GOOD EVENING ✿ JJK (Livro 2)

CAPÍTULO 5

- Achei muito legal da sua parte aceitar meu convite. - Meu pai diz a Jimin enquanto levo a taça de vinho até meus lábios e o sabor doce toma toda a minha boca- Os ficantes da minha filha geralmente dão alguma desculpa inútil.

Jimin quase cospe o vinho de volta para a taça e chuto a perna do meu pai. Ele dá uma risadinha e sorri para mim. O que será que Phill Collen está aprontando desta vez?

- Então, o que acha da relação amistosa da Rose com o Yoon Ho?- De novo o homem grisalho tentando deixar esta noite constrangedora.

- Quem, quem é Yoon Ho? - Jimin pergunta em meio a uma risada.

- Eu sou. - Kang diz desconfortável, o que diabos meu pai está fazendo.

- Ele não tem que achar nada.- Digo de forma simpática- Eu sou apenas amiga de Yoon Ho, e bom, dele também.

- Eu achei que estivesse namorando o Jimin querida.- O velho intrometido a quem tanto amo diz, ele fala com um ar de decepção e sei que isso é apenas um jeito dele se manter entretido enquanto a comida não chega.

Quando a comia chega segundos depois, agradeço mentalmente e literalmente ao garçom por ter trago logo o nosso pedido.

A cada dia o meu pai tem estado mais preocupado com o fato de eu não ter um namorado, ele costuma dizer que eu preciso me casar logo, que ele vai ficar velho em alguns anos e eu preciso assumir a empresa para que ela não deixe de ser da nossa família, como se isso fosse acontecer, meu pai só tem 46 anos e fica dizendo que pode partir assim do dia para a noite, acho que ele só quer me assustar para eu achar um namorado o quanto antes e parar de ser a "louca dos caras".

O fato é que eu não quero um namorado. Em toda a minha vida eu só tive um namorado de verdade, e ele me machucou o bastante para uma vida inteira. Algumas pessoas que conheceram a minha história disseram que o que eu fiz com a minha vida foi errado, dizem que foi loucura eu ter simplesmente entrado em um avião com o pai que eu havia acabado de conhecer e partido para outro país do nada. Eu queria que essas pessoas tivessem experimentado ver o a pessoa mais importante da sua vida, a unica pessoa a quem você tinha, mentir para você sobre a maior questão da sua vida, te privar de realizar o seu maior sonho, eram só algumas palavras que ele tinha que dizer, simples, seu pai é Phill Collen, eu entendo o quão doloroso isso era para ele, mas ele foi egoísta, ele me fez destruir quem eu era, não quero culpá-lo, mas culpar os outros é mais fácil do que assumir sua parcela de culpa.

Quando o jantar acabou eu já estava esgotada, no meu máximo, passei o tempo inteiro durante esse jantar pensando no passado, pensando no que poderíamos ter sido, eu e ele. Talvez não fosse pra ser, é o que as pessoas que querem ficar juntas e não podem costumam dizer.

O carro de Jimin é espaçoso e viagem para casa parece longa, o que me dá mais tempo para preencher minha cabeça com cenas antigas de mãos sendo dadas e toques inexplicavelmente perfeitos, olhos escuros me vigiando em noites frias e sorrisos irônicos durante longas viagens de carro, quando penso nisso hoje, adoraria que as viagens de carro tivessem durado varias eternidades, assim nunca chegaríamos ao fim trágico que tivemos.

Eu estaria mentindo se dissesse que não sinto sua falta, foram longos cinco anos e eu nunca consegui sentir por ninguém o que eu senti- sinto- por ele. Eu continuo tentando me enganar todos os dias e todas as noites, saindo com centenas de caras, dormindo com eles e tentando encontrar um toque que seja ao menos 1% parecido com o toque dele. Naquele elevador tudo foi tão rápido, em menos de segundos o ar pra mim havia acabado, o oxigênio em meu cérebro estava em falta e eu não conseguia raciocinar direito, como alguém como ele tinha o dom de sugar o meu oxigênio e devolve-lo a mim.

- Rose? - Sou sugada, sugada de meus pensamentos mais secretos para a realidade.

- Desculpa, eu estava, pensando na minha roupa do... baile de boas vindas. - Minto.

- Você mudou mesmo.- Ele dá uma risada e finjo um sorriso- Bom, chegamos.

- Ah, obrigada.- Ainda estou meio área pela dose de morfina que tomei a alguns minutos com meus pensamentos, então nem olho para ele, apenas abri a porta do Maserati branco.

- Então,- Antes que eu saia ele começa a falar, o tom em sua voz Mostra um pouco de vergonha- ainda quer que eu suba com você?

Me perdi completamente em meus pensamentos e esqueci completamente o que combinamos na academia. Os olhos dele parecem me ler como jamais ninguém fez, então ele segura minha mão e a beija dando um sorriso acolhedor.

- Te vejo depois.- Ele é cavalheiro demais para me cobrar alguma coisa.

Então saio do Maserati e ele segue para fora dos portões da mansão. A longa noite só estava começando para mim, a terapia não funciona a alguns meses então decidi deixá-la de lado, mas quanto mais eu me aproximo dele, mais eu perco o controle, como aconteceu no primeiro ano. Eu visitei o tumulo da minha mãe, deixei rosas e conversei um pouco com o que eu acreditava ser alguma coisa, meu pai me apoiou muito em todos esses anos, mas não houve um dia nesses cinco anos que eu não pensasse em Jeon Jungkook, até porque se eu não pensasse, eu o veria na TV, nos jornais e qualquer coisa me lembraria ele.

Eu sonhei com ele em todas as noites no primeiro ano longe daqui, sonhei com o que poderíamos ter sido, sonhei com nossas vidas, nossos planos, tínhamos tudo, tínhamos um ao outro, não precisávamos de mais nada. É incrível imaginar que foram só quatro meses e mesmo assim foi o tempo que ele precisou para me destruir.

- Ele magoou você? O que esse cara fez?- Kang pergunta descendo do carro preto com o meu pai- O que ele fez Rose?

- Não, não foi ele.-Só percebo que estou chorando quando meu pai me abraça secando minhas lágrimas- Eu tenho que ficar longe dele, voltou a doer, eu o vi só uma vez e está doendo de novo.

- Desculpe querida.- Ele esconde seu rosto mais sei que os olhos dele estão marejados- Eu prometo que vamos embora o quanto antes.

A dor estava aqui, de novo, inerte, sem ter lugar para ir a não ser dentro de mim, ver ele mexeu comigo, me deu esperanças de algo invisível e inexplicável, eu não posso deixar entrar, os pensamentos desenfreados e ruins, eles vão destruir a minha camada forte, que demorei cinco anos para construir, para mante-lo fora. Isso não pode acontecer.

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Desculpem se eu fui profunda demais, é que ainda estou me recuperando de uma perda e isso mexe com tudo na minha vida, até com minha escrita.