Extra

609 71 107
                                    

EXTRA

Naquele dia, a luz da lua brilhava mais forte, e portanto a placa colorida na frente do estabelecimento estava sendo uma ótima forma de atrair clientes para o Do's. Kyungsoo rodava para lá e pra cá, carregava consigo uma jarra de suco e conforme um cliente levantava a mão, fazia questão de ser o primeiro a chegar para perguntar sobre o serviço. Era o segundo mês do restaurante, queria ter a certeza de que tudo estava nos seus conformes. Claro, possuía empregados, mas preferia fazer o trabalho ele mesmo, como estava acostumado. O lugar estava tomando boa parte de seu tempo, muitas foram às vezes em que voltou para casa com uma baita de uma dor nas costas e uma carranca estampada no rosto, não ia mentir, de vez em quando também brigava com Baekhyun por coisas bobas devido ao estresse, mas este logo lhe colocava na linha, então não durava muito. Agradecia aos céus pelo Byun ser daquela forma.

Acabou que, ao invés de fazer a faculdade de administração, o moreno resolveu apenas pedir ajuda para sua tia, que era formada na área. Sem o mercadinho para “trabalhar”, obviamente ela estava sem muitas opções de emprego e logo aceitou a vaga. Era bom ter um rosto familiar por perto, por mais que não significasse muito agora e a mesma evitasse a todo custo ter contato com Baekhyun e Kyungsoo.

Conforme o tempo passava, conseguiu finalmente construir o lugar e mobília-lo do jeito que sempre sonhou: uma mesinha rústica aqui, uma plaquinha em inglês e coreano aqui, uma fotinha de Baekhyun dormindo todo esparramado com um filtro para tampar o rosto do mesmo ali, é, tudo como um restaurante normal. Na verdade, não tão normal assim, pois há alguns dias, uma menina vestida de mulher maravilha havia ficado encarando seu namorado por mais de vinte minutos. Depois, ela adentrou o local e gritou um “você continua gostoso! Pena que agora está claramente apaixonadinho, mas se mudar de ideia, me liga, viu?” e escreveu um número na palma do Byun com uma caneta azul que por horas Kyungsoo se perguntou o porquê de ela estar guardando consigo. É, Baekhyun dormiu no chão naquela noite, o sofá estava desconfortável demais.

— Isso é para a mesa três. — Apontou para os pratos. — Não se esqueça dessa vez.

O garoto que deveria ter mais ou menos vinte anos assentiu de forma afoita e equilibrou a bandeja em sua mão, seguindo caminho até o lugar indicado pelo chefe.

Não era fácil cuidar daquele lugar. O estabelecimento estava dando lucro, eram bem frequentados e o garoto estava feliz pelo sucesso, mas, ainda sim, tinha que admitir que as críticas que estava recebendo na internet não eram nada boas. A maioria estava relacionada às placas colocadas em frente ao restaurante, mas Kyungsoo não se arrependia de nenhuma delas.

O restaurante Do's declara apoio à lei que criminaliza o assassinato de criaturas da noite.”

O restaurante Do's repudia qualquer arma de fogo, ato de violência ou desrespeito aos empregados. Favor se retirar caso prefira desrespeitar essa norma.”

É, não era nada fácil ler os comentários que as placas causaram, mas sabia que eram necessárias. Acima de tudo, Baekhyun passava a maior parte de seu tempo no restaurante, precisava garantir que aquele seria um local seguro. Nos últimos meses, a política também estava mudando. Leis haviam sido postas em julgamento, e uma delas era referente às criaturas como seu namorado. Muitos outros lugares haviam feito o mesmo que o estudante e se posicionado, mas, os que tinham uma opinião diferente da  sua estranhamente não estavam sendo tão atacados.

Uma briga infernal sobre aquilo estava rolando nas redes, a cabeça do Byun doía só de pensar em como seria odiado caso alguém percebesse suas presinhas. Felizmente, Kyungsoo estava lá para enfiar-lhe um pedaço de pão goela a baixo toda vez que este ria alto ou abria demais a boca.

Presinhas de MentiraOù les histoires vivent. Découvrez maintenant