beijo de despedida

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— Você sabe a diferença entre nós e a
Alex Russo? – Erick perguntou em tom de brincadeira enquanto assistíamos a um episódio de Feiticeiros de Waverly Place com a Maya pela milésima vez.
— Não, qual? – Segurei o riso sabendo que ouviria alguma bobagem como resposta.
— Que a Alex usa a magia para se safar das situações malucas se envolve e nós, inevitavelmente usamos o dinheiro dos nossos pais –  Meu irmão riu feito uma hiena.
Eu sabia que ele estava se referindo ao meu acordo com o Alex Lopes, meu futuro namorado falso com quem eu prometi pagar a pequena quantia de Mil reais, caso o nosso plano falhasse e para ser bem sincera é um plano simples só vamos ficar juntos até o Henrique desistir de mim, essa parte eu ocultei do Erick, ele ainda não sabia do segredo do nosso querido pai e se soubesse, seria o primeiro a contar para mamãe, ele é muito apegado a ela ao ponto de não permitir que alguém minta mais um dia, mesmo que seja para o bem dela.
Levantei do puf, onde estava sentada e fui observar o céu através da sacada, isso meio que, me ajudar a pensar.
Ouço um grito de Maya que faz minha mente sacudir:
— A Mamãe chegou! – Minha irmãzinha sai correndo, tropeçando em tudo que via pela frente de tanta euforia.
— Duvido você chegar primeiro do que eu lá em baixo – Erick provoca e quem corre sou eu.
Mas não para encontrar a Minha mãe e sim esconder a certidão de nascimento do Henrique em alguma prateleira de livros em meu quarto.
Eu me sentia evitando a 3ª guerra Mundial tentando livrar-me daquilo, então tive a brilhante ideia de devolvê-lo para o lugar onde encontrei e deixar bem claro para Lívia que sabia de tudo.
Pulei a janela e saí pelo portão eletrônico ainda destravado, corri na velocidade da luz até a casa do meu Irmão/ex-crush/amigo, sério se eu sobreviver a isso, o Roobertchay vai ter aumentar a minha mesada, estou me sacrificando demais pelas mentiradas dele.
Estava parada em frente ao portão da Mansão dos Lopes de Aguiar, quando ouço uma voz masculina conhecida chamar meu sobrenome:
— Ei, Fronckowiak! O que está fazendo aí? Pondo todo seu plano a perder? – Alex Guerra Lopes, entre tantas pessoas no mundo para aparecer agora, por quê justo ele ?
— Só preciso me livrar disso aqui, antes que... Bom, você sabe – Ergui o envelope para que ele pudesse ver.
— Já tirou uma cópia? Talvez um dia, precise de uma. – Deu um sorriso descontraído.
— E para quê exatamente eu precisaria de uma cópia? – Franzi as sobrancelhas.
  Ele não respondeu, apenas caminhou em minha direção e pegou o envelope das minhas mãos e disse que precisávamos de uma cópia urgentemente.
Fomos até a casa dele, a primeira vez que eu estive lá depois da festa, era estranho voltar ali tão rápido.
A casa está vazia e não chegaria ninguém além dos empregados, as belas vantagens de ser emancipado, subimos para quarto dele e não demorou mais que três minutos para fazer a cópia da certidão.
Antes de entregar-me os papéis, Alex quis planejar como e quando eu ia apresentá-lo como meu namorado para minha família. Após muita discussão decidimos que o melhor seria ir ao show intimista do meu pai na SM, que será daqui três dias!
Ele se aproximou devagar, colocou as mãos em volta da minha cintura para diminuir o espaço entre nós, deu um sorrisinho e finalmente me beijou.
Eu poderia dizer que formamos um belo casal,mas ainda é cedo, então somos apenas uma boa dupla.
— Eu acho que isso não estava no acordo, Guerra! – Afastei-me um pouco depois de partir o beijo. Necessitava de um pouquinho de ar.
— oh,shut up and have fun, Senhorita Rocha! – Piscou pra mim.
— Oh Claro que vou me divertir!–Pisquei.

Em seguida, virei as costas e fui embora, ao chegar em casa, dei de cara com a minha mãe sentada na poltrona do meu quarto á minha espera, como somos muito próximas, ela no mínimo estranhou o fato de eu não estar aqui quando voltou de viagem. Porém, não era exatamente sobre isso que queria falar:
— A Karina me contou sobre Henrique,o que houve?
— Eu não gosto dele desse jeito, Mãe! – Disse irritada por ter que trocar nesse assunto justamente com ela.

Fato curioso sobre nós, eu só a chamo de mãe quando estou triste ou brava com ela, geralmente a chamo de Melanie, Melzinha! Me sinto mais á vontade para contar meus segredos, meus medos e outras coisas! A vejo muito mais como uma melhor amiga do que qualquer coisa e eu amo isso na nossa relação, espero que nunca mude.
— Duas semanas atrás, você estava suspirando pelos cantos só de ouvir o nome " Henrique " E agora diz que não gosta mais dele?
— 15 dias é tempo suficiente para " descrushar "de alguém, tá bom ? – Ergui as mãos para o alto tentando não me sentir mal por mentir.
— Okay, senhorita desapegada! O que mais eu perdi nessas duas semanas fora? – Ela sorriu e fiquei pensando no que mais poderia contar.

Contei que a semana de provas tinha sido tranquila, que não havia faltado um dia que sequer da aula de canto, nem de teatro e também que queria passar essa semana lá na agência de modelos com ela.
Descemos para jantar, depois fiquei até de madrugada conversando com as meninas pelo facetime.
Na manhã seguinte, o motorista me deixou na escola e acabei encontrando a última pessoa que queria ver pelo resto da minha vida: O Henrique.
— Até quando você vai me evitar? – Segurou-me pelo braço.
— Não estou te evitando! Só achei que depois de ter levado um fora, não quisesse mais me ver! – Faltei sinceramente.
—Somos melhores amigos de infância, fiquei decepcionado por você não me aceitar como namorado, mas quero muito continuar com a nossa amizade! – Segurou minhas mãos, comecei a tremer.

Sabia que se eu ficasse perto de Henrique, contaria toda a verdade para ele, era uma injustiça que para contar tudo, tenha que acabar com a minha família e isso jamais seria capaz de fazer, então recusei seu pedido de " paz"  e fingi que não era comigo.

O restante do dia passou vagarosamente e entre uma aula de química e outra de biologia, decidi que para Henrique desistir de mim só havia um jeito: esfregar meu namoro falso na cara dele! E eu sabia exatamente como fazer isso, meu querido pai tem um pocket Show marcado na SM, Sexta à noite, a família inteira vai estar lá, sem contar a imprensa! Eu só preciso conseguir um convite para Alex nos acompanhar e o Henrique desistiria de mim para sempre. Senti uma pontada no coração só de pensar nisso.

E se eu preciso mesmo fazer isso, acho que merecemos uma despedida digna, em nome da nossa história juntos, que foi tão curta, no entanto deixou marcas que jamais vou ser capaz de esquecer.
Sem refletir sobre as consequências, enviei uma mensagem para o Henrique, pedindo pra me encontrar no ginásio e corri pra lá.
Ele estava chegando, o vi no portão e meu coração acelerou, prestei atenção em cada detalhe seu : O cabelo caindo no olho, os lábios trêmulos, a postura cansada e a expressão de tristeza em seu rosto. E era tudo culpa minha.
Aproximei-me devagar, não quero assustá-lo, respirei fundo e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ele sussurrou:
— Eu achei que você gostasse de mim, por quê está sendo tão fria?! – Me encarou. Estremeci.
—  E eu gosto! Gosto tanto que não posso deixar você se apaixonar por mim. – Mantive os olhos fixos no chão enquanto falava.
— Nada que você diz faz sentido pra mim agora! – Tocou meu queixo, me fazendo olhar pra ele.
— Acredite é melhor não entender! Não podemos fazer isso, é errado! – Senti vontade de chorar.
— Por que? – Pude ver seus olhos marejados.
Não respondi, apenas o beijei com toda a paixão e culpa que consigo carregar dentro de mim.
Depois saí correndo sem olhar pra atrás. 
"Taste the poison from your lips
Lately, we're as good as gone
Oh, our love is drunk and it's
Singing me my favorite song

Me and you
We were made to break
I know that's true
But it's much too late "
//////////////
"Provo o veneno dos seus lábios
Ultimamente, estamos separados
Oh, nosso amor está bêbado e está
Cantando minha música favorita pra mim

Eu e você
Fomos feitos para dar errado
Eu sei que é verdade
Mas é meio tarde demais"

Amor E Ódio 2 : Entre Pais E FilhosTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon