Capítulo 6: Romeu e Julieta (M e L)

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Estava chegando junho, o mês dos namorados a escola Pitágoras ia coreografar a peça de William Shakespeare: Romeu e Julieta uns dos escritores ingleses, mas brilhante do mundo... Junho não podia estar mais animado, tudo dando certo. Murilo convidou Margo e ela aceitou. Flores, chocolate, enfim tudo estaria certo para o dia 12 depois da apresentação, nada poderia dar errado para eles dois, nem mesmo o seu pensamento dizendo que alguém fazia falta no seu coração. Como se ele estivesse hipnotizado, tinha que ter passado por aquilo na vida, aquilo se referia aquele desastre na casa dele, quando ficou solitário, como se experimentasse ser outra pessoa no final de sua vida, uma vida opaca... Os preparativos na escola estavam a mil, luzes, câmera só faltava à ação, que seria às 20h00min, tudo estaria perfeito. A peça mais esperada, alunos e professores envolvidos. Ao anoitecer Murilo se arrumava e sua namorada também, eles estavam juntos, vestimentas de gala, os olhos se encontraram de ambos, não aquele olhar apaixonado, mas sim de alegria em estar juntos.

Mas algo o esperava, chegando à escola percebe que os professores estavam aflitos, Murilo vai atrás dos responsáveis da peça.

- Onde está o Romeu? - pergunta

- Ele passou mal, não tem ninguém, pensamos que estaria perfeito, mas olha não podemos continuar, temos que cancelar, a não ser que você apresente. - diz a Elisabeth.

- Eu? Não posso!

- Vai Murilo, você sabe todas as falas, é a nossa única esperança, e se você não for à peça acabou! Nunca o Pitágoras perdeu uma peça. - estava preocupada.
Ele pensa um pouco e no fim concorda. Preparam-se, luzes, câmera, ação, enfim no palco. Ele já tinha avisado a Margo sobre o ocorrido, e ela aceitou de boa e ficou entusiasmada, mas uma pergunta ele não fez a diretora, afinal quem será a Julieta? O jeito foi esperar, foi encenar com outros atores nos últimos minutos, ate que quando estava no fim na cena I, Julieta entrou, ou melhor, Larissa.

- Romeu (a Julieta) - Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência: meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra reverência. - sem palavras para descrever as emoções, ambos estavam ali um de frente um para o outro, corações a mil, Murilo continuava sem saber o que fazer, Larissa ficou tremula, Murilo ali estava na sua frente e ele é o seu Romeu. Margo sem palavra estava, na raiva, se remoendo, o jeito era aceitar e torce que a Julieta passasse mal antes do beijo.

- Julieta - Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que se mostrou devota e reverente. Nas mãos dos santos pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e conveniente.

- Romeu: Os santos e os devotos não têm boca?

- Julieta: Sim, peregrino, só para orações.

- Romeu: Deixai, então, ó santa! Que esta boca/ mostre o caminho certo aos corações.

- Julieta: Sem se mexer, o santo exalta o voto.

- Romeu: Então fica quietinha: eis o devoto./ Em tua boca me limpo dos pecados. [Beija-a]

Nem eles mesmos perceberam que estavam se beijando, foi tudo tão rápido, eles se beijaram por causa da cena que eles estavam, foi um beijo inocente, mas o beijo que levou a plateia a loucura, mas não foi um beijo ensaiado e sim um beijo de verdade, onde muitas pessoas tiveram ciúmes, principalmente Margo. As cortinas se fecham, a única coisa que ele percebeu foi quando viu Margo se levantar e ir embora. Algo que ninguém sabia, tinham chamado à acessória cultural brasileira, somente Larissa que quando recitava suas frases, o viram e deu umas gaguejadas, ouve umas risadas da plateia, algo que a fez ficar tímida e odiar a escola na aquele dia, só esperava que tudo que ela estava passando valessem a pena, pois tinham acabado de prejudicar suas carreira no meio artístico. Aquele dia não era um dos melhores dias pra ela, estava sendo péssimo, foi culpada por algo que não fez, tinha estragado algo que ela fez, e por fim estava sendo culpada por algo que nem imaginava que tinha feito, o dia não poderia ter ficado 'melhor'. Margo pensa em todas as burradas, como ela foi burra de acreditar mais uma vez, e que nesta altura Murilo estava com ela "ensaiando" com aquela desnaturada da Larissa. Na mesma noite Murilo vai atrás de Margo quando termina a peça, liga para ela e ela não atende.

Pelo jeito Margo não queria o vê-lo, estava cansada de ser trouxa, Murilo não queria fazer por mal, por incrível que pareça no momento ele nem pensou a respeito do beijo de Romeu e Julieta, e sim estava à procura de sua Margo. Como ela não atendeu ao telefonema ela não estava em casa, começou a procura-la na rua, e pensou no lugar preferido dela. Um lugar cheios de flores, parecido com um jardim botânico, um lugar lindo, com vários bancos embaixo da árvore, mas ali foi o lugar que encontraram a entrada para um jardim oculto, quase ninguém sabe, muitas lendas dizem que aquele jardim se abre aos casais que vão acabar terminado juntos, mas Murilo sabe que isto não passa de ilusão, mas muitos que trabalham ali diz nunca ter visto este jardim secreto, enfim, Murilo encontra a entrada no jardim, mas percebe-se que Margo não está lá, quando ele estava quase voltando para casa, pensando onde Margo estaria, ele percebe uma fita no banco, com as iniciais M.M, aquela fita representava o amor deles, todos os anos eles iriam por uma nova fitinha no lugar, mas no segundo ano que passaram juntos, eles mal lembraram da fitinha, Murilo pegou a fitinha e colocou no bolso e iria fazer o possível para encontra-la e dizer o que ambos esqueceram.

A noite não foi uma das melhores, as três da manhã, ele andando na rua a procurando, resolveu enfim ir para casa. Abre a porta e liga a luz, percebe-se que Margo estava a sua espera, ambos se olham, ele caminha em sua direção, senta ao seu lado, a abraça e ela recua. Fica um silêncio.
- Sabe onde eu fui? Procurei você em todos os cantos, fui ao local onde tivemos o quinto encontro, sim lá no jardim secreto, sabe o que encontrei e que nós esquecemos? A fita. - ele retira a fita do bolso e ela derrama lágrimas.

- Você lembra?

- Confesso que não lembrava até que a vi. Lembrei que prometemos que todos os anos iriamos renová-la, isso significaria a renovação do nosso amor, que ele nunca iria acabar. Descobrimos tudo um do outro, tivemos mil e um segredos, as coisas que você odiava e as que eu amava, você sabe que eu sempre digo que amor não existe, é a falta que o outro faz, é assim que nos sentimos longe... E prometemos que a cada ano renovaríamos, mas e se um dia nosso amor acabar, o que faríamos? Olharíamos um para o outro e relembraríamos porque eu escolhi você! Margo, não quero que você fale por que me escolheu, mas eu vou dizê-la por que eu a escolhi, você é a pessoa mais incrível, uma mulher linda, eu me perco nestes olhos azuis, às vezes me estresso em tuas conversas, mas é seu jeito de ser, você sabe que te gosto, foi por isso que duramos tanto, vencemos obstáculos, e não é por isso que vamos acabar. - ele diz tudo, isso tudo foi a mais mera verdade.

- Murilo você é um garoto incrível - tocava no rosto dele, e olhando em seus olhos. - Mas a nossa historia tem que acabar!

- Mas como, não, não. E nós? - ele diz sem entender. E ela da um leve sorriso.

- Se você diz mesmo a verdade, vamos recomeçar de novo. Como você não tivessem me conhecido. - ela pega o celular de Murilo e exclui seu número, desfaz a amizade nas redes sociais.

- Isto é o fim? - pergunta sem entender direito o que sua amada estava fazendo.

- Talvez seja só o início Murilo - ela deu um sorriso triste.

Apaixonada Pelo Meu ProfessorWhere stories live. Discover now