Piloto

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Como conheci o Jean? Bom, era uma ótima pergunta. Nos conhecemos em um jogo de pôquer do qual meu pai participava. Ele era interessante, um coroa de 48 anos. Era para ele dar medo, mas quando eu o olhava, eu sentia paz. Mas eu não sabia qual era seu nome na época. Meu pai não deixava eu me aproximar das suas diversões. E depois que o pôquer clandestino havia sido descoberto, todos se separaram e ninguém havia mais contato.
Seis meses depois...
Um certo dia passando pano no escritório do meu pai para ajudar minha mãe na faxina, eu achei uma gaveta destrancada e uma caderneta preta. Lá havia uma página com todos os telefones, tirei uma foto da página antes que alguém visse, e guardei novamente aquela seria minha pequena chance. Nunca havia pensado que aquele dia, minha vida iria mudar de ponta cabeça.
Guardei meu celular no bolso, e fingi que estava tudo ok. Meu modo de mentiras havia sido ativado. Nunca pensei que fosse tão boa de lábia, apesar disso tudo ser errado.
Aquele dia foi tranquilo, salvei na minha lista de contatos todos os números e não chamei. Fiquei na espera de aparecer as fotos, pois era contato pessoal e não de serviço. E lá se foi minha deixa. Eu tinha o número do Jean e de mais 9 homens mal. Esperei de madrugada. Minha foto do perfil era de uma garota linda, indefesa e supostamente imunda. Eu era bonita para uma adolescente de dezesseis anos, magra, de cabelo liso, branquinha e olhos mel. Qualquer cara que estivesse disposto a tirar a virgindade brutalmente de uma garota, talvez eu estaria entre as cinco escolhidas. Doce Elisa, a garota com olhos puros sendo a garotinha imunda. Isso nunca seria motivo de orgulho dos meus pais. Eu estava me transformando em uma puta, a puta capacho do Diabo. Enquanto alguns dos meus "amigos" trabalhavam nos estabelecimentos dos pais ou de conhecidos depois do horário da escola para receber míseros duzentos reais, eu estava lucrando. Não vou mentir que me senti a realeza, mesmo que meu emprego não era digno.
Naquele dia não quis jantar, estava ansiosa para o meu passo. Meu passo à esquerda, minha assinatura no livro do Diabo para sempre. Eu estava pronta e disposta a vender minha alma para o Diabo, não somente minha alma. Era o pacote completo.

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Dito e feito

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Dito e feito. Não teria como dar para trás, eu me ofereci, agora que eu aguentasse a pressão, os perigos e principalmente os obstáculos que estavam prestes a desmoronar na minha frente. Agora eu tinha duas vidas. Eu era duas pessoas em uma.
Eu era a Elisa, a doce Elisa para minha família. E a Elisa vilã, garotinha imunda rolando na mão de um perigoso traficante.

Garotinha Imunda Where stories live. Discover now