Ao desligar Júlia ficou pensativa.
-Até que ponto mamãe será forte? -Indagou-se enquanto discava para Lara.
Lara ouviu o celular tocando e não fez caso, virou-se na cama e olhou o relógio,16h00, quem haveria de ligar essa hora?
O maldito celular, continuava tocando, pelo visto não ia parar. Estendeu a mão pegou o telefone e disse sonolenta:
-Alô!
-Lara? Está me ouvindo?
-Oi doutora! -Falou irônica.
-Pensei que não fosse atender...
-Já atendi, o que foi? -Indagou ríspida.
-Aconteceu uma coisa horrível. Tem que vir para casa imediatamente.
-Quem morreu? -Perguntou estupidamente.
-O papai...-Júlia respondeu.
Depois um silêncio breve e chocado do outro lado da linha ela disse:
-Que piada sem graça é essa?
-Não acho que este seja assunto
de piadas, Lara! -Continuou Júlia.-Meu Deus! -Gemeu Lara levantando-se de um pulo. -Como foi?
- Ele teve um colapso esta tarde!
-Como está a mamãe?
-Ela precisa muito de nós nesse momento, Lara, estamos te esperando.
-Estarei aí. -Disse desligando.
Lara ficou olhando para o teto pensativa, nunca compreendera sua família nem eles a ela, no entanto a seu modo ela os amava, mesmo quando os magoavam.
Ela e Júlia sempre souberam das infidelidades do pai e seu egoísmo, apenas Benjamim, ignorava a falsa normalidade que existia naquela família.
Júlia reagira optando pelo casamento com o jovem médico, Davi Medeiros e um futuro programado; ela seguira um rumo divergente em busca de liberdade.
Trancara a faculdade de psicologia, encontrara um trabalho como cantora e vivia sua vida.
Às vezes ficava pensando se Júlia estaria contente com sua escolha, porque ela já não estava tão empolgada com a sua.
Cutucou o homem deitado ao seu lado.
-Acorde, Bruno vou ter que viajar, meu pai morreu. -Falou rispidamente.
Ele abriu os olhos.
-Nossa! Que chato... Sinto muito, quer que eu vá com você?
Ela sacudiu a cabeça.
-Não precisa... ficarei lá alguns dias. - Ajeitou os longos cabelos castanhos claros, abriu o guarda-roupas e começou a fazer a mala.
***. ***. ***. ***.
Nos dias que se seguiram após o enterro de Jonathan, a casa permaneceu cheia. As pessoas tinham boas intenções, mas eram tantos agrados que Joana tinha a sensação de estar se afogando em delicadeza.... Felizmente sua casa era grande o suficiente para todos.
Entre a circulação ininterrupta de hóspedes temporários, o único momento que tinha sozinha era para dormir.
-O que eles acham que vou fazer, Joyce, morrer de dor? - Perguntou Joana impaciente a sua amiga certa tarde.
-Calma, Joana, todos estão chocados e tristes com a morte precoce do Jonathan e preocupados com você, com isso estão mostrando que pode contar com cada um deles. - Respondeu Joyce.
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DU LIEST GERADE
As Artimanhas do Amor
RomantikJoana Mascarenhas, é uma bela mulher de 46 anos, encarando os contratempos de uma infeliz viuvez. Ela atravessa uma etapa complexa: Muito jovem para ter uma vida sozinha e muito velha para fazer as coisas diferente. Sem recursos financeiros, nem qu...