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203 dias antes

"Como é que entraste aqui?" O rapaz loiro insiste quando eu não respondo.

"É uma longa história. Eu esqueci-me da chave porque sou estúpida e um senhor abriu-me a porta?" digo mais como uma pergunta. Raios, odeio falar demasiado quando fico nervosa. Especialmente porque normalmente já não sai nada de jeito da minha boca, nestas situações então mais valia estar calada.

"O quê?" ele senta-se ao meu lado, obviamente confuso.

"O que é que tu fazes aqui?" é a minha vez de perguntar.

"Eu moro aqui." ele diz.

"Oh." desvio o meu olhar e sorrio nervosamente. Isto é tão estranho.

"Então... Emma certo? De onde vens? Quer dizer porque te mudaste no fim do 3° período e não esperaste pelas férias?"

"És realmente um rapaz discreto." rio e ele sorri-me de lado sentando-se ao meu lado. Observo melhor o piercing no seu lábio inferior e as suas covinhas fofas "Mudança de ares, acho eu." respondo.

"A sério? "

"Não. Mas tu não precisas de saber os motivos." Digo em modo defensivo arrependendo-me depois. Não estragues tudo de novo, Emma. Esta é uma boa hipóteses de fazer amigos.

"Tudo bem." ele põe as mãos no ar fingindo rendição. "Eu venho da Austrália."

"Vens?" digo surpresa.

"Tu sabes, mudança de ares." ele pisca-me o olho e eu dou-lhe um sorriso.

"Então em que andar vives mesmo?" pergunto mudando de assunto nada subtilmente.

"Eu moro no 6°D." depressa me viro para ele.

"A sério? "

"Sim, e tu?" ele pergunta rindo-se da minha cara de admiração.

"Bem, ao teu lado."

" Oh... Então foste tu que te mudaste para ali? Já tinha ouvido nos mexericos do prédio que se tinha mudado uma rapariga da minha idade para cá." Ele esclarece.

Ouço uma música irritante a vir da minha mochila que estava no chão ao meu lado. Tenho mesmo que mudar de toque. Mas até acho uma certa piada ao toque original do aparelho.

"Estou mãe?"

"Emma onde raio estás? "

Desvio o telemóvel da orelha para ver. Já é meio dia? Não tinha reparado que tinha ficado tanto tempo aqui em cima. O tempo passa rápido quando não lhe prestamos atenção, acho.

"Quem é?" O Luke pergunta, com um sorriso convencido e eu ouço uma exclamação perto da minha orelha.

E então não sei como de repente a chamada ficou em alta voz e eu passo uma que certeza que vai para o top 10 de maiores vergonhas da minha vida.

"Oh meu deus Emma eu não acredito que estás com um rapaz! Lembras te do que aconteceu da última vez? Oh Emma tu só tens 16 anos pelo menos usem preservativo ou assim..."

E então eu desliguei-lhe mesmo na cara. Ela só pode estar a gozar comigo.

"Oh meu deus, Emma, não acredito que estás com um rapaz!" o Luke tenta imitar voz de mulher enquanto se ri imenso.

"Para! Não tem piada!" grito e tapo os olhos em frustração mas lá no fundo estou a conter o riso. "É melhor eu ir antes que ela me dê como desaparecida." gozo e levanto-me.

"Okay, até logo." ele diz e eu aceno-lhe.

Pego na mochila e desco as escadas. Assim que a minha mãe me vê, sim porque ela estava à porta, vem a correr até mim.

"Emma o que aconteceu, porque é que ainda não estavas em casa? " Fogo, mãe parece que há 3 dias que não venho a casa.

"Mãe calma. Eu esqueci-me das-" Sou interrompida por um guincho da minha querida mãe.

"Foi com ele?" Ela aponta para trás de mim de onde aparece o Luke.

Não podias ter ficado lá mais tempo, seu idiota?!

"Foi com ele o quê?" digo mas depressa se faz luz na minha cabeça "Esquece não respondas."

"Emma Todd Madsen! Eu pensava que eras mais responsável!" ela fala num tom autoritário pondo a mão na cintura.

Vejo uma expressão divertida na cara de Luke. Por isso é que ele desceu. Estúpido.

"Ele é só o nosso vizinho." tento acalma-la mas acho que em vez disso faço exatamente o contrário.

"Oh e tu achas que por me dizeres que fizeste sexo com o vizinho eu fico mais descansada?" ela sussurra e eu quero esconder-me na parede e nunca mais ver a luz do sol.

"Mãe eu não fiz isso com ele." tento dizer calmamente.

"Então foi com quem?" ela insiste.

"Oh meu-, Mãe! Com ninguém!"

"Okay tu é que sabes mas devias andar prevenida." Ela avisa antes de entrar em casa e deixar a porta aberta provavelmente para eu entrar.

Oh por amor de deus.

E então o Luke começa-se a rir.

"Oh, deus Emma eu já não conseguia conter mais o riso. " o loiro pega nas suas chaves e eu reviro os olhos.

"Tu és um cabrão."

Esta devia ganhar um lugar no top 15.

"Vemo-nos amanhã na escola, então?" o Luke pergunta.

"Claro." dou-lhe um sorriso e entro em casa pronta para dar, ou melhor ouvir, mais um sermão da minha mãe.

Beside You » lrh [pt] {finished}Onde histórias criam vida. Descubra agora