3. Moeda de Óbolo (PWP)

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devaneios por _emmagrant

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devaneios por _emmagrant

Sinopse: O deus do submundo sempre foi temido pelos humanos, tanto que seu nome nunca era pronunciado. Vigorava o temor de, nomeando-o, poderia atrair a cólera. Porém, o que você faria se ao chegar no domínio do imortal impiedoso, descobrisse que há uma forma de voltar à vida? Você trocaria a sua alma através de um selar, por uma mísera moeda de ouro?

Estaria pronto para entrar no jogo de Hades?





Capítulo Único: O homem que trocou sua alma por uma moeda.

O cheiro de enxofre se fundia de forma harmônica com o de suor, como se tal combinação fosse feita para andarem acompanhadas desde os primórdios, tão bem como seus dedos pareciam terem sido criados para o encaixe perfeito da curva de minha cintura, e ali ele depositou a força de um búfalo contra a minha pele. Eu sentia entre suas vestes negras, o volume entre suas pernas, e o tal roçava contra minhas nádegas, que já tinha a entrada latejante em desejo; o homem de cabelos cor de ébano tinha seus fios umidificados pelo suor exalado de seus poros eriçados, seus olhos tinham o estranho brilho avermelhado, o que trazia sua real natureza.

Diante de uma respiração ofegante vinda de meus pulmões, existia um apertar de seus dedos largos em meus ossos do quadril. E no início eu já havia cogitado a ideia de ficar ali pelo submundo, arrastando as correntes da minha penitência. Afinal, ter que conviver com a imagem do Senhor das Almas tomando seu corpo, era pior que qualquer castigo eterno — bem, era o que eu imaginava quando este me propôs trocar a morte com um pacto de almas e assim eu receberia uma moeda de Óbolo. Aquele pedaço de prata seria o meu pagamento para voltar com o barqueiro pelos rios de Aqueronte, tomar novamente meu corpo que estaria abaixo de algumas pedras e já começava a ser comido pelos insetos. Porém, naquele segundo em que eu sentia a respiração suave arrastando em minha pele do pescoço, me fez ter os pensamentos transformados em poucos segundos.

Todo o calor que emanava de seu corpo e que aquecia o meu, era de um prazer indescritível. Nada em solo dos vivos poderia pôr em palavras o fenômeno que era ter seu corpo em posse daquele imortal; que ao inverso de qualquer escrito antigo, possuía a aparência juvenil, com os olhos desafiadores, que pareciam comer sua alma, e os cabelos finos e sedosos em um tom tão escuro quanto às vestes empoeiradas que usava. Apesar dos olhos famintos, possuía uma expressão de calma e com a resolução peculiar aos homens acostumados a enfrentar o perigo desde sua criação, visto que havia enfrentado seu pai, Cronos, antes mesmo da criação das estrelas.

Minhas unhas afundavam na ferrugem da enorme cadeira — a que ele se encontrava sentado quando cheguei sem avisos ao seu território de domínio. Meus dentes trincavam para que não saísse mais um único ruído, e assim pudesse deter qualquer transparecer de prazer que eu sentia por conta de seus toques acalorados. Contudo, seus quadris bateram com violência em minha traseira, me fazendo vacilar no controle das pernas, tendo meus joelhos batendo de forma oca na cadeira de metal enferrujada; com uma posição mais privilegiada para suas mãos vagarem em meu corpo, ele deslizou seus dedos entre minhas roupas, tocando, com a ardência de sua pele, a minha que era tão morna; e este toque me fez rosnar em protesto, o contato queimava a epiderme, fazendo a dor ser tão deleitosa que eu já podia sentir meus olhos revirando em um prazer eminente.

COLETÂNEA DE ONESHOTSWhere stories live. Discover now