25º Capítulo

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ELLIE

-chega vocês dois.  grito para ambos e lanço olhares ameaçadores. -parem com essa briga infantil.

eu já estava com raiva daquilo tudo, olhava pra ambos e eles devolviam o olhar com cautela.

-ninguém vai brigar. disse devagar. -ou vocês formam um grupo, ou eu vou continuar sozinha e vocês ficam aqui sozinhos.

-desculpa.  Danilo falou primeiro.-mais foi demais pra mim, ver vocês dois dando uns amassos.

reviro os olhos com desdém, e olho pra Cris.

-desculpa. ele fala e sorri.

-ok. espero que daqui em diante, não tenha mais brigas. olho de relance pra Danilo .-Dan, quero falar com você.

caminho pra perto dele e olho em seus olhos enquanto digo que acabou.

-como assim acabou?  Danilo fala baixinho com medo de Cristian ouvir.-isso é ridículo.

-eu não quero que vocês briguem. digo dando a ele uma desculpa qualquer. -quero ficar sozinha e reavaliar meus sentimentos.

-Ellie, você está brincando com ambos. danilo me acusa.-na verdade você está querendo testar todas as opções e isso eu não concordo. ou ele ou eu,  porque isso é tão difícil pra você?  eu não quero ser um estepe ou uma segunda opção se por acaso com Cris não dê certo.

-eu quero entender isso que sinto, sei que não é certo. por isso preciso desse tempo sozinha. olho pra ele e vejo o quanto está chatiado.-você ainda vai me ajudar?

-vou. eu fiz uma promessa. sua voz está um pouco triste e me sinto mal.

é difícil saber o que sinto,  ambos são completamente opostos.  de um lado tem Cris,  sua ternura me encanta. seu jeito suave e apaixonado me diz que ele é a pessoa certa. que ele é o que meu coração ansiava descontroladamente.

do outro lado tem Dan, o oposto de Cris, completamente selvagem e cru, me deixa sem ar. ele mostra meu lado mais sombrio, o lado que eu sempre soube que existia mesmo escondido em meu interior.

um é a luz que preciso pra sair da escuridão que minha mente formou com os anos em que estava presa. o outro é a sombra que preciso, depois de andar num escaldande sol ardente.

é quase impossível escolher.


DANILO

acabou, ela fala como se fosse simples, mastigar e cuspir o coração alheio. meu coração ameaça se quebrar, na verdade eu não sei se realmente existe um coração em mim.

gostaria que não,  pela primeira vez eu me apaixonei, é estranho no começo quando tudo que você conhece é guerra e sangue. quando tudo que te faz feliz é arrancar vida de outras pessoas.

parece brincadeira quando tudo o que você precisa é proteger alguém, de todos, inclusive de si mesmo. é loucura pensar que você precisa se alguém, até pra respirar.

minha cabeça tá uma enorme bagunça, traí a confiança de meu próprio pai. quebrei todas as regras do inferno,  ajudando um condenado a fugir por que isso a fazia feliz. ele a fazia feliz.

dizem que quando amamos queremos ver a felicidade da pessoa amada,  mesmo com outro. isso não é verdade, doi  muito quando o outro consegue fazer o que você não pode.

preciso arrancar isso do meu coração,  preciso extinguir esse sentimento. preciso não sentir tanta empatia por um ser inferior. preciso ser quem eu sempre fui. um ser inatingível.  ser o demônio que eu era antes de conhecê-la.

mesmo que isso acabe comigo.

pego a mochila e caminho até os dois. sento calmamente e despejo o conteúdo da mochila na frente de todos.

tem pães,  bolachas e frutas. algumas garrafas de água e dois vestidos pretos. a rosa cai do fundo da mochila e eu observo o quanto ainda está bela.

-é o que temos e o que precisamos.  digo pros dois.-temos que fazer durar tudo,  principalmente a água.

Ellie olha pro vestido e suspira.

-lá na frente tem um rio. você pode lavar suas roupas íntimas e deixar secar. enquanto você veste um desses. pego um dos vestidos.

-boa idéia.  Ellie fala.-onde é esse rio.

-vamos passar por ele, quando continuarmos a caminhada. digo e pego um pão e ofereço a Ellie. -assim que comermos algo.

assim que terminamos nossa refeição,  juntamos as coisas e começamos a caminhada rumo a caverna onde encontraremos a erva com o veneno mais mortal do mundo.  




CRISTIAN

-é aqui . danilo aponta pro rio. -pode ir Ellie, ficaremos aqui e eu prometo que terá privacidade enquanto arrumamos um abrigo. parece que vai ter uma tempestade.

olho pro céu e vejo o quanto ele está escuro.

-vou procurar folhas e galhos pra fazer uma cabana. digo e vou pelo lado oposto do rio.

-boa idéia.  Danilo fala e me acompanha. -vou com você.

olho pra trás e vejo que Ellie caminha pra perto do rio.

-ela terminou comigo. Danilo fala.-está feliz?

-na verdade estou. digo dando um sorriso.-ela merece mais do que um demônio.

-acho que sim. ele responde .-agora vocês podem ficar juntos.

-será ótimo.  digo isso pra fazer ele ficar com raiva.

-tenho que te alertar uma coisa. ele fala e para de repente.

-fala logo.  digo com raiva.

-você não pode ir mais além com ela. ele olha pra mim.-me prometa que não fará isso.

-porque?  estava curioso

-porque ela tem que está pura.  ele fala como se eu fosse fazer algo forçado com Ellie. -e eu não confio em vocês dois juntos.

pego um galho de árvore, e carrego.

-você tá viajando. digo com cuidado.-eu não faria nada com ela no meio do mato.ela merece mais do que isso.

-é só um aviso. ele fala afetado.-não disse que você faria, só não confio no sentinento de vocês.

-certo. valeu pelo aviso. digo irritado.

pego mais algumas folhas e noto que Danilo está cheio de galhos e folhas longas. voltamos e começamos a fazer um abrigo pra noite.

-vai dar certo. eu digo pra Danilo.-vai dar tudo certo.

-vai sim. ele me diz convicto, e continua a fazer o abrigo.

Amor Doentio 1Onde histórias criam vida. Descubra agora