Mia Alianovna tinha apenas 15 anos, quando seus pais foram assassinados pelo Capo da Barbarians, após uma série de traições serem descobertas. Ela foi levada para a casa de Artêmio Knayev, Capo da Organização, onde foi mantida em cativeiro por 6 ano...
Please don't make any sudden moves You don't know the half of the abuse
Twenty One Pilots
MIA
Quinze dias se passaram desde que vi Horation assassinar aquela mulher no jardim. Quinze dias que todas as noites venho sonhando com isso e acordando apavorada, todas as vezes que aquelas cenas que insistem em se repetir na minha mente, me trazem a ideia sufocante de pensar no que pode acontecer quando nos casarmos. Quinze dias que o meu noivo simplesmente havia sumido e até agora não deu nenhum sinal de vida. Ouvi os seguranças comentarem que ele e Matteo tinham viajado para outro país. Talvez eu até prefira que as coisas sigam desse jeito. Mas, a cada dia que se passa, fica mais próximo a data do nosso casamento e isso me atordoa. Horation prometera que iria me deixar segura, que faria o possível para me manter longe do perigo que a nossa vida nos expunha, desde que nascemos. À época, senti confiança em suas palavras, apesar do medo do futuro ainda me consumir. Quem sabe eu estivesse certa em me manter desconfiada, quando tudo que ele falava parecia ir totalmente contra a realidade que eu conhecia bem. Em algum momento, achei que o assassino que eu sabia que existia dentro dele, que eu vi atuar, se manteria longe de nossas vidas, ao menos longe dos meus olhos. Eu estava completamente enganada! Mas, ainda era uma promessa. E uma promessa dentro da máfia, do nosso mundo, é algo que deve ser levado com seriedade e comprometimento.
Os dias foram se passando e eu também não vi nenhum dos homens de confiança ou Rugero pela casa. O único que eu via com frequência, era Guido. Arthur sempre estava na companhia dele. Guido passava bastante tempo dentro de casa e todas as vezes em que ele aparecia desacompanhado de Arthur, eu evitava estar no mesmo lugar ou simplesmente falar com ele. Eu não gosto da sua presença. Alguma coisa nele me intriga e de fato, ele parece me observar com muita frequência, como se estivesse desconfiando do meu segredo e de todo o nosso plano. Eu não tiro a razão dele por estar desconfiado de mim, para ser sincera. Há incontáveis momentos em que simplesmente não consigo evidenciar o meu personagem e acabo esquecendo de me livrar de um sotaque ou trejeitos. Mas não posso dar razões para que ele acredite nas próprias teorias, se é que ele pensa alguma coisa sobre a minha vinda repentina.
Por sorte, no noivado ninguém perguntou como eu e Horation nos conhecemos. Mas, se por algum motivo vier a acontecer no casamento, eu já estava pensando em uma história, só não tenho certeza se é boa o suficiente para que acreditem.
O casamento está marcado para acontecer amanhã, sábado à noite, aqui mesmo na casa, especificamente na praia. Teríamos uma cerimônia digna de um Santori. Ou seja, muita movimentação, ostentação e pessoas - assim como no noivado ou até mais. Fotógrafos, cerimonial, damas arranjadas e... Deus! Eu acho que posso enlouquecer um pouco mais a cada segundo.
Durante todos esses dias, tentei ao máximo não pensar na cerimônia. Fui à academia da casa, assisti alguns filmes com Arthur, cozinhei receitas novas para passar o tempo e fiz tantas outras coisas, como por exemplo passar quase dez dias para escolher meu vestido de noiva e fazer as provas. Tudo para manter minha mente ocupada vinte e quatro horas. Mas, toda vez que a noite chegava, a angústia vinha junto. Deve ser por isso que eu odeio a noite. É quando todos os seus medos retornam para te assombrar. A noite é escura e esbanja solidão. Eu sempre terminava sozinha no fim do dia, sem a companhia de Arthur para me fazer rir das suas cantadas que, segundo ele, são as melhores do mundo. A única coisa que me restava era o silêncio na tormenta das minhas divagações.
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
