9. Poucos minutos mudam longas vidas

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A estrada molhada parecia fazer tudo passar muito rapido, isso claramente era algo inventado pela minha cabeça, porém eu não poderia deixar de achar que nós chegaríamos mais rápido no consultório por causa da chuva.

- Você está nervoso, querido? - perguntou minha mãe me olhando de lado.

- Estou, mas eu não sei o porquê... - suspirei. - Eu me sinto muito confortável compartilhando minha dor com vocês, mas conversar sobre isso com alguém desconhecido não é nem um pouco confortável!

- Se você quiser eu posso entrar com você nessa primeira consulta! - estacionou o carro.

Depois de sairmos do carro caminhamos do estacionamento até o lugar informado pelo segurança do hospital, eu me agarrei no braço da minha mãe por todo o caminho.
Apesar de eu estar absolutamente feliz por estar aqui também estou extremamente apreensivo com tudo.

As paredes da sala de espera eram de cor azulada e com testura. Quadros eram pintados em aquarela e todos tinham o mesmo estilo. O chão era tão brilhante que eu conseguia ver o meu reflexo enquanto minha mãe assinava um formulário.

Esperar pela consulta foi o pior, minha mão suava contra a da minha mãe. Toda vez que alguém saía da sala e outro nome era chamado meu coração desparava.

- Louis William Tomlinson.

Aquele era o momento, agora eu falaria com um desconhecido que pode ajudar meu cérebro e meu coração. Falar sobre mim para alguém que me deixaria com medo no começo, mas aquele era o momento jogaria o medo para o ar e ouviria quem realmente quer me ajudar a ser eu novamente, me encontrar com a ajuda de alguém, porque sozinho é impossível!

Quando pessoas tentam sozinhas elas acabam morrendo afogadas... Nadando dentro delas mesmas sem à ajuda, procurando o botão para parar de sentir toda a dor.

- Vamos, querido! - me puxou para dentro da sala.

O piso era de madeira. As paredes eram de um papel de parede bonito e vintage. A sala tinha um forte cheiro de lavanda. Algumas plantas nos cantos do cômodo com um quadro bastante grande de um veado correndo de outro animal. Bem em cima da cabeça da doutora.

Quadro simbólico? Talvez!

- Boa tarde, Louis e...?

- Johannah Deakin, prazer, eu sou a doutoura April Kapner! - apertou a mão da minha mãe e me direcionou um sorriso. 

Sentamos na cadeira que era muito mais confortável que a da recepção.

- Posso pedir para que você espere lá fora? - perguntou para minha mãe e eu neguei rapidamente com a cabeça, apertando a mão da minha mãe. - Tudo bem, se você se senti mais confortável assim. - deu um sorriso.

- Então, Louis... Quanto anos você tem? - perguntou pegando uma prancheta.

- E-eu tenho 17 anos. - olhei para minhas mãos.

— Esta no último ano do ensino médio? – perguntou

— Estou.

— Já sabe o que gostaria de fazer no futuro?

— E-eu quero cursar direito. – respirei fundo.

- Que legal, Louis, um advogado, gostei! E então você pode me dizer o que você sente e o porquê veio aqui? – perguntou com uma voz calma e gentil.

- É-é... - engoli seco. - Eu me sinto em pânico quando tenho que conhecer pessoas novas, ou quando eu tenho que fazer um trabalho com pessoas que eu não conheço e sei que terei que apresentar para passar de ano. Eu não consigo ir a restaurantes sozinho por causa do medo e quando vou eu sento nos fundos, porque não gosto de comer em público.

NEVER BE THE SAMEWhere stories live. Discover now