Capítulo 2

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Ao desligar Júlia ficou pensativa.

-Até que ponto mamãe será forte? -Indagou-se enquanto discava para Lara.

Lara ouviu o celular tocando e não fez caso, virou-se na cama e olhou o relógio,16h00, quem haveria de ligar essa hora?

O maldito celular, continuava tocando, pelo visto não ia parar. Estendeu a mão pegou o telefone e disse sonolenta:

-Alô!

-Lara? Está me ouvindo?

-Oi doutora! -Falou irônica.

-Pensei que não fosse atender...

-Já atendi, o que foi? -Indagou ríspida.

-Aconteceu uma coisa horrível. Tem que vir para casa imediatamente.

-Quem morreu? -Perguntou estupidamente.

-O papai...-Júlia respondeu.

Depois um silêncio breve e chocado do outro lado da linha ela disse:

-Que piada sem graça é essa?

-Não acho que este seja assunto
de piadas, Lara! -Continuou Júlia.

-Meu Deus! -Gemeu Lara levantando-se de um pulo. -Como foi?

- Ele teve um colapso esta tarde!

-Como está a mamãe?

-Ela precisa muito de nós nesse momento, Lara, estamos te esperando.

-Estarei aí. -Disse desligando.

Lara ficou olhando para o teto pensativa, nunca compreendera sua família nem eles a ela, no entanto a seu modo ela os amava, mesmo quando os magoavam.

Ela e Júlia sempre souberam das infidelidades do pai e seu egoísmo, apenas Benjamim, ignorava a falsa normalidade que existia naquela família.

Júlia reagira optando pelo casamento com o jovem médico, Davi Medeiros e um futuro programado; ela seguira um rumo divergente em busca de liberdade.

Trancara a faculdade de psicologia, encontrara um trabalho como cantora e vivia sua vida.

Às vezes ficava pensando se Júlia estaria contente com sua escolha, porque ela já não estava tão empolgada com a sua.

Cutucou o homem deitado ao seu lado.

-Acorde, Bruno vou ter que viajar, meu pai morreu. -Falou rispidamente.

Ele abriu os olhos.

-Nossa! Que chato... Sinto muito, quer que eu vá com você?

Ela sacudiu a cabeça.

-Não precisa... ficarei lá alguns dias. - Ajeitou os longos cabelos castanhos claros, abriu o guarda-roupas e começou a fazer a mala.

***. ***. ***. ***.

Nos dias que se seguiram após o enterro de Jonathan, a casa permaneceu cheia. As pessoas tinham boas intenções, mas eram tantos agrados que Joana tinha a sensação de estar se afogando em delicadeza.... Felizmente sua casa era grande o suficiente para todos.

Entre a circulação ininterrupta de hóspedes temporários, o único momento que tinha sozinha era para dormir.

-O que eles acham que vou fazer, Joyce, morrer de dor? - Perguntou Joana impaciente a sua amiga certa tarde.

-Calma, Joana, todos estão chocados e tristes com a morte precoce do Jonathan e preocupados com você, com isso estão mostrando que pode contar com cada um deles. - Respondeu Joyce.

As Artimanhas do AmorWo Geschichten leben. Entdecke jetzt