1° Lugar Fic. Adolescente- Ascensão

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Autor: @lucasdepaula

💎💎💎

Tudo começa quando a protagonista muda de cidade e a partir dali coisas estranhas começaram a acontecer.
Acho que só isso já desperta uma certa curiosidade em saber do que se trata o livro.
A história segue a risca a proposta que é lhe dada, além disso, a autora consegue surpreender com riqueza de detalhes.
O enredo desenvolve muito bem e confesso que no decorrer dos capítulos a história, superou minhas expectativas, trazendo muito mais conteúdo do que eu imagina.

Cada capítulo é cada vez mais instigante, despertando - nos o interesse em saber como irá terminar essa tão fabulosa história.
O livro causa curiosidade ao leitor somente em ler a sinopse, um livro um tanto diversificado, surpreendente, caloroso.

Confesso que por muitas vezes me coloquei no lugar da personagem principal e sentir intensamente cada cena do livro e você com certeza irá fazer o mesmo por isso não deixe de acompanhar!!

💎Entrevista💎


O que levou você a ser escritor?

Quando pequeno gostava de criar histórias para as brincadeiras com meus bonecos. Somado ao gosto por desenhar, logo passei a transformar aquilo em histórias em quadrinhos. Aos 10 anos, quando ganhei meu primeiro computador, descobri que desenhar para contar histórias era muito trabalhoso, e que eu poderia simplesmente contá-las sem os desenhos. A partir daí passei a escrever para comunidades do extinto Orkut, chegando a apresentar uma webnovela na maior comunidade da Rede Globo na rede social. Ao mesmo tempo escrevia histórias em que os alunos da minha sala eram os personagens, e escondia de todos. Nelas, eu era correspondido pela menina que eu gostava (quando eu ainda achava que era hetero haha), já que na vida real a realidade era outra e ela queria o loirinho bonitinho. Eu escondia de todo mundo e não demorou até que descobrissem. E incrivelmente todo mundo gostou.

Qual foi a sua maior motivação?

Acho que eu sempre tive muita coisa pra dizer e pouca gente pra me ouvir. Fui filho único até os 17 anos, então a forma que eu encontrava para me sentir ouvido e menos sozinho era escrevendo.

Você sempre teve esse sonho de ser escritor?

Sim. Lembro que antes mesmo de saber ler eu pegava os gibis da Turma da Mônica da minha prima e ficava criando diálogos para os personagens a partir do que via nos desenhos. E aí fingia pra todo mundo que estava lendo, quando na verdade era só eu e minha vontade intrínseca de contar algo e me comunicar.

Tem algum escritor que inspira você?

Sim, o Rick Riordan de Percy Jackson. Acho a escrita dele muito fluida e de fácil assimilação. Acredito que como escritores temos que tentar democratizar a leitura o máximo que pudermos. Se alguém que não tem o costume de ler pega um livro e acha a leitura difícil, ela larga e não volta mais. Se acontece o contrário, ela termina tudo e vai atrás de outras leituras. Então quanto mais prazerosa e fácil for a leitura, mais leitores você atrai para sua obra e para universo literário em geral. Outros autores ganham também. E ser uma leitura "fácil" não quer dizer que tenha que ser pobre.

Qual foi seu objetivo ao escrever seu livro?

Eu queria contar a história de alguém que faz de tudo para se sentir aceito. Acho que basicamente o livro gira em torno disso. Todo mundo busca se sentir aprovado. A gente tem vergonha de assumir isso, mas é algo que vivendo em sociedade não tem como fugir. Em diferentes proporções e contextos, mas todo mundo busca se sentir inserido. Isso piora na adolescência, e mais especificamente, no colégio. É lá que temos as primeiras amizades e os primeiros amores. Mais do que para absorver conhecimento, o colégio serve como ambiente de socialização. E eu sinto que nos Estados Unidos isso se intensifica, devido a cultura de lá, do bullying ser mais forte, das hierarquias sociais estarem mais dividas com isso dos "atletas" (quarterbacks e cheerleaders) serem vistos como o padrão de sucesso social naquela idade. É um recorte que serve para exemplificar tantos outros casos por aí: no trabalho, na família, em casa. Seja no cenário de filme da sessão da tarde ou na periferia do seu bairro, esse recorre se faz presente.

Daí o livro tem outra vertente também: a do sobrenatural. Isso faz com que funcione mais ou menos como uma Sabrina Aprendiz de Feiticeira, que divide a vida adolescente com as responsabilidades de ser uma bruxa. E a Julia é isso: essa Hannah Montana vivendo o melhor dos dois mundos e aprendendo a lidar com eles. Funciona como uma válvula de escape para dar uma maturidade maior ao enredo, que se focasse apenas nos dramas teens poderia acabar se perdendo e ficando raso. Dessa forma os dois mundos dela sempre acabam se cruzando, e você percebe que tudo tem um motivo de estar ali.

Como você descreve seu personagem principal?

Uma garota em busca de aceitação, que tenta ser perfeita, mas que nessa busca acaba cometendo diversos erros. Alguém que quer se sentir amada, que no fundo só quer ser feliz e vê a felicidade daquela forma porque foi o que ensinaram pra ela que era, principalmente pela influuência da mãe. Acho que quando a gente tenta se encaixar é mais ou menos como não pertencer a lugar nenhum, porque a gente acaba tendo que se moldar para se sentir pertencido. E nesse processo é quando nos perdemos.

A Julia é, acima de tudo, alguém que erra querendo acertar.

Como reagiu ao saber que ficou entre as colocações do concurso?

Eu surtei, claro!!! É muito gratificante sentir que seu trabalho foi reconhecido, que de alguma forma alguém viu qualidades ali a ponto de te presentear com o primeiro lugar de uma competição.

Qual a maior dificuldade em escrever um livro?

Eu acredito que seja se sentir lido. A gente acaba mandando pra uns amigos que leem antes e te dão um feedback antes de você jogar seu filho ao mundo, mas você sempre se pergunta se estão elogiando porque são seus amigos. Daí depois disso quando você tenta a sorte nas plataformas online, a dificuldade vem em achar pessoas que queiram ler o que você tem pra contar.

Quais são seus projetos para o futuro?

Quero fazer a continuação de Ascensão, que vai se chamar "Extinção". Planejo de 4 a 6 livros para a Série Amaldiçoada, e quero continuar a história de Julia e Ocean até o final do colégio dela. Talvez um spin off depois, com ela na faculdade. Quem sabe? No intervalo desses livros quero escrever outros, mas que se passem no Brasil. Histórias que aconteçam aqui. Tenho alguns em mente já, até com título. No caso, a escolha dos Estados Unidos para Ascensão se deu tanto pelo contexto de querer ser aceito ser mais forte nas escolas de lá, como também para, confesso, saciar o desejo do Lucas de 15 anos em viver o ensino médio de lá, já que não pude fazer intercâmbio. Então foi como se eu estivesse vivendo aquilo quando escrevia. Foi um presente para mim mesmo. Agora, acho importante que minhas próximas obras se passem aqui, no Brasil, que obviamente é onde não só eu, mas os leitores nasceram e vivem. Muitos autores iniciantes acabam esquecendo disso, devido ao imperialismo norte-americano que nos bombardeia com produtos de lá. Em Ascensão funcionou (e precisou) ser lá (até porque aceitação é algo universal e acredito que usei bem o recorte da escola para exemplificar tantas outras situações), mas existem diversas outras histórias que não precisariam e que mesmo assim os autores fazem questão de contar com outro país como plano de fundo. Tenho muitas histórias em mente e que sendo no Brasil vão possibilitar causar ainda mais identificação, muitas inspiradas até mesmo em vivências minhas (ou coisas que gostaria de viver). Acredito que histórias precisam ser contadas para isso: causar identificação em quem lê.

No geral, ser autor é fácil ou difícil? Quais as maiores dificuldades?

Acredito que seja o mesmo caso que falei acima sobre as dificuldades do livro. É difícil porque às vezes pode ser muito solitário, porque tudo que você quer é ser lido e às vezes isso não acontece, ou não logo de cara. Além disso, quando você sai da internet, o mercado editorial também não dá chances. Não investem em novos autores.

Fale um pouco sobre sua obra e aue mensagem ela passa aos que leem e irão ler futuramente?

A mensagem é que na maioria das vezes - ou todas - não vale a pena a gente trocar tudo pelo prazer de se sentir incluído em alguma coisa. Focamos muito em algo que queremos e esquecemos do que já temos: nossos amigos, nossa família e as pessoas que verdadeiramente nos amam e gostam da gente

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