1. Escolha uma fruta

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Sehun estava ferrado. E ele estava ferrado não no nível de boas dos nerds ferrados pelo mundo a fora, não, seu caso era de grau bem elevado, estratosférico. Precisava de nota em história ou ia ficar de DP e se ficasse de DP sua mãe ia acabar com a sua vida.

Ele era inteligente, esforçado e estudioso, contudo quando o assunto era datas reais de situações passadas no mundo real, sua vida se tornava miserável.

Sehun conseguia guardar detalhes, datas, acontecimentos históricos e tudo isso do mundo de fantasia em que mergulhava sempre e em qualquer oportunidade que tinha, mas quando era a história real, bem... A coisa ficava caótica, às vezes misturava as histórias dos seus livros preferidos com a idade medieval por exemplo, e seu professor lhe deu um ultimato dessa vez já que ele odiava Game of Thrones com todas as forças, ou gabaritava a prova de sexta feira que consistia em idade média e moderna ou ele ia ferrá-lo na matéria e se tirasse zero de novo, sua mãe ia destruir suas coleções de Tolkien e Star Wars. Ia queimar sua versão exclusiva de GOT e destruir seus quadrinhos dos cavaleiros do Zodíaco. Se isso acontecesse ele morreria, seu mundo iria ruir, ele cairia nas chamas da montanha da perdição!

Ele tinha que fazer aquilo, era uma situação de vida ou morte, ele precisava do gabarito e faria aquilo que sempre crucificou os outros quando faziam. Iria recorrer ao homem da máfia dos gabaritos, o líder do clube de dança, o olho que tudo vê, o Voldemort da sua escola. Zhang dangerous Yixing. O primeiro de seu nome e o dono dos paranauê obscuros de todo o colégio.

Faria aquilo, mesmo que caísse em desonra e precisasse expiar os seus erros em Nárnia, ele faria, pois mesmo que tentasse como já tentou com todo afinco que possuía, jamais gabaritaria aquela prova sem ajuda. E a ajuda viria de Mordor/sala do clube de dança e de seu senhor supremo e mestre, "O chinês".

Ninguém nunca falava sobre os negócios fechados ali, era como um portal secreto de Stargate, todos que passavam saiam diferentes e ele tinha muito medo do que teria de pagar pelo gabarito. Mas seu medo da destruição que sua mãe faria era bem maior do que perder a alma para o você sabe quem, assim mesmo em angustia suprema ele bateu na porta e esperou que um dos servos do senhor do escuro viesse atendê-lo. Sabia os nomes dos elementos do terceiro ano. Kai e Kris. Fiéis ao mestre como o um anel e sempre cercados daquela aura de dementadores um pouco sombria.

Além disso viviam trocando de namoradas como quem trocava de botton na mochila e Sehun tinha uma leve suspeita que era só para parecem mais bad boys.

Para seu assombro quem atendeu a porta foi o próprio demônio perturbador de suas noites adolescentes atordoantes porque sim, ele tinha uma queda quase penhasco pelo misterioso dançarino vitorioso do colégio e demais títulos que eram mais longos do que os da Daenerys Targaryen. E para seu total desespero ele lhe lançou aquele sorriso de covinhas que era reservado apenas para a tia da cantina que sempre dava o que ele queria, quando queria mesmo fora dos horários. Sehun já tinha pegado várias vezes aquele perverso lobo agindo como cordeirinho. Ele se recostou do umbral da porta, que podia ser muito bem o umbral do inferno, e falou em uma voz baixa e meio rouca:

— Oh Sehun, nerd e membro honorário do clube de Xadrez. A que devo a honra?

Sehun podia ter morrido ali mesmo, uma porque ser alvo daquele olhar assim tão de perto era demais para sua vida de relacionamento zero e contato ainda mais zero com alguém tão bonito quanto aquele filho de Lilith e outra porque ele sabia quem ele era, tipo... Ele sabia seu nome!!!

— E-eu, é... A...

Gaguejou, estremeceu e ficou encarando o mais velho como um idiota, ou como Gimli ao ver a Galadriel, dava no mesmo. Ele apenas assentiu como se suas vogais mal pronunciadas fizessem algum sentido.

Salada mistaWhere stories live. Discover now