorosos. Antes do seminário, eu era um jovem qualquer. Sem objetivos para o futuro. Atenções desviadas apenas para festas, drogas, sexo e o tempo todo diversão, pois aquilo era a única coisa com o que eu me preocupava.

Meu pai obrigou-me a isso. Desde então venho lutando com a vontade agonizante de finalmente ter uma mulher em minha cama para eu fodê-la até que meu corpo diga que chega. São incríveis nove anos de pura redenção. Claro que eu sou levado pelo instinto de me masturbar. Drasticamente estou de pau duro o que é incrivelmente desconfortável nas celebrações.

Há tantos infortúnios impossíveis de suportar.

Sem que eu notasse a igreja já havia esvaziado. Não notei o estante em que todos se foram porque estava afundado em meus conflitos. Mas Madson ainda estava aqui, ajoelhada, com as mãos se apertando, orando qualquer coisa. Seus olhos estavam fechados enquanto a boca em movimento sussurrava palavras que não consiguia ouvir. Simplesmente burburinhos inaudíveis.

Decido não interrompê-la. Caminho em direção as portas da entrada e as fecho. A igreja escurece, iluminada por poucas velas próximas ao altar dos mortos onde os fiéis costumam acendê-las para seus entes queridos já falecidos.

Viro-me de volta. Madson ainda está lá. Da mesma maneira que antes. Pronta para se entregar abertamente a mim. Deus, eu preciso disso mais do que qualquer coisa nesse mundo. Quero me por dentro dela. Ouvi-la gemer tão alto que sua voz irá provocar um eco nos cantos sensíveis da igreja agora completamente vazia, a não ser por um padre sedento por sexo e uma fiel de Deus orando na segunda fileira de bancos.

O Padre:(+18) COMPLETOWhere stories live. Discover now