2 • Ela não gostava de festas.

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Por mclarah e fireflyins

I'm lookin' around the room
Is one of those strangers you?
And do you notice me too?
Oh, I wanna know ya

(The Chainsmokers)

As luzes dos feixes que se desprendiam das lâmpadas de LED posicionadas no chão e dos globos de luz que giravam no teto iluminavam toda a festa em tons coloridos, dando ao local uma atmosfera bem  psicodélica, dignos de um palco do Tame Impala¹, o...

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As luzes dos feixes que se desprendiam das lâmpadas de LED posicionadas no chão e dos globos de luz que giravam no teto iluminavam toda a festa em tons coloridos, dando ao local uma atmosfera bem psicodélica, dignos de um palco do Tame Impala¹, o cenário perfeito para que o álcool corresse em nossas veias em um ritmo ilusório menos acelerado. O barman estava ocupado demais com os pedidos impacientes no balcão, ignorando alguns calouros extremamente bêbados que tentavam fazer qualquer idiotice para agradar seus veteranos, mesmo quando estavam apenas sendo ignorados. Um deles era Park Jimin, o famoso faz-de-tudo, a atração passiva do dia do trote – ou deveria dizer integração para não soar como crime? – provocando risadas de escárnio por onde passava, lambuzado da cabeça aos pés de tinta verde, amarela e vermelha, com boa parte da regata branca rasgada à tesouradas pela mão de uma veterana experiente em fazer seus rookies² se apaixonarem.

Naquele momento, Jimin estava virando shots de Tequila como se água fosse, em uma mesa com alguns veteranos do quarto período, rindo à toa das bobagens que saíam da boca de qualquer um que estava ao seu redor. Só consegui balançar a cabeça, mesmo sabendo que eu já tinha sido exatamente como ele. Nada daquilo, porém, me interessava no momento – e talvez nunca tenha interessado de verdade, afinal, era só um ritual de passagem que, se bem executado, garantiria alguma "visibilidade" durante o resto da faculdade. Vasculhei o local esfumaçado e brilhante em busca de alguém que com certeza estaria deslocada nos espaços entre a multidão, com seus cabelos naturalmente cacheados destoando das outras meninas da Nacional.

Ao invés do que desejava, meus olhos avistaram Taehyung entrando na festa com sua camisa social branca, que logo ficaria amarrotada pela quantidade de gente que o puxou para um abraço, beijando o chão pelo qual o Presidente da Atlética passava e, pelo seu sorriso característico, ele adorava aquilo. Ele distribuiu acenos delicados por onde passou enquanto andava em minha direção, piscando discretamente para algumas garotas que chamavam por seu nome de maneira manhosa, escondidas atrás das pilastras do salão, sem perder a oportunidade de esbanjar o carisma natural que sempre possuiu.

– Demorei muito? – ele perguntou quando se sentou ao meu lado, pedindo dois copos de uma bebida que tomou a liberdade de escolher para nós dois.

– Não, eu acabei de chegar. – respondi, ainda procurando ao redor pela menina, sem sucesso. Quando voltei os olhos para Taehyung, ele me encarava com um sorriso debochado antes de balançar a cabeça negativamente, como se eu estivesse cometendo uma atitude reprovável. – Até parece que não sabe que garotas como ela demoram a chegar em festas assim, hyung. – tão logo a bebida é deixada no balcão, ele leva a borda da taça-coquetel afunilada aos lábios e bebe um gole do Cosmopolitan³ rubro, passando a língua nos lábios em seguida. – Garotas como ela se atrasam porque não querem vir. Tudo isso é perda de tempo para elas.

Uma garota normal • Kim SeokJinOnde histórias criam vida. Descubra agora