Assertividade

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Rapidamente buscando aqui no Google, no site "Significados.com.br" encontrei a seguinte definição que explica bem o que isso é:

  "Assertividade é uma competência emocional que determina que um indivíduo consegue tomar uma posição clara, ou seja, não fica "em cima do muro". Uma pessoa assertiva afirma o seu eu e a sua autoestima, demonstra segurança e sabe o que quer e qual alvo pretende alcançar."  

Ou seja, não tem nada a ver com estar correto ou acertar as coisas. Está mais relacionado com uma personalidade interessante, digna do protagonismo de uma história. 

Então, como fazer isso na sua obra? 

Uma maneira fácil e eficiente de tornar sua história e seu personagem mais assertivos é retirar palavras desnecessárias do texto e deixar a escrita mais limpa e fluída,tornando o personagem e/ou o narrador mais confiante e certeiro. Sabe aquele personagem chato que só pensa, pensa, acha, imagina, e não faz nada? Aquele sem graça que passa o dia "tentando" fazer as coisas? Ou aquele inseguro que talvez acha que deve fazer aquilo, que quem sabe faça aquele outro? Pois é. Ninguém gosta de um personagem inseguro assim. Mas às vezes acabamos deixando os nossos dessa forma sem nem ao menos perceber.

Utilizar demais as palavras:  "tentar, achar, pensar, talvez e quase" dão essa impressão ao texto, assim como os advérbios terminados em "mente" e o excesso de adjetivos tornam a leitura monótona e até irritante.

Chuck Palahniuk, o autor de "O Clube da Luta" aconselha que:

"Em seis segundos você vai me odiar. Mas, em seis meses você vai ser um escritor melhor. Deste ponto em diante – pelo menos para o próximo semestre – você não poderá mais utilizar os verbos de "pensamento". Nessa lista incluem: pensar, conhecer, compreender, realizar, acreditar que, quer, recordar, imaginar, desejar e uma centena de outros que você gosta de usar.A lista deve incluir também: amar e odiar."

É importante fazer seu personagem agir. Faça ele pensar em alguma coisa, mostre o que está acontecendo, faça o leitor compreender algo sem precisar ser óbvio, apenas lendo nas "entrelinhas". É aquela outra frase comum de dicas de escrita: "Show, don't tell" ("Mostre, não conte") — que vou abordar melhor em um próximo capítulo. 

Parecem ser detalhes pequenos, mas farão uma grande diferença no seu texto e no seu estilo. Quer ver como? Leia o parágrafo abaixo. É o trecho da primeira versão de A Missão, quando eu ainda não tinha muita habilidade e nem muita experiência com a escrita:

"Margareth quase nunca fala comigo, age como se eu não estivesse ali e eu me sinto grata por isso. É melhor me sentir invisível do que ter que aturá-la me mandando e desmandando o dia todo. Apesar de eu me sentir invisível perante a ela, não é assim que me sinto com as outras pessoas aqui dentro do palácio e no Quartel.

Meu uniforme de trabalho não é mais a farda comum dos militares. Margareth fez questão de me fazer usar meu cabelão negro solto, e ainda uma calça preta bem justa ao corpo, mas que me permite fazer todos os movimentos possíveis, no caso de uma luta, e uma regata da mesma cor, também justa ao corpo e que deixa meu colo à mostra. E além de tudo isso, uma bota, com salto não muito alto, mas também preta, com amarrações e que vai até o joelho. Me sinto ridícula com esse uniforme. Pra começar é muito preto: o uniforme inteiro é preto, meus cabelos são pretos, a única coisa de tonalidade diferente é a minha pele branca que até causa um contraste legal, mas mesmo assim... E percebo vários soldados me olhando enquanto eu cruzo, principalmente no Quartel. Eles tentam disfarçar, mas eu percebo. Não é comum para eles ver uma mulher andando com roupas tão justas e cabelo solto por ."

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