Perfurar

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Kyungsoo respirou fundo, antes de entrar de mãos dadas com Baekhyun na tenda colorida e com várias luzes ao redor. Estavam no circo, e enquanto o Byun olhava com a boca aberta em surpresa ao seu redor, o Do rezava para qualquer deus que fosse para que um acidentezinho de leve acontecesse com o palhaço, forçando-o a não comparecer ao local.

Ok, os pais do Do eram os únicos que sabiam sobre o terrível medo que o mesmo possuía quanto ao temível circo. Ele havia proposto aquele passeio, mas só porque gostava muito mesmo do mais baixo e realmente queria que ele conhecesse as incríveis mágicas do lugar, que provavelmente não voltaria para a cidade muito cedo. E estava certo ao pensar que o Byun se apaixonaria pelas luzes e cores, pois logo ao chegar, o mais alto foi puxado para uma barraquinha de pipoca, depois, para uma de refrigerante - achava aquilo confuso, pois Baekhyun nem mesmo podia comer muito, por conta de seu estômago fraco - e posteriormente para o palco de seus pesadelos: a tenda.

Não é que Kyungsoo possuísse alguma fobia ou algo assim, simplesmente não ia muito com os palhaços, que também eram, para sua dor de cabeça, as estrelas do show.

Por isso, quando as luzes se acenderam e mostraram no topo das cabeças de cada indivíduo ali sentado o que Kyungsoo duvidava ser uma pessoa normal curvada, o Do sabia: a noite estava só para começar, e, para o fundo sonoro de seu pesadelo, tinha as risadas altas e escandalosas do Byun misturadas com "I'm In Love With a Monster", porque o universo parecia gostar de rir da cara descrente do estudante de gastronomia.


[Semanas atrás]

Kyungsoo engoliu em seco, para logo após bebericar o chá de sua caneca. Ainda nevava do lado de fora do apartamento, portanto, às pessoas buscavam ficar dentro de suas casas, abrigadas no quentinho, a sair e enfrentar a nevasca.

Por tal motivo, suas aulas foram feitas de modo on-line e o restaurante passou, novamente, o dia fechado. Era para ser uma coisa boa, pois teria mais tempo para descansar. Isso, é claro, se não tivesse três vampiros e um amigo humano bem putos da vida em sua humilde casinha, o encarando com fúria no olhar.

- Então, de novo, vocês se conheceram e já começaram a namorar? - Junmyeon perguntou.

- Não estamos namorando, de novo. Só saindo. - Kyungsoo massageou as têmporas, logo soltando um suspiro cansado.

Baekhyun balançava as pernas em cima do balcão a qual estava sentado de braços cruzados, um pacotinho de sangue em sua mão e um semblante irritado que encarava o estudante de gastronomia em sua face.

Certo, não deveria ter falado com o pai do garoto, mas estava com tanta raiva que nem mesmo havia pensado no que estava dizendo, apenas deixou com que as palavras saíssem por sua boca de forma desorganizada e sem nenhum sentido. Também entendia o motivo com a qual o mesmo brigou consigo, mas ele só havia feito aquilo para ajudá-lo, e Kyungsoo nem mesmo o agradeceu, pelo contrário, praguejou tanto que o Byun achou que estivesse brincando consigo, por Deus, não era possível fazer aquilo quando o menor só havia tentado ajudar.

E, para melhorar ainda mais aquela situação, Sehun e Junmyeon apareceram no apartamento, naquele frio de matar, apenas para os confrontarem sobre o "namoro". Sehun ficou falando por minutos sobre como era perigoso namorar um humano e que ele só o fazia porque estava acostumado com a perseguição que acontecia com sua espécie, além disso, segundo o próprio, ele sabia "fechar a boca para ninguém ver as presas, ao contrário de você, que fala por qualquer buraco que puder", fato este que Baekhyun discordava com todas as suas forças.

E aí, para mostrar que tudo que era ruim poderia piorar, o Oh descobriu que o pai do Do trabalhava caçando os de sua espécie e aí, aí mesmo, as coisas ficaram feias. Chanyeol apareceu minutos depois, com uma carranca e uma cara de sono digna de pena, não demorou muito para que este se juntasse ao time "contra Do Kyungsoo", e é claro, um contra dois não era justo, o estudante de gastronomia estava perdendo tempo discutindo sobre sua relação com os dois.

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