Escolha

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Era quase meio-dia quando alguém bate na porta.

- Entre - Diz Magnus, e a porta se abre com seu estalar de dedos.

Era Izzy. Quem a vê com aquelas roupas não pode nem sequer imaginar que a garota por baixo delas é uma das Shadowhunters mais fortes de Nova York. Esse é o efeito de um salto 15.

- Como sempre, vestida para impressionar - exclama ele, observando cada peça, fixando o olhar principalmente nas botas de couro.

Ela sorri, enquanto dá uma voltinha para que ele possa admirar o traje.

- Obrigada. Qual é a emergência?

- Eu não sei bem como dizer isso - começa ele enquanto serve uma taça de vinho a ela - Sabe... seu irmão e eu, bom, nós... ah...

- Desembuche, Magnus. O que o Alto feiticeiro do Brooklyn tem a me dizer?

- Eu quero pedir seu irmão em casamento.

- Ah, pelo Anjo, Magnus. Isso é maravilhoso! Alec nem vai acreditar. Desde que ele te conheceu foi como se tivesse nascido de novo. Até Jace sente que ele está mais feliz. - a emoção era visível na garota em todos os aspectos.

- O problema é que eu não sei se é o momento. Eu realmente o amo e tenho medo de apressar as coisas e estragar tudo caso não seja a hora certa, Isabelle. - A preocupação em sua voz era nítida.

- Quem é você e o que fez com Magnus Bane? Onde está o feiticeiro que se joga de cabeça nas loucuras? Vocês estão juntos há mais de dois anos.

- Isso é sério - Diz ele enquanto tenta esconder o riso, mas sem sucesso. - Eu penso nisso há dias.

- Magnus, este é o momento em que você deve escutar maiso seu coração do que sua cabeça. Você enxerga um futuro com ele? - pergunta ela após dar um longo gole no vinho.

- Isso é tudo o que eu vejo - responde o feiticeiro, sem titubear.

Ela se levanta e pousa a taça sobre a mesa.

- Então já tem a resposta. Imagino que não tenha me chamado apenas para isso, certo?

- Certíssima, querida. - Ele estala os dedos novamente e um grande livro se materializa em sua frente. Ele o entrega a Isabelle.

O livro mostrava diversas imagens de jóias. Desde as mais simples até as mais magníficas. Os detalhes eram impressionantes. Cada uma tinha uma peculiaridade.

- Cada uma dessas jóias é única. Não existe nenhuma outra igual. Algumas pertenceram a faraós, sultões, gênios, reis, rainhas, príncipes e princesas. - Diz Magnus - Eu preciso da sua ajuda para escolher uma aliança.

Isabelle sorri de um jeito que faria até o mais cruel dos demônios sorrir também. Seus olhos brilhavam tanto que seriam capazes de ofuscar o sol.

- Você é meu cunhado preferido, sabia?

Ele sorri e faz uma pequena reverência com a cabeça.

- Eu sei.

- Presumo que com seu orgulho maior do que o mundo, você não queira copiar nada deste livro, não é? - pergunta ela, folheando as páginas e parando para admirar cada uma das jóias.

- Com certeza não. Essas fotos nos servirão apenas de inspiração. Com a sua ajuda, eu mesmo farei a aliança. - Diz ele com um quê de soberba na voz. - Alguma ideia? Como é o gosto de Alexander para jóias? Com certeza é mais simples que o meu.

- Qualquer um tem o gosto mais simples do que o seu, Magnus - ela sorri - Mas é verdade, ele não gosta de nada muito exuberante. Alec não costuma usar jóias, mas iria gostar de algo bem equilibrado. Não uma simples aliança de prata, mas também não um anel coberto de brilhantes. - Magnus estava atento a cada pequeno detalhe que saía da boca dela - Será que pode me servir uma bebida mais forte? Temos muito trabalho pela frente.

Ele ri. Com um estalar de dedos um copo aparece entre os dedos de Izzy, contendo um brilhante líquido azul.

- Já falei que você é minha cunhada preferida?

Ela ergue uma sobrancelha.

- Já.

Magnus balança as mãos. Era como se regesse uma orquestra. Em seus dedos agora ele segura um pequeno e fino anel prateado, com uma linha dourada que contornava o interno do anel. Ele o estende diante de Izzy, que faz uma careta e nega com a cabeça.

Ele estala os dedos e mais um anel aparece. Desta vez, ele é branco e assemelha-se a uma corda trançada. Foi a vez de Magnus fazer careta, e tratou de sumir com o objeto rapidamente.

As horas seguintes foram preenchidas por estalos, movimentos de negação e anéis aparecendo e desaparecendo.

- Acho melhor irmos passo a passo.

Ele movia seus dedos com maestria. Uma simples aliança preta e grossa apareceu diante de Isabelle.

- Esse é um ótimo começo - Diz ela em meio a um sorriso - lembre-se: simples, mas elegante.

Magnus confirma com um leve gesto de cabeça. Ele mexe o dedo indicador com cuidado e, de repente o interior da aliança começa a brilhar, até se tornar um azul cintilante. Com mais alguns movimentos, uma linha azul também se forma, contornando o centro exterior do anel.

Ele olha para ela como quem espera aprovação. O sorriso em seu rosto significa que ele pode prosseguir. Ele estala os dedos e uma pequena lua crescente prateada aparece no exterior da jóia, bem em cima de onde a linha passava.

- Está perfeito Magnus. Ele vai amar! - Diz Izzy, quase não podendo conter a felicidade.

- Só falta uma coisa - responde ele franzindo o cenho. Então começa a andar pela sala de um lado para o outro. Até que encara o restante da bebida azul cintilante de Izzy - Vyvolávam vás. Je vytvorený. - Ao dizer essas palavras, uma pequena safira azul aparece entre as pontas da lua crescente. - Agora sim. Está pronto.

Os olhos de Izzy brilhavam diante da jóia.

- É magnífico. Alec com certeza nunca usou algo tão lindo assim - dizia ela admirada. - Quando fará o pedido?

- Hoje a noite. Onde acha que podemos ir?

- Sabe, ele sempre quis ir às Ilhas Maldivas. Talvez seja uma boa ideia. Ele anda estressado com os assuntos do Instituto, pode ser um jeito de relaxar.

- Sim, eu imagino. A visita da Clave hoje deve estar deixando-o maluco. Inclusive, desculpa te tirar do trabalho, mas você era a única capaz...

- Magnus - ela o interrompe. - Que visita da Clave?

Ele a encara confuso.

- Ele disse que hoje a Clave enviaria alguém para ver como andam as coisas no Instituto. Você não sabia?

- A Clave já enviou um representante na semana passada. Hoje não virá ninguém.

- Por que ele mentiria para mim? - pergunta ele.

- Talvez ele só tenha se enganado... eu vou conversar com ele - Izzy se levanta e despede-se de Magnus.

- Eu agradeço. Por tudo.

- Eu não faria isso por qualquer um - diz ela abrindo a porta. - Sei que cuidará do meu irmão. Por isso eu te agradeço.

Ela sorri e fecha a porta atrás de si.

Magnus estava inquieto. Cada neurônio trabalhava para entender. Por que Alec mentira? O que estaria fazendo agora? Dezenas de perguntas assolavam sua mente. Ele olha para o anel que fizera. Seria mesmo a hora certa?

De repente alguém bate a porta.

- Izzy? Esqueceu alguma coisa? - grita ele, desconfiado.

Com um movimento rápido de mão, a porta se abre. Magnus não acredita no que vê. Não era possível. Talvez a bebida estivesse forte demais.

A figura de sobretudo preto entra, sem desfazer em hipótese alguma o sorriso sinistro que carregava consigo.

- Olá, filho.

- Asmodeus.

Para sempre além do agora (Malec)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant