Capítulo 5

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- Então, por que viemos para a cidade? - pergunto quando já é possível ouvir automóveis.

- Para procurar o passado do seu amigo fantasma - ele diz e pisca.

- Aquele garoto não é meu amigo - digo e ele ri.

- Eu sei, só estou te perturbando - ele bagunça meu cabelo.

- Ser mais alto que eu não te dá o direito de fazer isso - reclamo ajeitando o que ele bagunçou. - Eu ainda sou mais velha.

Ele revira os olhos.

- Vamos logo - ele fala.

- Pra onde estamos indo?

- Para a biblioteca. Não é muito longe daqui.

- Certo.

Andamos em silêncio até uma construção grande feita de tijolos aparentes. Passamos pela porta e a bibliotecária nos encara surpresa, como se jovens não entrassem no local.

- Devem ter arquivos por aqui - ele diz baixo, arrastando-me pelas prateleiras.

- E por que não pergunta a moça?

- Shhh - ele faz mais alto que eu falando. - Não queremos chamar atenção - sussurra.

- Tenho certeza que está chamando mais atenção fazendo esse drama do que se fosse perguntar.

- Claro que não - ele diz e volta a olhar as prateleiras.

Reviro os olhos e vou até a bibliotecária.

- Bom dia, você poderia dizer onde estão os arquivos da cidade para um trabalho da escola?

- Terceiro corredor, seção D.

- Obrigada - agradeço com um sorriso e vou em direção ao local dito por ela, começando a procurar.

- Você encontrou - Carlos fala aparecendo do meu lado, fazendo com que derrube alguns papéis que estão na minha mão. Encaro ele irritada.

- Você não perde a oportunidade de fazer besteira, né? - pergunto recolhendo os arquivos.

- Eu não tenho culpa de você se assustar fácil - ele me ajuda a pegar as folhas. - Johnson, olha isso - ele me mostra uma manchete.

"Homem é preso por tentativa de assassinato contra seu filho de quatro anos"

- Carlos, foco.

- E se for ele?

- Ele morreu num incêndio há mais ou menos trezentos anos, essa notícia é recente, não tem nem vinte. Além disso, ele não é tão velho para ter um filho.

- Como sabe? Como sabe que ele morreu num incêndio há trezentos anos? - ele pergunta.

- Ele não parece ter mais de vinte. Também me mostrou o incêndio e disse que está preso na floresta há trezentos anos.

- Como assim ele te mostrou o incêndio? - pergunta preocupado.

- Acho que foi sem querer, mas eu vi.

- Mas e se ele tiver morrido antes e ficado preso na floresta depois? - ele me questiona.

- É a única pista que temos, você quer investigar ou não? - termino de pegar os papéis e coloco novamente onde estavam.

- Quero.

- Então é melhor ter um plano B, porque os registros aqui só vão até mil novecentos e treze. Os mais velhos que achei são dessa época.

The Curses of Schwarzwald Cursed Soul (myg) (CONCLUÍDA) [SENDO REPOSTADA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora