Prólogo

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Está de noite. Apesar da barulhenta cidade, se fizer silêncio pode ouvir o som de lâminas batendo umas contra as outras, no grande Instituto de Nova York. E se você se concentrar um pouquinho mais, ou simplesmente ativar sua runa de audição, pode ouvir os soluços e as respirações raivosas e irregulares do jovem Shadowhunter de olhos azuis.

O garoto segura os cabelos negros com força, como se assim pudesse expulsar todos os resquícios de dor. Ele caminha até a escrivaninha, onde pega uma pequena tira com uma sequência de fotos dele com Magnus e a acaricia com o polegar, num gesto completamente doce e ingênuo.

Ele enfrentara uma emboscada durante o dia, sozinho, já que Jace, Izzy e Clary estavam em outra missão, até ficar fraco. Magnus o encontrou caído em sua porta, o primeiro lugar que o Shadowhunter pensou em ir, com a vida por um fio. Magnus o salvou e cuidou dele. Alec pôde ver o pânico em seus olhos, e não conseguiu deixar de pensar que um dia sua morte seria definitiva. E aquele pânico em seus olhos retornaria. Com o veneno dos demônios, o garoto disse coisas que não queria, mas que não deixavam de ser verdades.

Apesar de tudo, Alec não se via sem Magnus, ele era como respirar. Também não conseguia deixar de pensar em como isso podia ser perigoso para um Shadowhunter. Ter Magnus por perto, olhá-lo e saber que ele nunca mudaria o enlouquecia. Não tê-lo por perto o destruía por inteiro, cada defesa e resistência.

Num momento de dormência de seu cérebro, Alec decide fazer o que devia ter feito horas atrás, antes que seus milhões de pensamentos o impeçam de novo. Ele corre até o telhado do Instituto com seu arco, tentando não chamar a atenção de nenhum outro Shadowhunter. Com sua estela, o garoto ativa sua runa de velocidade.

Então ali estava ele, correndo pelos telhados das casas de Nova York direto para casa de um feiticeiro, naquela noite fria e chuvosa.

Alguns minutos depois, Alec bate na grande porta de vidro da varanda de Magnus, completamente encharcado, como se aquela fosse uma situação completamente normal.

Magnus abre a porta sem fazer esforço para esconder a cara de espanto.

- Alexander, o que está fazendo aqui? Vai pegar uma pneumonia. - diz o feiticeiro, puxando o garoto para dentro.

- Magnus, eu... - ele joga o arco no sofá - vim para me desculpar.

- Vou pegar roupas para você e uma toalha.

Alec o segura firmemente pelo braço antes que ele deixe o cômodo. O feiticeiro parece não se importar com o toque molhado do garoto.

- Não mude de assunto, você é um feiticeiro poderoso. Pode resolver isso - ele aponta para si próprio - com um estalar de dedos.

- Estou ouvindo.

- Eu disse coisas que não queria. Nada disso é sua culpa, mas a ideia de... eu não quero me tornar um fardo para você.

- Em que mundo você acha que seria um fardo para mim? - Magnus o encara com seriedade - Eu não posso mudar o que eu sou e nem você. Alexander, - seu tom de voz se eleva um pouco - eu te amo com cada pedaço do meu coração, de um jeito que nunca amei e nunca achei que fosse capaz de amar alguém. Você não pode prever o futuro, mas pode viver o agora. Comigo.

- Me perdoe. - O garoto abaixa a cabeça.

Magnus toca seu corpo, começando primeiro por seu braço, deslizando por sua pele. O garoto se arrepia, mas deixa que sua mão repouse ali, seu toque era quente e macio. Quando acaba, Alec estava completamente seco.

O feiticeiro toca a runa em seu pescoço e desliza os dedos até seus lábios, desenhando-os perfeitamente. Os botões de sua blusa estavam abertos, revelando o peitoral nu. Alec trava o maxilar, sentindo seus corpos próximos.

Para sempre além do agora (Malec)Where stories live. Discover now